LOUVRE COMPLETA 778 ANOS E TEM EXPOSIÇÃO INÉDITA
Domínio do único fantasma de sua
história na época de Catarina de Médicis, hoje patrimônio histórico mundial, o
Louvre de Paris – que - nunca foi chamado de “Palácio”, pela antiga monarquia -
completa atualmente seu 778º aniversário e é motivo de uma retrospectiva na
prefeitura do primeiro distrito da cidade.
Do Louvre, cidadela que Felipe
Augusto mandou construir em 1204, nas margens do Rio Sena, hoje não resta mais
do que uma sala abobadada e cinco mísulas de pedra que serviam de luminárias,
descobertas no século passado. Seiscentos e sessenta anos se passaram para que
pudesse realizar o “grande designo” dos Valois e dos Bourbons-Louvre e as tulheiras
reunidos, jardins e arcos de triunfo para ser finalmente incendiado em 26 de
março de 1871, pelos combatentes da Comuna de Paris.
Fachada do Museu do Louvre, em Paris, um patrimônio universal.
Fachada do Museu do Louvre, em Paris, um patrimônio universal.
Muito antes, durante a Guerra dos
Cem Anos e a ocupação inglesa de Paris (1420/1436) o Louvre foi residência de
Henrique VI, da Inglaterra e também do regente do reino dos Lises, enquanto
Henrique VI de Windsor era coroado aos dez anos de idade rei da França e da
Inglaterra na Catedral de Notre Dâme de Paris.
O estudo arquitetônico dos 778
anos da vida do segundo palácio real da França - o primeiro foi dos Merovíngios
(primeira dinastia dos reis da França, terceira geração na ilha de La Cite - resume de fato em onze
quadros toda sua agitada história: a da época medieval, guerras de religião e
absolutismo e da corte do Rei Sol por ocasião de seu rompimento com o povo de
Paris Luís XVI, que morreu guilhotinado.
Francisco I é quem iniciou a
transformação de velha fortaleza gótica de Felipe Augusto num moderno palácio
de estilo renascentista e dá ao Louvre seu aspecto de residência real, até
então desprezado pelos reis da França que preferiam o Palácio de Tournelles e
os castelos do Loire.
A Tuleries surgirá em meados do
século XVI com a Florentina Catarina de Médicis, viúva do filho de Francisco I,
que segundo a lenda, um dia abandonou seus aposentos para sempre, assustada com
as aparições do fantasma de Juan, o desolador, a quem mandou matar.
Henrique IV, rei popular com
grandes meios financeiros, se torna, finalmente, o verdadeiro autor do “Grande
Designo” arquitetônica da época unir o Louvre e as Tuleries e fazer do todo um
conjunto principesco digno de seu século, o que só foi conseguido 200 anos
depois com Napoleão.
A revolução de 1789 é para o
Louvre e as Tuleries a hora da grande mudança. Luis XVI e a família real são
retirados à força de Versailhes por uma multidão armada de paus e pedras e
levados às Tuleries. “Festa cívica e saturnal” comentou um jornal da época
falando de seu desfecho: o uso macabro da máquina infernal inventada por
Monsieur Guillotin
Refúgios de pintores, literatos e
homens da ciência que desde o reinado de Henrique VI se beneficiavam com as
mordomias reais e que abandonado pela realeza no século das luzes em troca de
Versalhes - o Louvre e a Tuleries se transformavam sucessivamente na sede da
Academia Francesa, da Ópera - depois do incêndio da sala do Palácio Real
chamado oportunamente de Palácio Cardeal e até da Comédia Francesa, que se
instalou na sala das máquinas, onde Voltaire viveu sua famosa “Apoteose”
enterrado por um sudário de flores e coroas três meses antes de sua morte.
Símbolo da beleza feminina, a Vênus de Milo,obra do acervo do Louvre.
Símbolo da beleza feminina, a Vênus de Milo,obra do acervo do Louvre.
Três séculos de trabalhos pesados
que três dias e três noites de violento incêndio reduziram a cinzas há pouco
mais de cem anos e sepultaram na eternidade.
Desde página da história francesa
fica hoje o Louvre, grandiosa pinacoteca e museu universal, cujos muros abrigam
a Igreja Real de Saint-Germain L’Auxerrois, a mesma que com seus sinos anunciam
estrondosamente, ao povo de Paris o massacre dos protestantes na noite de São
Bartolomeu.
NOVAS PROPOSTAS PARA DINAMIZAR A
FOTOGRAFIA
Preservação da memória, apoio
efetivo do Estado à produção, regulamentação da profissão, direito autoral e
incremento das atividades nas associações da classe foram os principais temas
debatidos da 1ª Semana da Fotografia que reuniu, durante três dias seguidos,
representantes de onze estados no Núcleo de Fotografia da Funarte.
O maior saldo do encontro foi à
dedicação desses profissionais que conseguiram compor um painel da fotografia
de Norte a Sul do país, descobrindo que seus interesses e preocupações estão
sendo compartilhados pelo Núcleo. Participaram da Semana os fotógrafos: Milton
Guran, de Brasília; José Albano, do Ceará; Gustavo Moura, da Paraíba; Waldir
Afonso, de Pernambuco; Bené Fonteles, do Mato Grosso; Cláudio Versiani, de
Minas Gerais; Pedro Vasquez, do Rio de Janeiro; Nair Banedicto, de São Paulo; Orlando
Azevedo, do Paraná e Luiz Carlos Felizardo, do Rio Grande do Sul; e ninguém da
Bahia!
DESCENTRALIZAÇÃO
Terminado o Encontro os
fotógrafos ainda continuaram trabalhando mais um dia na conclusão de um documento
com sugestões a política geral do Núcleo, que é a de descentralizar sua atuação
pelo Brasil. É o que já vem acontecendo, por exemplo, com as exposições
programadas que circulam em rodízio por vinte e quatro estados.
Entre as sugestões apresentadas
estão a edição e divulgação dos debates
realizados no encontro, a realização anual da Semana da Fotografia, exposições
regionais com seleção pelos representantes locais e do Núcleo, publicação de
catálogos desses mostras, co-edição de trabalhos fotográficos com instituições
locais, maior aproveitamento da produção local no Projeto Itinerância do
Núcleo, abertura de novos espaços para exposições, edição de um boletim
informativo de distribuição nacional, realização de cursos e eventos para levantamento
e preservação do acervo fotográfico nacional, apoio a todos os fotógrafos de
todas as regiões, apoio a regulamentação da profissão e incremento das
discussões nas associações da classe.
MOBILIZAÇÕES DA CLASSE
O ponto forte do encontro foi constatar a mobilização da classe: a maioria dos fotógrafos ficou trabalhando mais um dia na redação da Carta da 1ª Semana da Fotografia que concluiu pela necessidade da divulgação do decreto-lei 5.988, que dispõe sobre direitos autorais, pelo respeito ao crédito obrigatório e toda e qualquer foto publicada, adoção de um contrato de licença de reprodução da obra fotográfica em substituição as sessões de direitos existente, denúncia e abolição de concursos fotográficos, cujo regulamento ficam o interesse da classe, formação da Associação dos Titulares de Direitos Autorais de Fotografia para controle e arrecadação dos direitos autorais, segundo resolução do Conselho Nacional de Direito Autoral, apoio efetivo do poder público a produção fotográfica nacional, implantação urgente de uma política nacional de preservação da Memória Fotográfica, restrição a utilização abusiva da fotografia estrangeira, regulamentação profissional que atenda às necessidades e anseios de toda a classe e rediscussão das atividades das associações existentes no país e criação de novas quando for necessário.
O quadro não se modifica muito na
Bahia e em Minas Gerais ,
embora nesses dois estados aja um forte mercado publicitário, ficando o
problema maior ainda por conta dos salários. Mas, os mineiros preparam um
jornal de fotografia patrocinado por uma lavanderia. Na Bahia acredita-se que o
marasmo é devido a falta de apoio cultural para exposições, o que já não
acontece em Brasília, Curitiba e Porto Alegre, principalmente nestes dois
últimos tradicionais centros culturais. Curitiba realizou 13 exposições somente
este ano, possui 50 agências de publicidade, vários cursos, fácil acesso a
compra de equipamentos e uma importante mostra anual, a 6ª Mostra de
Fotojornalismo do Paraná.
Porto Alegre também se encontra
no mesmo plano e na publicidade tem-se ali a sede de uma das maiores agências do
país.
O jornalismo oferece uma boa escola
sobressaindo-se o trabalho realizado pelo Cool Jornal, agora com ritmo mais lento,
mas que deu impulso a fotografia porto alegrense, após um período de grande
expressão do Jornal Folha da Manhã.
MURAL
FOTOS DE MECENAS – No próximo dia
23 de setembro, Mecenas Salles inaugura a sua exposição de fotografias na
Pousada do Carmo, às 21 horas. A mostra, denominada Momentos..., compõe-se de
ampliações em cor, bem como retratos em preto-e-branco feito pelo autor.
Mecenas foi um dos pioneiros da TV Itapoãn como apresentador e diretor de
vários programas de sucesso: esta é a sua segunda mostra individual e
representa uma homenagem à Bahia, de onde está ausente há 16 anos.
Suas fotos participaram de
exposições em diversos países tendo recebido entre outros prêmios, Medalha de
Prata, na Hungria; Medalha Fiap, Fedaration International D’Art;
Photographique e diversas medalhas de
ouro no Brasil.
Seus trabalhos foram publicados
em diversas revistas, inclusive na Revista Geográfica Universal. O tema desta
exposição é sobre a natureza, onde as cores e formas são manipuladas por sua câmara,
causando um agradável efeito visual, quer pela unidade dos trabalhos, quer
pela qualidade individual. Faz parte da
mostra uma série de retratos de artistas baianos amigos seus de diversas
épocas.
CARTUM – O Jornal Yomiuri Chimbun
, de Tóquio, está promovendo um concurso internacional de cartum, aberto a
participantes e profissionais de todas as idades. As inscrições podem ser
feitas até 30 de outubro mediante o envio dos trabalhos para The International
Cartoon Contest , Section, The Yomiuri Chimbon, 1-7-1 Otemachi ,Chiyoda-Ku,
Tóquio-100. O concurso é dividido em dois temas, um livre e outro sobre heróis.
Cada trabalho não deverá
ultrapassar a dimensão de 27,9cm por 42 cm . Há total liberdade quanto ao estilo e
técnica, bastando que o trabalho tenha condições de permitir uma boa impressão.
Uma boa oportunidade para os cartunistas
baianos que sempre reclamam de falta de promoções. Esta vem do Japão e é
quente.
ARTE AFRICANA – O Centro de
Estudos Afro-Orientais da Ufba está convidando para o Curso de Arte Africana
Tradicional que começa hoje e vai até o dia 1º de outubro. O curso será
ministrado pelo professor Nigeriano Babatundê Lawal às segundas, quartas e
sextas-feiras sempre no horário das 16 horas. O Ceao fica na Avenida Leovigildo
Filgueiras, 392, no bairro do Garcia. O curso será concentrado na arte yorubá,
devido a sua presença e influência na arte feita no Brasil.O professor é Chefe
do Departamento da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Ifé, Nigéria.
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