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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

VISUAIS - ESPERIDIÃO MATTOS: O PINTOR DA BAHIA - 12 DE JULHO DE - 2000


JORNAL A TARDE, SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 12 DE JULHO DE 2000

                            O PINTOR DA BAHIA ; ESPERIDIÃO MATTOS

 Fico realmente feliz ao ver a foto do artista Esperidião Mattos, com os cabelos completamente brancos e mais de oito décadas bem vividas, com o pincel nas mãos, trabalhando. Ele é um dos últimos remanescentes de uma geração de grandes pintores, que deixaram para a posteridade trabalhos inesquecíveis, como Mendonça Filho, Presciliano Silva, Raimundo Aguiar, Emídio Magalhães e tantos outros.
Agora, comemorando o aniversário de sua Galeria Panorama, que funciona no Rio Vermelho, Ana Georgina promove uma exposição de Esperidião, com vários óleos sobre tela e temática variada deste baiano, natural de Jandaíra. Ele consegue, através da pintura, resgatar e perpetuar imagens de uma Bahia que vai desaparecendo com a sanha da insensibilidade. Esperidião nos revela a quietude das sacristias, a beleza da azulejaria, nos transporta ao imaginário religioso, com seu traço firme. As fachadas das igrejas centenárias e dos casarões mal conservados da velha Bahia povoam suas telas. Uma pintura feita sem a preocupação documental, mas que, certamente, servirá, no futuro, como parâmetro. Diria que Esperidião é um pintor da Bahia, com toda a gama de significação que esta frase pode gerar na imaginação coletiva.
O pintor Esperidião Mattos diante de uma tela perpetuando uma igreja baiana.

                                                    GRAFITE É ARTE

Por meio da promoção de oficinas artísticas, o grupo P.RêRê quer conquistar o reconhecimento do grafite  como arte em Salvador. Criado há um ano e com atuação no bairro de Itapuã, o P.RêRê criou um projeto intitulado Grafite é Arte,que propõe a realização de pinturas artísticas em locais pichados, além de desenvolver oficinas para o aprendizado da técnica de grafite.

Aerografia é uma técnica de pintura que utiliza compressores de ar, mas na elaboração do grafite, utiliza-se, também, tinta em embalagem spray. Glauco Copek, um dos coordenadores do projeto, explicou que o grafite surgiu com a cultura hip hop, um movimento originado na África e difundido pelos negros americanos, a partir da década de 70. “A cultura hip hop tem como suas principais características a música rap e a dança break”, acrescentou. Uma das metas da organização do projeto é conseguir uma autorização, junto à Prefeitura, para grafitar locais públicos da cidade que tenham sido pichados.

                                 AZULEJARIA PORTUGUESA

Exibida, recentemente, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, a exposição A Arte do Azulejo em Portugal no Século XX chega a Salvador, no final deste mês. Dividida em cinco módulos históricos, a mostra, produzida pela comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (CNCDP), em parceria com o Museu do Azulejo, de Lisboa, será aberta no dia 28, ocupando várias dependências do Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória. São cerca de 60 painéis cerâmicos e 40 fotografias assinados por artistas como Rafael Bordalo, Paolo Ferreira, Jorge Barradas, Maria Helena Vieira da Silva, Antônio Ferro, Querubim Lapa e Júlio Pomar. Para o curador da amostra, Paulo Henrique, “o azulejo é, em Portugal, uma das expressões fundamentais da cultura, na qual inscreve funções, não só de estrita decoração, mas, sobretudo, de transcendência artística, como suporte de imagens ao longo dos cinco séculos em que, sem interrupção, foi aplicado nos espaços nobres da arquitetura e das cidades”.
As peças que estão expostas no MAB dão uma idéia clara das inúmeras possibilidades de uso do azulejo: Utilizado como material de revestimento de fachadas; suporte de arte; em projetos encomendados por arquitetos a artistas plásticos; ocupando grandes espaços urbanos. O metrô de Lisboa é um bom exemplo. Desde 1959, criações de importantes artistas portugueses e internacionais, como Zao-Wo-Kin e Sean Scully, podem ser vistas nas estações.

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