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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

VISUAIS -PRODUTO POÉTICO - 16 DE JULHO DE 2002

JORNAL A TARDE SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2002


                              PRODUTO POÉTICO
O saudoso Rubem Valentim recebe uma justa homenagem, com um trabalho organizado por Paulo Darzé, com texto do próprio homenageado e de outras pessoas que escreveram sobre a obra dele, seguida de exposição, inaugurada nesta quinta-feira. O saudoso e inquieto Rubem Valentim deixou uma obra emblemática, com uma riqueza de símbolos afros reconhecidos não só em nosso País, mas também no exterior. Ele próprio escreveu, em 1978, que “A arte é um produto poético cuja existência desafia o tempo e por isso libera o homem”. Ainda neste texto, ele diz “isso me afeta de uma maneira total, porque sou um indivíduo tremendamente inquieto e substancialmente emotivo” Lembro-me que, ao lado de Ivo Vellame e Valentim, julgamos um Salão, no Museu de Arte Moderna na Bahia, e me impressionou como ele gesticulava ao defender as idéias sobre um ou outro trabalho posto em julgamento. Ele as defendia com muita emoção, mas quando vencido por argumentos de outros membros do júri, aceitava com dignidade.
                                                         INSTALAÇÃO
 “Os trabalhos que ora realizo representam um registro de mudança, transição, metamorfose. Herança da Land e da Earth Art, de Edson da Luz, Frans Krajcberg e outros artistas, que, antes de mim, já utilizavam elementos da natureza, plantas, terra, pedras, escavações, trabalhos grandiosos, só vistos totalmente através de aviões.
Estes trabalhos realizados na natureza envolviam toneladas de terra e pedras, estavam nas galerias e nos museus por meio de fotos, filmagens, textos descritivos e mapas”, revela Baldomiro, que, agora, vai expor, no Museu de Arte da Bahia, uma instalação com elementos naturais. Baldomiro utiliza-se de elementos da natureza e faz o trabalho manual, de junta as palhas, amarrá-las e entrelaçá-las, para  criação de suas formas. Muitos dos elementos que utiliza não despertam interesse, e ele os resgata dando-lhe uma função nobre. Acho muito interessante a disposição daqueles que trabalham com instalações e outras formas de manifestação artística efêmeras, pois não estão preocupadas com a durabilidade ou a eternização de suas obras. Elas funcionam dentro de um determinado espaço por limitado tempo. Ficam apenas os registros fotográficos ou em vídeo
                                                                 IR-E-VIR
 O pintor português Vítor Espalda estará expondo, a partir desta sexta-feira, a série Ir-e-Vir, com obras inéditas, em acrílica sobre tela, aberta ao público até 06 de agosto, na Galeria Acbeu (Vitória), que funciona diariamente, exceto aos domingos. Espalda aborda como tema principal o tempo, destacando a rapidez e a velocidade da vida contemporânea. Nas telas, ele se utiliza de um extenso colorido de formas que aparecem de maneira fugaz, como se estivesse em movimento, causando a impressão de deslocamento no espectador. “Com estas obras eu pretendo dar corpo a um conceito abstrato- o tempo-, tal como ele é entendido hoje. O movimento rápido da vida moderna deriva justamente do modo como nós interpretamos esse bem. Com tanta tecnologia ao nosso dispor, que nos libertaria para termos mais tempo, parece um contra-senso andarmos cada vez mais apressados”, diz Espalda. As obras mostram os trabalhos mais recentes do artista, telas figurativas que representam o ser humano em movimento. Em algumas peças, estas figuras estão associadas a signos, como linhas, que derivam de códigos de barra, tema da fase anterior do artista. “Eu tenho uma grande propensão para o experimentalismo, gosto de testar novas técnicas, novos resultados”, revela o artista.

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