NOSSA CIDADE PRECISA DE UMA
GESTÃO DEMOCRÁTICA
O Congresso dos Arquitetos que se
realizará em Salvador de 19 a
24 do corrente mês tem como tema central a Gestão Democrática da Cidade. Um
tema oportuno e que certamente resolveria em grande parte o nosso problema
urbano, caso estivéssemos num país ou mais especificamente numa cidade
democrática. O que estamos assistindo são uma inversão de valores, uma
constante mutilação e desfiguração da nossa cidade onde suas ruas já estreitas
estão sendo cada vez mais estreitadas com altos e desnecessários calçadões. Não
interessa saber quem os projetou, se foi um arquiteto ou um engenheiro. O que
estamos presenciando é algo de anormal e diria melhor é algo de brutal. Já
temos “plantado” em pleno centro da cidade aquele triste “Cemitério de
Sucupira”, na Praça Municipal, que mais anos, menos anos será demolido por ser
antiestético e antifuncional. Também acredito que um dia um prefeito sensato
vai demolir muitos destes calçadões, porque só prejudicam pedestres e o tráfego
de veículos.
O CONGRESSO
O presidente da Comissão
Organizadora do Congresso, José Eduardo Ribeiro explicou os dois objetivos
básicos do encontro, como sendo o de definir a posição dos arquitetos brasileiros
diante da questão urbana e dos instrumentos e poderes da intervenção nas
cidades, e elaborar um conjunto de propostas e reivindicações que conduzam a
ação de suas entidades estas análises e propostas ao conjunto de população, às
entidades civis e partidos políticos com a intenção de esclarecer os eleitores
e apoiar os candidatos a posto executivos e legislativos que assumam uma
postura democrática sobre a questão e se identifiquem com as proposições
apresentadas.
A escolha do tema foi em função do momento político
em que vive a cidade. “momento em que o Brasil vai passar por eleições em quase
todos os níveis, em que a sociedade civil reconstrói as suas entidades, como a
Central Única dos Trabalhadores. Vamos neste Congresso discutir a cidade como o
espaço onde se dá o trabalho do arquiteto, seja no plano da construção ou do
urbanismo.
Também discutiremos a produção, o
trabalho dos arquitetos e a interferência da população na gestão da cidade.
A discussão sobre Almeida e Silva,
na medida em que no momento no país todas as intervenções do poder público são
realizadas de maneira autoritária. “A gestão, hoje, é a gestão autoritária da
cidade” __ explicou.
A presidente do IAB __ Bahia
disse que esta situação fica mais clara aos olhos da população quando planos
para uma cidade são feitos à revelia até dos poderes constituídos, como por
exemplo, da Câmara de Vereadores. Desta maneira, Maria de Salete entende que a
questão da autonomia municipal não pode se desvincular da própria questão da
democracia, pois, em sua compreensão, “um prefeito nomeado deixa de ser um
prefeito autônomo”.
PARTICIPAÇÃO
Foram convidados para participar
do XI Congresso Brasileiro de Arquitetos, representantes de diversos órgãos
Nacionais de Desenvolvimento Urbano (CNDU), instituto do Patrimônio Histórico
Artístico Nacional (IPHAN), Banco Nacional de Habitação (BNH); além de todos os
partidos políticos, que deverão apresentar suas propostas de gestão da cidade.
Realizando palestras e cursos,
estarão presentes no congresso, inúmeros estudiosos da Arquitetura
Contemporânea, tanto no Brasil, como em todo mundo, entre eles o diretor
catedrático do departamento de planejamento urbano e regional da Universidade
da Califórnia, com inúmeras passagens por universidades de todo o mundo, Manuel
Castels e o mestre em
Planejamento Urbano , por Harvard, e doutor pela Universidade
de Berkeley, EUA, professor do Centro de Estudos de Universidade de Buenos
Aires, Oscar Yujnovsky
A comissão organizadora do XI
congresso brasileiro de Arquitetos espera em torno de 6 mil participantes em
Salvador.
CURSOS DURANTE O CONGRESSO
- A Gestão Democrática da Cidade por Manuel Castels; A Produção da Habitação e o Rol do Arquiteto; Oscar Yujnovsky; O Espaço do Capital; Ruy Moreira (UFRJ); Autoconstrução do Valor e do Preço da Força do Trabalho; Rodrigo Lefévre (USP); Espaço e Política; Benício Schmidt (Stanford/Califórnia) O Arquiteto e a Produção do Espaço Urbano; Moema Castro (RGS); Noções sobre Iluminação Esther Gutfreund (Consultora; Alvenaria Aramada e Lages Vasados de Concreto Pretendido Carlos Tavie (ABNT__ Presidente da Comissão da Faculdade Sônia Marques (Universidade Federal de Pernambuco); Aspecto Atual da Geometria Pura e Suas Utilizações Práticas José Ricardo Cunha da Costa e Sá (ITA-S. J. Campos).
A ARTE NATURAL DE CECY TEM MOSTRA
EM BRASÍLIA
O atelier de Cecy Rodrigues da
Silva fica no “Porãozinho” que é uma oficina, e uma casa dedicada à arte. Lá
sua produção mistura-se com o viver. Uma arte retirada da beleza natural, da
mãe natureza como preferem os ecologistas. Só que Cecy valoriza a natureza de
tal forma que você percebe nas suas obras o talento e a ternura com que trata o
material do seu próprio trabalho. A linha de ação é uma só. Uma só a
matéria-prima utilizada na feitura de suas peças: plantas, folhas, flores,
raízes, parasitas, frutos do pomar ou do mar, penas e plumas. A exuberância da
natureza explodindo em cores e formas, dominada pelo talento de Cecy.
Uma união perfeita entre a
natureza e a arte de Cecy, que trabalha com muito carinho e perfeição recriando
o que a natureza nos legou com sua espontaneidade. Suas cerâmicas com
decorações de flores naturais já ganhou outros horizontes e a aceitação e
geral. Assim é a baiana Cecy que passou sua infância nas barrancas do afluente
do Velho São Francisco, o não menos importante Rio Preto, com seus pés
descalços e braços nus. Portanto sempre esteve diretamente ligada a natureza.
Ai está o ponto inicial de sua arte. Vieram os cursos o crescimento, a
apreensão de novas informações e encontramos a artista que hoje já transpõe os
seus sentimentos com muito mais facilidade, a ponto de transmiti-los para
outras pessoas através de cursos que sempre esta sendo convocada a ministrar.
A EXPOSIÇÃO
Sua exposição está na Galeria Ceplac,
em Brasília e na sua abertura compareceram mais de 500 pessoas que foram ver “a
ecologia encantada de Cecy Rodrigues”, artista baiana que se utiliza de
elementos da natureza - cipós, limos, flores, musgos, galhos, algas, palhas, e
frutos. Para criar quadros, espelhos e peças de “florâmica”, uma arte
construída por ela que consiste na adesão de flores naturais a cerâmica. A alta
sociedade de Brasília compareceu a inauguração onde não faltou a presença de
uma baiana tipicamente vestida servindo o acarajé, o abará, “os pastéis de
Santa Clara”, as famosas “batidas do Diolino” de Salvador, figurinhas e fitas
do Senhor do Bonfim. Grande parte do corpo diplomático sediado em Brasília
esteve presente, artistas, empresários e altos executivos estaduais e federais.
As setenta obras, com técnicas da pintura, escultura e artesanato, foram
bastante disputadas. O volume de público foi tão grande que a maior parte das
pessoas preferiu voltar no outro dia para as aquisições.
ESCULTURA DO CONSELHEIRO NO MAMB
Denunciei há alguns meses que a
escultura “Antônio Conselheiro” que já esteve em frente ao Teatro Castro Alves
e que ultimamente está sob a responsabilidade do Museu de Arte Moderna da Bahia
estava abandonada num local impróprio no majestoso prédio do Solar do Unhão. O
diretor do Museu Francisco Liberato de matos consciente da importância da
escultura providenciou a sua restauração, através de um convênio e agora me
envia uma carta cordial onde diz do seu empenho em evitar que a obra seja
enviada a outra instituição.
Também, acho que é dever o MAMB
defender a sua permanência porque é uma das obras mais importantes em escultura
feita nos últimos anos na Bahia. Eis a carta de Liberato, que dá uma satisfação
pública aos baianos em especial aos leitores desta coluna. Aqui, o espaço é
democrático, aberto a todas as tendências e reclamos e também às explicações.
Tomando conhecimento de matéria
publicada nesse conceituado jornal no dia 03 de outubro PP.. Referente à
incorporação e transferência da conhecida escultura “Antônio Conselheiro” do
renomado artista baiano Mário Cravo Júnior- obra pertencente ao acervo do Museu
de Arte Moderna da Bahia-para o Museu do Sertão em Monte Santo.
Cumpre-nos esclarecer que a
informação veiculada não tem fundamento.
Observamos que embora fossem
feitas sugestões naquele sentido em momento algum houve consentimento da
Fundação Cultural do Estado da Bahia e deste Museu de Arte permitir a retirada
da obra do seu acervo dado que consideram a referida obra uma das mais
significativas.
Outrossim, cumpre-nos informar
que houve por parte do autor da obra, proposta para realizar uma replica da
referida escultura evidentemente a ser financiada pelo órgão responsável pela
administração do futuro Museu do sertão ou por outros que demonstrem interesse
de ver expressiva obra em
Monte Santo.
Ressaltamos ainda que a obra foi
recentemente restaurada pelo centro de restauração do Instituto Artístico e
Cultural da Bahia, através verba alocada pela Fundação Cultural para esse fim,
e que estão sendo tomadas as providências necessárias para sua imediata
devolução a visitação pública.
Considerando o impacto e a
dimensão à notícia em questão, inclusive com fotografia da obra estimaríamos
que a nossa informação recebesse igual tratamento.
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