JORNAL A TARDE SALVADOR, 21
AGOSTO DE 2001
OBRAS RESTAURADAS
Uma boa notícia. O museólogo
Helder Luiz Bello de Mello, que dirige o Parque Histórico Castro Alves, em
Cabaceiras do Paraguaçu, garante que todas as obras de arte doadas por artistas
baianos estão em perfeito estado de conservação. “Como estamos realizando uma
exposição temporária e o único espaço que dispomos no parque é o auditório,
tivemos que guardar algumas obras do nosso acervo. Logo depois, elas retornarão
aos seus devidos lugares”, disse. Ele adiantou que as obras foram restauradas em 1999, com recursos oriundos de um convênio
assinado entre a Fundação Cultural do Estado da Bahia.
“As telas estão guardadas em
nossa reserva técnica, em condições de serem expostas”, finalizou.
ESCULTURAS DE JOSILTON TONN
Há vários anos, Josilton vem
trabalhando seu caminho com pedra e muita paciência. Foi morar em Alagoinhas,
onde nasceu, e lá montou ateliê. Só vinha aqui esporadicamente, para realizar
exposições. Agora, sua mostra é de esculturas feitas com calcita, minério resistente,
que exige muito trabalho para ser polido. Tem uma cor esbranquiçada, meio translúcida.
Bonito, com rajadas cremes e
amareladas. A mostra está montada no foyer do Cine-Teatro da Casa do Comércio
até o dia 30 próximo. Algumas esculturas são vazadas, outras, com pequenas
intervenções, valorizando a estética e estrias do material. Josilton tem muitas
obras concluídas e, agora, na apresentação desta exposição, o escultor Mário Cravo
Jr. Fala da residência-ateliê, localizada
em Pernambués. Não
conheço este novo local de moradia e trabalho, mas Mário diz que está cheio de
obras de várias fases feitas com materiais diversos. Isto é uma demonstração de
que Josilton está exercitando a criatividade.
Na reprodução uma escultura de Josilton Tonn feita em calcita.
HÉLIO OITICICA
Com a proposta de mostrar a
produção artística universitária que não consegue espaços nos meios
tradicionais de difusão cultural, foi realizada, no início do ano, no Rio de Janeiro,
a mostra Hélio Oiticica de Artes Visuais, evento integrante da 2ª Bienal de
cultura da UNE. Os 40 artistas selecionados estarão presentes com as obras na
exposição 235 264, na Galeria Acbeu, de 23 deste mês a 11 de setembro. São
eles: Diana Vaz, Giovana Agostini, Manoel Gomes, Márcio Garcez, Mitsuyana
Matsuno e Wilton Vinícius. Durante a Bienal, estudantes universitários de 12
estados do País puderam mostrar as obras e, principalmente, comprovar que a
universidade brasileira, a despeito das dificuldades crescentes que vem
enfrentando, continua sendo palco e laboratório de idéias e criatividade. “A qualidade
dos trabalhos e a diversidade de linguagens nos mostram como, nacionalmente, a
produção universitária precisa de mais espaço para se manifestar”, diz Wadson
Ribeiro, presidente da UNE.
MAGNÉTICOS
A partir da experimentação de técnicas diferenciadas, as
artistas plásticas Andréa May e Beatriz Franco vêm descobrindo novas
possibilidades estéticas para seus trabalhos. È o que mostram na exposição Magnéticos
e Mestiçagem, em cartaz no Teatro XVIII, na Galeria Moacir Franco. Explorando a
mistura de linguagens tão características de arte contemporânea, elas conseguem
um resultado de força e maturidade surpreendentes. A mostra pode ser vista até
31dia próximo.
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