BUROCRATAS MUNICIPAIS NÃO RESPEITAM
AS OBRAS DE ARTE
O pintor baiano Esperidião Mattos tem sido uma vítima constante de alguns órgãos públicos. basta dizer que já foi obrigado a mudar de residência duas vezes, e atualmente, está novamente sendo importunado por uma obra da Telebahia, que inclusive não lhe permite trabalhar com tranquilidade. Agora, chegou a vez da Prefeitura Municipal importuná-lo, aliás, de desrespeitar seu próprio trabalho artístico. Esperidião Mattos é autor de vários murais que existem na parte alta do Elevador Lacerda onde retrata pontos pitorescos da Cidade. Recentemente ele teve o cuidado de restaurar todos os murais para que o turista que nos visita tenha uma visão, mesmo que rápida, de nossa Salvador.
Estes anúncios indicam, no mínimo, o mal gosto do autor.
Porém, os burocratas da Prefeitura , que certamente não gostam de arte, mandaram afixar alguns painéis eletrônicos com propagandas de gosto duvidoso, basta dizer que numa delas anuncia uma empresa de limpa fossas. E, onde instalaram os tais painéis de propaganda? Exatamente em cima das pinturas de Esperidião. É o caso da Associação dos Artistas Plásticos da Bahia e outros órgãos ligados à cultura baiana protestarem junto à Prefeitura contra esta falta de respeito para com o artista. Aliás Esperidião não é a única vítima. O pintor Carlos Bastos já teve vários de seus murais e painéis destruídos ou danificados, e ele, também, pode atestar esta falta de sensibilidade que não está localizada apenas nos gabinetes das repartições públicas.
Os murais foram pintados em 1954 e a escolha da parte interna do Elevador Lacerda foi feita pela artista " porque por ali transita, diariamente, muita gente que visita a Bahia. Trabalhei durante dois meses e muitas vezes varei a noite em cima de andaimes retratando o Forte de Monte Serrat, Farol da Barra, São Francisco, a bela portada do Liceu de Artes e Ofícios, dentre outros. Alguns locais retratados já mudaram de feição devido a sanha do progresso que muitas vezes destrói. Aquilo que fiz é um pedaço da memória desta cidade que vem sofrendo e sendo descaracterizada com a febre imobiliária", diz Esperidião. Por ouro lado, lembra o artista que " os murais foram pintados por mim, mas custaram o dinheiro público, e é um patrimônio da Prefeitura que não se pode desprezar desta forma". Está ai o desabafo de um artista que pertence à escola do mestre Presciliano Silva e Mendonça Filho e que ama a sua cidade e merece respeito como pessoa humana e pela sua própria obra!
ARTISTAS FAZEM PAINEL EM HOMENAGEM A GLAUBER ROCHA
Mesmo com poucos recursos, vários artistas baianos trabalham com afinco visando concluir, na próxima semana, o painel de 72 metros quadrados que aproveitará o espaço da lateral do Cine Glauber Rocha, como uma das atividades que integram a programação da Jornada de Curta-Metragem, a ser instalada no dia 8. O painel é uma justa homenagem ao mais inquieto e criador dos cineastas brasileiros, Glauber Rocha. Integrante da produção do painel Claudio Lius Pereira mostrou a importância de se ocupar um espaço vazio, com trabalhos de artistas baianos e, além da pintura, serão utilizados trabalhos em tecido, madeira e outros que comporão os cinco pedaços de parede branca, que serão vistos à distância devido a sua excelente localização.
Mesmo enfrentando dificuldades artistas trabalham no mural em homenagem a Glauber Rocha.
Entre os artistas , que participam do trabalho, estão Juarez Paraíso, Renato Viana, Renato da Silveira e Graça Ramos, dentre outros, todos empenhados em divulgar a mostra de cinema de curta-metragem, evento considerado dos mais importantes do setor. A ideia inicial seria a de que o mural fosse inaugurado na data da abertura da jornada, mas a chuva atrasou todo o trabalho, muito embora de qualquer forma, os artistas continuem se esforçando na sua agilização.
Mesmo preferindo não comentar muito o assunto, os artistas estão utilizando unicamente verbas da jornada, já que não houve interesse por parte de patrocinadores. E o cálculo inicial é de que se gaste cerca de Cr&400 mil somente em material. A participação dos artistas tem se dado de forma gratuita, com o único objetivo de divulgar a arte.
ACERVO DO MUSEU DE MONTE SANTO
EXPOSTO NO DIA 10.
O acervo do Museu de Monte Santo ou Museu do Sertão , que será inaugurado no dia 1º de novembro, em Monte Santo, ficará em exposição a partir do próximo dia 10, no Museu de Ciências e Tecnologia, de acordo com o convênio assinado com a Emtur - Empreendimentos Turísticos S/A, empresa subsidiária da Bahiatursa, visando a divulgação desse patrimônio junto à população de Salvador. O Museu do Sertão faz parte do Projeto Turístico de Canudos, desenvolvido para equipar a extensa área sertaneja entre Caldas do Jorro e Monte Santo. Durante o período de inauguração do museu, será realiza\do na região o I Encontro de Arte Sertaneja e apresentação de uma peça sobre a Guerra de Canudos. Foto do Museu do Sertão.
O grande enfoque da exposição do Museu da Ciência e Tecnologia, em Pituaçu, será o acervo dos ex-votos do sertão baiano, com cerca de 400 peças que serão apresentadas dentro de um estudo histórico confrontado com os ex-votos de outras regiões brasileiras, como Ceará e Minas Gerais. Ainda durante a exposição, haverá um painel de todo o acervo do Museu do Sertão, com uma apresentação de pequenas peças. Esta será a primeira de uma série de amostragens programadas para Salvador, em outros locais como o Centro de Exposições do CAB e a Universidade Federal da Bahia, antes do acervo seguir para Monte Santo.
NOVAS ATRAÇÕES
O prédio do Museu do Sertão foi doado pela prefeitura de Monte Santo através de convênio com a Emtur, que é responsável pelas obras de reforma do casarão e organização do acervo inicial. O investimento custou cerca de Cr$10 milhões, com recursos provenientes do governo do Estado, e da Sudene. O museu preservará a memória e a cultura popular de uma das mais notáveis regiões do sertão nordestino, constituindo-se em uma nova atração que, ainda aos aspectos culturais, será um grande reforço para o incremento do fluxo turístico.
O acervo inicial do Museu do Sertão é composto de ex-votos da região, principalmente de Monte Santo; reproduções fotográficas sobre Canudos - cópias do Museu da República, no Rio de Janeiro; aquarelas de Caribé sobre Usos e Costumes da Bahia, feitas em 1964 e editadas em 1982; reprodução fotográficas de gravuras do pintor Ib Andersen, que serviram de ilustrações para a edição dinamarquesa do livro Os Sertões; microfilmes de jornais da época sobre a Campanha de Canudos e um audiovisual de Mário Cravo, com música de Lindembergue Cardoso. O museu deverá também reunir peças de artesanato decorativo , utilitário e outros elementos da cultura regional.
O 1º Encontro de Arte Sertaneja será realizado nos dias 29,30 e 31 de outubro, em Caldas do Jorro. O encontro terá forma de uma grande feira, por ser este um evento característico do Nordeste, considerado local das grandes decisões entre o povo sertanejo. Vai reunir todas as manifestações da região, entre elas exposição de medicina popular, literatura de cordel, feira de artesanato artístico e utilitário, culinária, desafios, repentes,moda de viola, contadores de histórias, danças folclóricas, banda de pífanos com 16 componentes e atrações nacionais: Gereba e Capenga, Pedro Sertanejo, Oswaldinho e o poeta João Bá.
Os participantes do encontro são pessoas da região de Feira de Santana,Ichu,Serrinha,Tucano,Euclides da Cunha, Caldas do Jorro, Monte Santo, Nova Soure, Ribeira do Pombal, Cipó, Cícero Dantas e Jeremoabo. Dentro do programa de inauguração do Museu do Sertão haverá ainda a apresentação da peça O Evangelho Segundo Zé Bedeu ou Vida, Paixão e Morte de Antônio Conselheiro, ou A Guerra de Canudos, no Santuário da Santa Cruz do Monte Santo, com texto de César Vieira, direção de Manoelito Guimarães e elenco da oficina de teatro do Sesi de Feira de Santana. O texto desta peça foi considerado pela Associação Paulista de Críticos de Arte , como melhor texto brasileiro, em 1971 e o melhor espetáculo do Festival Mundial de Teatro em Nancy, França, e do Festival Mundial de Manizalles, na Colômbia, em 1973.Dentro da programação, haverá , ainda, na Praça de Monte Santo, apresentação de zabumba, violeiros, desafios, Gereba e Capenga, Pedro Sertanejo e Oswaldinho.
IGREJAS BAIANAS RETRATADAS
O pintor italiano Ilio Burruni , radicado no Brasil desde 1953, inaugura, dia 8 de setembro, às 21 horas, sua oitava exposição individual em nosso país, na Galeria de Arte Banerj, no Rio de Janeiro. As igrejas barrocas brasileiras, muitas das quais baianas, é o principal tema de sua pintura,que ele as evoca através de uma pintura chapada, cores suaves realçando o desenho arquitetural."! Estava acostumado àquele barroco da Europa, complicado, cheio", diz o artista referindo-se à descoberta do barroco no Brasil, "quando vi esse barroco de uma pureza, quase infantil, àquelas igrejas brancas, algumas, infelizmente, em ruínas, foi uma emoção muito grande. Nunca mais me libertei daquela impressão. Então, uma vez escolhido o tema, saí pesquisando esse assunto pelo qualquer já era fascinado". Ilio nasceu em 1917 na Sardenha, Itália. Formado em Direito pela Universidade de Siena , estudou pintura com o pintor Barone Mano. Aos 33 anos , chegou ao Brasil, após um breve período em Buenos Ayres. Até então expressionista, Burruñi aos poucos foi despojando o seu trabalho até simplificá-lo ao atual estágio. Foto da obra Igreja da Barroquinha.
ARTISTAS FAZEM PAINEL EM HOMENAGEM A GLAUBER ROCHA
Mesmo com poucos recursos, vários artistas baianos trabalham com afinco visando concluir, na próxima semana, o painel de 72 metros quadrados que aproveitará o espaço da lateral do Cine Glauber Rocha, como uma das atividades que integram a programação da Jornada de Curta-Metragem, a ser instalada no dia 8. O painel é uma justa homenagem ao mais inquieto e criador dos cineastas brasileiros, Glauber Rocha. Integrante da produção do painel Claudio Lius Pereira mostrou a importância de se ocupar um espaço vazio, com trabalhos de artistas baianos e, além da pintura, serão utilizados trabalhos em tecido, madeira e outros que comporão os cinco pedaços de parede branca, que serão vistos à distância devido a sua excelente localização.
Mesmo enfrentando dificuldades artistas trabalham no mural em homenagem a Glauber Rocha.
Entre os artistas , que participam do trabalho, estão Juarez Paraíso, Renato Viana, Renato da Silveira e Graça Ramos, dentre outros, todos empenhados em divulgar a mostra de cinema de curta-metragem, evento considerado dos mais importantes do setor. A ideia inicial seria a de que o mural fosse inaugurado na data da abertura da jornada, mas a chuva atrasou todo o trabalho, muito embora de qualquer forma, os artistas continuem se esforçando na sua agilização.
Mesmo preferindo não comentar muito o assunto, os artistas estão utilizando unicamente verbas da jornada, já que não houve interesse por parte de patrocinadores. E o cálculo inicial é de que se gaste cerca de Cr&400 mil somente em material. A participação dos artistas tem se dado de forma gratuita, com o único objetivo de divulgar a arte.
ACERVO DO MUSEU DE MONTE SANTO
EXPOSTO NO DIA 10.
O acervo do Museu de Monte Santo ou Museu do Sertão , que será inaugurado no dia 1º de novembro, em Monte Santo, ficará em exposição a partir do próximo dia 10, no Museu de Ciências e Tecnologia, de acordo com o convênio assinado com a Emtur - Empreendimentos Turísticos S/A, empresa subsidiária da Bahiatursa, visando a divulgação desse patrimônio junto à população de Salvador. O Museu do Sertão faz parte do Projeto Turístico de Canudos, desenvolvido para equipar a extensa área sertaneja entre Caldas do Jorro e Monte Santo. Durante o período de inauguração do museu, será realiza\do na região o I Encontro de Arte Sertaneja e apresentação de uma peça sobre a Guerra de Canudos. Foto do Museu do Sertão.
O grande enfoque da exposição do Museu da Ciência e Tecnologia, em Pituaçu, será o acervo dos ex-votos do sertão baiano, com cerca de 400 peças que serão apresentadas dentro de um estudo histórico confrontado com os ex-votos de outras regiões brasileiras, como Ceará e Minas Gerais. Ainda durante a exposição, haverá um painel de todo o acervo do Museu do Sertão, com uma apresentação de pequenas peças. Esta será a primeira de uma série de amostragens programadas para Salvador, em outros locais como o Centro de Exposições do CAB e a Universidade Federal da Bahia, antes do acervo seguir para Monte Santo.
NOVAS ATRAÇÕES
O prédio do Museu do Sertão foi doado pela prefeitura de Monte Santo através de convênio com a Emtur, que é responsável pelas obras de reforma do casarão e organização do acervo inicial. O investimento custou cerca de Cr$10 milhões, com recursos provenientes do governo do Estado, e da Sudene. O museu preservará a memória e a cultura popular de uma das mais notáveis regiões do sertão nordestino, constituindo-se em uma nova atração que, ainda aos aspectos culturais, será um grande reforço para o incremento do fluxo turístico.
O acervo inicial do Museu do Sertão é composto de ex-votos da região, principalmente de Monte Santo; reproduções fotográficas sobre Canudos - cópias do Museu da República, no Rio de Janeiro; aquarelas de Caribé sobre Usos e Costumes da Bahia, feitas em 1964 e editadas em 1982; reprodução fotográficas de gravuras do pintor Ib Andersen, que serviram de ilustrações para a edição dinamarquesa do livro Os Sertões; microfilmes de jornais da época sobre a Campanha de Canudos e um audiovisual de Mário Cravo, com música de Lindembergue Cardoso. O museu deverá também reunir peças de artesanato decorativo , utilitário e outros elementos da cultura regional.
O 1º Encontro de Arte Sertaneja será realizado nos dias 29,30 e 31 de outubro, em Caldas do Jorro. O encontro terá forma de uma grande feira, por ser este um evento característico do Nordeste, considerado local das grandes decisões entre o povo sertanejo. Vai reunir todas as manifestações da região, entre elas exposição de medicina popular, literatura de cordel, feira de artesanato artístico e utilitário, culinária, desafios, repentes,moda de viola, contadores de histórias, danças folclóricas, banda de pífanos com 16 componentes e atrações nacionais: Gereba e Capenga, Pedro Sertanejo, Oswaldinho e o poeta João Bá.
Os participantes do encontro são pessoas da região de Feira de Santana,Ichu,Serrinha,Tucano,Euclides da Cunha, Caldas do Jorro, Monte Santo, Nova Soure, Ribeira do Pombal, Cipó, Cícero Dantas e Jeremoabo. Dentro do programa de inauguração do Museu do Sertão haverá ainda a apresentação da peça O Evangelho Segundo Zé Bedeu ou Vida, Paixão e Morte de Antônio Conselheiro, ou A Guerra de Canudos, no Santuário da Santa Cruz do Monte Santo, com texto de César Vieira, direção de Manoelito Guimarães e elenco da oficina de teatro do Sesi de Feira de Santana. O texto desta peça foi considerado pela Associação Paulista de Críticos de Arte , como melhor texto brasileiro, em 1971 e o melhor espetáculo do Festival Mundial de Teatro em Nancy, França, e do Festival Mundial de Manizalles, na Colômbia, em 1973.Dentro da programação, haverá , ainda, na Praça de Monte Santo, apresentação de zabumba, violeiros, desafios, Gereba e Capenga, Pedro Sertanejo e Oswaldinho.
IGREJAS BAIANAS RETRATADAS
O pintor italiano Ilio Burruni , radicado no Brasil desde 1953, inaugura, dia 8 de setembro, às 21 horas, sua oitava exposição individual em nosso país, na Galeria de Arte Banerj, no Rio de Janeiro. As igrejas barrocas brasileiras, muitas das quais baianas, é o principal tema de sua pintura,que ele as evoca através de uma pintura chapada, cores suaves realçando o desenho arquitetural."! Estava acostumado àquele barroco da Europa, complicado, cheio", diz o artista referindo-se à descoberta do barroco no Brasil, "quando vi esse barroco de uma pureza, quase infantil, àquelas igrejas brancas, algumas, infelizmente, em ruínas, foi uma emoção muito grande. Nunca mais me libertei daquela impressão. Então, uma vez escolhido o tema, saí pesquisando esse assunto pelo qualquer já era fascinado". Ilio nasceu em 1917 na Sardenha, Itália. Formado em Direito pela Universidade de Siena , estudou pintura com o pintor Barone Mano. Aos 33 anos , chegou ao Brasil, após um breve período em Buenos Ayres. Até então expressionista, Burruñi aos poucos foi despojando o seu trabalho até simplificá-lo ao atual estágio. Foto da obra Igreja da Barroquinha.
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