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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

VISUAIS - MUNDO ABSTRATO - 13 DE NOVEMBRO DE - 2001


JORNAL A TARDE SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2001

                                                     MUNDO ABSTRATO

 Continua sendo muito visitada a mostra de Elder Carvalho na Galeria MCR, na Avenida Oceânica. Ele consegue reunir, nas telas, pedaços de um mundo partido pela presença do tempo. Este tempo que deixa a marca nas pessoas, nos sentimentos, no mármore e até no aço. Nada escapa da sua caminhada na corrida dos segundos.
E este artista, com a sensibilidade inata, consegue reproduzir flagrante de um mundo marcado por rabiscos, anotações, pinturas, colagens. Ele cria um mundo abstrato, no qual, de quando em vez, aparecem volumes de objetos indefinidos. Tenho admiração pela obra de Elder e, nessa mostra, o que mais me chama a atenção é a capacidade dele em combinar cores.
A tela Abstrato , em acrílica de 80cm x 120cm.Parecem duas telas distintas.
Não são cores cruas, elas surgem diluídas determinando espaços, o que nos permite até imaginar vários quadros numa só tela. Diante de uma delas, pude fazer um exercício lúdico e construir cinco pequenas obras verticais, caso fosse possível reparti-la.
Claro que é um mero exercício. Suas telas em acrílica não são simples obras decorativas, porque elas têm um significado muito mais profundo. Merecem estar em qualquer conjunto de obras que se deseje escolher para compor o acervo de uma importante coleção ou mesmo de um museu de obras contemporâneas.

                                                 FERJÓ E SUA CAMINHADA

O artista baiano Ferjó, radicado nos Estados Unidos há vários anos, continua a carreira de sucesso, e, vez por outra, retorna a Salvador, para fortalecer as raízes e visitar a família e amigos. O artista tem um contato com uma rede de galerias, que somam 33, espalhadas por várias cidades americanas, a Wentworth Gallery. Devido a este contrato, atividade de pintor é muito intensa porque, além de comercializar as telas, ele trabalha também visando à reprodução de algumas delas, que são vendidas a preço mais acessíveis. Posso afirmar que Ferjó é um dos artistas de origem brasileira mais bem sucedido nos Estados Unidos. Muitos trabalhos dele mostram salas, corredores e quartos, tendo nas paredes obras de artistas consagrados, como Picasso, Leonardo Da Vinci, Miró, Magrite e muitos outros. Essa capacidade tem chamado muito atenção de críticos e colecionadores americanos, além, é claro, da qualidade técnica. Os efeitos da luz, o detalhismo dos objetos, são também destaque nas obras.

                                                              OLNEY SÃO PAULO

A história do País Basco está longe de ser tranqüila. Pela localização geográfica, esta terra de pastores viu passar povos e governantes diversos. È o que garante atualmente a presença de testemunhos históricos muitos ricos, misturados com a incerteza de suas origens, sobretudo da língua basca, euskara. O País Basco- assim denominado e reivindicado pelos bancos- é hoje dividido em duas partes. Uma, sob ocupação francesa, depois de 1879, que são as províncias de Labourd, Basse Navarre e Soule; outra, sob domínio espanhol depois de 1800, que são Guipuzcoa, Biscaye, Alava e Haute-Navarre. Destas, são pseudoautônomas: Guipuzcoa, Biscaye e Alava, mas a preço de sangue, num conflito marcado pela intolerância dos governantes franco- espanhóis, que se recusam a negociar com os líderes separatistas do povo basco, gerando uma guerra com os extremistas bascos, outrora livres da clandestinidade.
Esta exposição recebe o nome de EusKadi To Askatasuma ou País Basco e Liberdade. O interesse pelo o tema nasceu por causa das origens bascas do baiano Olney São Paulo, filho do cineasta do mesmo nome, e que tem um desejo de paz que só pode ser encontrado a partir da própria liberdade.

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