CRÍTICOS DE ARTE FAZEM PROTESTO
Em nota oficial a Associação Brasileira de Críticos de Arte
está protestando contra os critérios adotados pelos organizadores do Salão
Nacional de Artes Plásticas e do 6º Salão Carioca de Arte. Eis a nota na
íntegra:
“A Associação Brasileira de
Críticos de Arte, seção nacional da Association Internationale des Critiques
d’Art, vem a público manifestar sua inteira desaprovação contra os critérios
adotados pelos organizadores do Salão Nacional de Artes Plásticas, da Funarte,
e do 6º Salão Carioca de Arte, do Instituto Municipal de Arte e Cultura, no
tocante à formação de comissões julgadores designadas para ambas às promoções,
majoritariamente integrada por artistas plásticos. Retroagimos por assim dizer
à sombria época do primado absoluto da poderosa Academia Imperial de Belas
Artes, quando artistas referendados pelo poder arrogavam-se o direito de julgar
com parcialidade a produção de seus colegas, manifestando a prevalência de facções
e tendências antagônicas.
Jamais havia ocorrido com tal
radicalismo o fenômeno da constituição de comissões julgadoras de exposições de
arte nas quais inexiste representatividade efetiva de setores profissionalmente
habilitados ao exercício da crítica de arte. Não se discute, em caráter
particularizado, a competência individual das pessoas que aceitaram fazer parte
destas comissões, no campo de suas atividades específicas, mas sim o fato de as
habilitações que possuem não se aplicarem à tarefa que aceitaram realizar.
Assim, a ABCA, entidade de
vinculação internacional à prática profissional da crítica de arte, que
congrega a maioria dos críticos de artes atuantes no Brasil, vem publicamente
registrar sua apreensão quanto aos critérios adotados este ano, tanto no Salão
Nacional de Artes Plásticas quanto no 6º Salão Carioca de Arte. Aproveita ainda
para alertar os artistas da inconveniência de terem sua produção avaliada,
julgada, selecionada ou considerada para premiação por júris que não possuem
qualificação específica do exercício da crítica de arte profissional. “É tempo
de eliminar no Brasil, ao menos no setor da produção estética, o privilégio da
prevalência de critérios amadorísticos e adventícios do mérito profissional
alheio”. A Diretoria.
JOSÉ MÁRIO PREPARA UMA NOVA
EXPOSIÇÃO
No bairro de Mont Serrat, num
ambiente de praia, velhos casarões, procissões, festas de largo e carnaval,
nasceu e se criou o pintor José Mário. Todas estas manifestações tiveram
influência marcante em sua arte, que teve início quando ainda era adolescente,
e conseguia um bom conceito nos trabalhos escolares. Foi quando a consciência
da profissão já estava semeada e latente em seu espírito e ele começou a
transferir para as telas “todos os anseios, visões e sonhos de um mundo de
fantasia e realidade.
Em paralelo ao desenvolvimento do
trabalho artístico, José Mário estudava mecânica, diplomando-se em 1967. O seu
envolvimento com máquinas e motores se deu pelo contacto direto com a mecânica
e pelo fascínio que as engrenagens e seus desenhos desempenhavam. No ano de
1975 o artista já havia participado de diversas exposições em salões. Em 1977 foi
convidado para trabalhar na Ceramus Bahia, em Camaçari, aonde chegou a ser
supervisor de montagem do forno rotativo. A experiência despertou no jovem
artista plástico, o paralelo entre a arte mecânica, entre os grandes engenhos e
a quietude da cidade pequena. E agora José Mário está preparando uma nova
exposição, a qual ainda não tem local definido.
OFICINA DE ARTE VAI REINICIAR
ATIVIDADES
Serão reiniciadas em setembro
próximo as atividades da Oficina de Arte em Série no Museu de Arte Moderna da
Bahia com os cursos de xilogravura, gravura em metal e litogravura, as terças,
quintas e sextas-feiras das 8 às 12 horas. Os cursos vão de setembro a
novembro, sendo que haverá um curso extra de serigrafia programado para o mês
de novembro, com carga horária a ser ainda estabelecida. O coordenador da
Oficina é o professor Juarez Paraíso, sendo que xilogravura está sob a
responsabilidade de Márcia Magno, litogravura com Paulo Rufino Mattos e gravura
em metal com Yeda Maria.
A Oficina de Arte em Série do
Museu de Arte Moderna da Bahia foi inaugurada em março de 1980, graças ao
convênio firmado pela Funarte e a Fundação Cultural do Estado da Bahia – FCEBa.
As atividades já desenvolvidas ampliaram sensivelmente a ação do Museu de Arte
Moderna da Bahia no âmbito da informação e formação artística, servindo a
centenas de jovens, sem os entraves do academicismo e do ensino formal.
A Oficina tem estimulado vários
artistas emergentes, constituindo-se importante alternativa no ensino das artes
plásticas e na comercialização da obra de arte. Independente de procurar
motivar os artistas profissionais para a prática de gravura tem oferecido os
seus cursos prioritariamente ao público de baixo poder aquisitivo. Os cursos
são gratuitos e contam com o apoio de artistas-professores.
Já foram realizados 23 cursos
beneficiando a uma clientela de centenas de pessoas que foram iniciadas às
técnicas de Xilogravura, Litogravura, Gravura em Metal e Serigrafia.
Com cinco exposições já montadas
com trabalhos de alunos, a oficina tem colaborado com o programa Museu-Escola
Comunidade que já realizou atividades de apoio didático a um elevado número de
estudantes de cursos profissionalizantes.
Na verdade, o programa cultural
da Oficina de Arte em Série tem sido bastante diversificado e proveitoso
destacando-se cursos especiais de Litogravura, Serigrafia, visitas a museus e
exposições, palestras e feira de arte e assim dá-se continuidade ao ensino e à
produção de gravura marcadamente desenvolvidos na Bahia a partir da década de
60 pela Escola de Belas Artes, da UFBA.
DALI CONTESTA OBRA E PROCESSA
EXPOSITOR
Perpinan, França - O pintor
Salvador Dali, agora marquês de Pubol, graças ao título que lhe foi concedido
no dia 26 de julho passado por decreto do rei Juan Carlos da Espanha, negou a
autenticidade de 80 obras atualmente expostas em Perpinan como suas e
apresentou queixa ao Tribunal da cidade por falsificação e roubo, no dia dois de
agosto passado.
Além da queixa ao Tribunal de
Perpinan, cidade ao sul da França próxima à fronteira com a Espanha Dali,
requereu também a apreensão de 426 obras que incluem pinturas sobre telas,
esboços e estudos apresentados na exposição “Dali” inaugurada no Palácio dos
Reis de Maiorcas, em Perpinan, depois de terem sido expostas em Viena e
Munique.
O proprietário destas obras e o
Museu Perrot-Moore de Cadaques, Espanha, fundado pelo capitão Peter Moore,
ex-secretário irlandês de Dali. Entre as obras suspeitas, Dali descobriu uma
chamada “metafísica Cosmisca” que considerou indigna de seu gênio criador,
assim como vários esboços ou pré-estudos, entre os quais dois desenhos
intitulados “O hippie” e “Amanda”, que o pintor assegurou nunca ter vendido,
assinado ou titulado.
“É difícil pronunciar-se sem
realizar uma perícia das pinturas em telas e das assinaturas suspeitas”,
declararam os meios artísticos, para os quais “o caso pode ser de falsificação
mais também pode ser de usos abusivos de assinaturas autênticas da Dali”.
Salvador Dali, como muitos outros
pintores, talvez tenha assinado muitas folhas em branco destinadas a uma
tiragem posterior de litografias”, são os comentários mais comuns.
Por sua vez, o capitão Moore, em
entrevista por telefone em entrevista ao telefone ao correspondente da
France-Presse disse “lamento que ao envelhecer, Dali renegue uma parte de sua
obra, e congratulo-me por poder apresentar este grande pintor em Perpinan, que
é uma cidade que eu amo”.
O capitão Moore, que durante 14
anos fez parte do círculos íntimos do pintor, afirmou que comprou estas obras -
depois de ter se afastado dele - de colecionadores particulares e garantiu que
sua autenticidade não pode ser colocada em dúvida . “
“A Justiça deve decidir”,
concluiu.
MURAL
CERAMISTA – O ceramista de Mundo
Novo, Valtério ,está expondo no Museu da Cidade. A obra do artista interiorano
mostra a sua presença dentro do que está acontecendo em sua própria realidade
social. Esta escultura onde retrata a figura de Pelé com sua própria cabeça
debaixo do braço com uma bola substituindo-a, demonstra muito senso crítico e
nos leva a muitas outras considerações acerca do próprio futebol. No peito um
formato do escudo da CBD e um cifrão que representa o dinheiro. Foto ao lado.
NO ITAIGARA - Iray, Ernesto Simões, Edson Cesário e C. Lauria continuam expondo seus trabalhos na Galeria de Arte Itaigara. E no catálogo tem algumas palavras de Lauria onde ele diz: “Poucas atividades humanas estão sujeitas a tantas interpretações diferentes como a arte, cuja significação varia de acordo com cada admirador e cada artista possui uma visão pessoal. Aspiro o belo e procuro transmiti-lo com a sensibilidade para dar evasão aos meus sentimentos...”
EL DORADO – A exposição El
Dorado”, é um dos mais importantes acontecimentos culturais deste ano na
Áustria. Os tesouros índios do Museu do Ouro do Banco da República de Bogotá,
com os quais se constituiu uma exposição itinerante internacional que
permanecerá até outubro no Museu de Etnologia de Viena. A população austríaca
tem assim a oportunidade de conhecer estas preciosidades únicas da antiga arte
índia da Colômbia e de contemplar o patrimônio cultural índio do período
Pré-colombiano. Constitui ainda valioso complemento da exposição Ouro do Peru,
tesouros artísticos dos períodos artísticos Inca e Pré-Inca”, apresentados há
seis anos também no Museu de Etnologia. Foto 2
NOVA GALERIA – Durante todo o mês de setembro vindouro, a mini Galeria da Associação Atlética Banco do Brasil estará exibindo cerca de quarenta trabalhos dos festejados artistas: Eckner, Edson Cesário, Edson Ramos, José Francisco de Souza, Júlio Araújo, Manoel Neto, Rosa Ramos e Theresinha Soriano, na Coletiva da Independência. É sem dúvida mais uma realização da diretoria do Sr. Hilton Teixeira de Freitas que vem dinamizando também o setor artístico e cultural daquela tradicional associação dos funcionários do Banco do Brasil. A inauguração da galeria será no próximo dia 1º.
MORREU HENRYK _- O pintor Jan Henryk de Rosen ,
autor de importantes afrescos religiosos realizados nos Estados Unidos e em
vários pontos da Europa, faleceu em Washington aos 91 anos de idade no último
dia 27. Filho de Jan de Rosen que fora pintor da corte dos Czares Alexander III
e Nicolau II, já Herynk nasceu na Polônia mas educou-se na França. Depois de
estudar em universidades de Paris e Lausane , na Suíça, participou da II Guerra
Mundial servindo sucessivamente aos exércitos da França, Inglaterra e Polônia.
Descobriu a pintura um pouco tarde aos 33 anos de idade, quando então fez uns
afrescos para a catedral armênia de Llow, Polônia; e para a capela do Papa Pio
XI, em Castel Gandolfo
.
Em seguida fixou-se nos Estados
Unidos onde seguiu sua carreira de pintor dentro da inspiração religiosa.
TERCEIRA TRIENAL – Quem for ao
MAM, no Parque Ibirapuera, em
São Paulo , até o dia 26 de setembro, irá presenciar uma das
mais importantes mostras da arte da fibra. Trata-se da Terceira Trienal de
Tapeçaria onde 48 artistas de todo o
país, nomes de grandes destaques como Arlinda Volpato, Bia Vasconcelos, Carla
Obino, Douchez, Eva Soban, Gilda Azevedo, Helô, Licier Husnsche, Juan Ojea,
Norberto Nicola, Zorávia Bettiol e outros, irão expor trabalhos das mais
diferentes tendências, onde a criatividade com a utilização da fibra varia
desde o linho, o barbante e o cordão convencionais até a trama com madeira e
arames.
Um júri de seleção composto por
Norberto Nicola, também orientador da Comissão Organizadora, Juan Ojea, Eva
Soban, o escultor Nicolas Vlavianos , o gravador Odetto Cuersoni, o critico de
arte Alberto Beutenmüller, com a assessoria da assistente exe-cutiva do MAM
Sema Petragnani , escolheu entre mais de 300 obras enviadas de diversos pontos
do Brasil, oitenta trabalhos que estarão expostos durante este evento.
Além dos selecionados, também
estarão presentes com suas obras, onze convidados, a maior parte deles já
premiados em Trienais anteriores.
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