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sexta-feira, 10 de julho de 2015

FOTÓGRAFA MIRA AS FAMÍLIAS

Família Ting - Ting Feng, Vivian , Fifi e
 Valentina - imigrantes chineses
Será aberta hoje, dia 10, às 19 horas, no Centro Cultural dos Correios, no Terreiro de Jesus a exposição Origem - retratos de Família no Brasil da fotógrafa chinesa Fifi Tang.
Família Monfort - Carmen, Loly e Bianca -
imigrantes espanhóis.
 São 50 retratos de famílias, de etnias, níveis sociais e regiões diferentes, reunidos a partir de cerca de 15 anos de trabaho, em várias capitais do país, pela fotógrafa de origem chinesa Fifi Tong. A mostra, que é patrocinada pelos Correios, conta com curadoria de Diógenes Moura, reconhecido por seu trabalho focado na arte da fotografia.

Segundo Fifi Tong,  o projeto teve origem no ambiente doméstico. "Tudo começou com meu retrato de família. Revendo vestidos chineses  que eram de minha avó e minha mãe. Minha avó estava envelhecendo, achei que era uma oportunidade. Eram as gerações. Um retrato sem pretensão. Quando vi as fotos reveladas percebi que poderia ser um projeto significativo", lembra ela, que descende de chineses de Xangai.

Quem apresenta a exposição é  o premiado fotógrafo, pesquisador, crítico, curador, jornalista e professor Pedro Afonso Vasquez enaltece a capacidade da fotógrafa de tentar documentar o rosto de uma nação por intermédio de suas múltiplas faces individuais, privilegiando sobretudo o ser humano: “O Brasil é um pais tão singular e o brasileiro um ente tão plural que o trabalho de Fifi Tong apresenta um interesse especial para além de seus grandes méritos fotográficos, constituindo um fabuloso resumo da espécie humana. Tal como ela se aclimatou em terras tupiniquins, fortificando-se não pela subtração e sim pela adição, Fifi procurou formular uma resposta fotográfica para a célebre indagação utilizada por Gauguin como título de uma de suas telas do período taitiano: ‘Quem somos nós, de onde viemos, para onde vamos’.
Família Sá Moraes - Matilde,Maria de Fátima
e Clara, imigrantes portugueses.

O curador Diógenes Moura observa que o trabalho de Fifi Tong faz um paralelo entre a vida e a fotografia: “Como na fotografia ,a vida muda a cada instante. Os retratos surgiram porque um dia um homem ou uma mulher deixou o seu lugar de origem e entregou-se ao desconhecido em outras cidades e em outros países (...)Os retratos surgiram porque existe um lugar próximo ou muito distante chamado Brasil ”.
Em sua pesquisa, Fifi Tong enveredou pelas diversas origens do povo brasileiro. Conhecida no meio publicitário como  retratista , Fifi clicou filhos e netos de africanos, europeus e asiáticos. Um dos objetivos do livro é propor a discussão do valor da família. “Quero formar um grande banco de imagens e de dados das famílias brasileiras, e todo mundo pode participar”, explica.
Quando começou o seu projeto, a autora queria fotografar só mulheres. “Ao longo do projeto fui me abrindo: por quê não abrir para as misturas? Comecei bem devagar retratando outras famílias, por indicação de amigos. Conhecia as famílias, conversava, resolvia se ia fotografar ou não. Aí reparei como a maioria carregava traços no tempo e passei a buscar famílias com muitas gerações. A coisa foi se formando: a genética, a descendência, as famílias falando sobre elas mesmas.”

Quem é Fifi Tong

Fifi Tong é formada com o título de BFA em fotografia pelo Art Center College of Design, em Pasadena, Califórnia, nos Estados Unidos.  Em Los Angeles, iniciou sua carreira de fotógrafa, trabalhando no Trafficanda Studios. Trabalhou em Milão, como free lancer e também em estúdios de grandes agências brasileiras como a DPZ e a W/Brasil. Desde 1992 atua em estúdio próprio, realizando ensaios para moda, publicidade, catálogos e portraits