TATAU BUSCA CORES FORTES
Buscando a vida é o nome da exposição que Tatau vai abrir,
no Escritório de Arte da Bahia. Conhecido por sua extrema capacidade de
realizar, procurar movimentar o ambiente artístico, ele agora se lança para
mostrar sua recente produção marcada pelas tonalidades vibrantes. As emoções
estampadas em seu rosto jovem, a inquietude própria de sua juventude podem ser
captadas nos movimentos das manchas que se entrecruzam. Os tons alegres de alma
tropical.
Composição em Vermelho e Branco, acrílica sobre tela de Tatau.
Na realidade este pintor que veste também a camisa de
animador cultural tem contribuído para que o movimento artístico baiano,
especialmente dos jovens pintores, saia de quando em vez do marasmo. Sua
galeria no Pelourinho é um ponto de referência para os jovens artistas,
inclusive lá são realizados cursos, palestras, encontros e outros eventos
ligados à arte baiana.
A ARTE EM PADEIRA DE PEPE
Bonitas bengalas talhas, oratórios, móveis são alguns dos
objetos esculpidos pelo dublê de artista e comerciante José Rivas. Evidente que
a atividade comercial está intimamente ligada à arte, já comercializa joias,
muitas delas trabalhadas com maestria por anônimos artesãos. Agora, este
galiciano-baiano resolveu apresentar as suas obras, sem qualquer preocupação
com vendas. Vale pelo prazer de mostrar a seus amigos e convidados este seu
lado artístico, esta sua vontade de expressar através das esculturas que é
capaz de fazer.
O artista José Rivas Quinteiro é mais conhecido como o Pepe
da Primavera, natural de Outerelo, paróquia de Lougares, em Mondariz, província
de Pontevedra, como a maioria dos galegos que aqui chegaram, constituíram
famílias e são também responsáveis pelo desenvolvimento do nosso estado,
especialmente de Salvador. Ele vai expor de 22 a 30 deste mês no salão Carlos
Lopez Muniz, da Sociedade Cultural Caballeros de Santiago, no bairro do Rio
Vermelho. Além de esculpir a madeira, Pepe faz peças incrustações de ossos,
pedras preciosas e metais de valor, dando maior requinte aos objetos,
especialmente às bengalas. Antigamente estas incrustações marcavam para a
sociedade a importância do cidadão que as conduziam. Era mais um símbolo de
elegância e poder. E, agora Pepe nos reporta a estes tempos com suas bengalas
com belas formas e incrustações.
O artista Rogério Gomes realizou recentemente, uma nova
exposição, sendo desta vez em São Paulo, que, segundo me afirmou, representou
uma síntese evolutiva do seu trabalho. A mostra ficou na estação Ana Rosa, do
Metrô paulista, e recebeu o nome de Metrópolis. Ele tem consciência do seu
papel de artista e, escreveu no catálogo/ convite que “pintar implica em lento
e racional processo. A elaboração de uma ideia, cuja conclusão resulta em
objeto, reflete meu ofício. O curioso nesta fascinante ação do fazer é o
momento em que a manifestação rápida da ideia preexiste ao gesto de desenhar,
de construir naqueles, de dimensionar o projeto, de escolher suporte e,
finalmente, pintar”.
Reprodução em detalhe de obra de autoria de Rogério Gomes.
É claro que estas afirmações acima de Rogério são recheadas
de pura consciência, porque sua arte é muito racional, limpa e pensada.
Entretanto, muitos artistas pintam ao sabor das emoções, deixando fluir o
pincel sobre uma tela ou uma folha de papel. Voltando à obra de Rogério Gomes,
ele escolheu expor numa estação de metrô porque este equipamento de transporte
urbano é presença forte nas metrópoles, como São Paulo. “Ambiente público,
lúdico, democrático, aproximações, indiferenças e passos se entrecruzam. Rede
de linhas retas, diagonais e oblíquas, interrompidas pelos trens deslizando
sobre paralelas. Antagonicamente, tem-se a verticalidade instigante da cidade
espargindo-se sobre a horizontalidade insinuante do metrô”. Portanto, as obras
de Rogério Gomes encontraram um local adequado para serem vistas pelos usuários
do metrô que passam apressados e que encontraram nelas um instante para quebrar
a ansiedade do dia-a-dia.
ARTISTAS ILUSTRAM POEMAS
Na próxima quinta-feira, dia 21, quem for ao lançamento do
livro de Sérgio Mattos, Estandarte, na NR Galeria de Artes, no Shopping
Iguatemi, terá a oportunidade de apreciar seus poemas ilustrados por vários
artistas baianos. Dentre os ilustradores estão nomes como Floriano Teixeira, J.
Arthur, Fernando Freitas Pinto, Gentil, Roberval Marinho, Reinaldo Gonzaga,
Carlos França, Paulo Soares, Núbia Cerqueira, Jorge Silva, Ruy Carvalho e
outros. Estandarte, é editado pelas Edições GRD, é o sexto livro individual do
poeta e jornalista Sérgio Mattos, que, com este lançamento, comemora trinta
anos de criação.
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