JORNAL A TARDE SALVADOR,
TERÇA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2001
PAISAGENS URBANAS DE HENRIQUE PASSOS
O artista Henrique Passos é hoje
um dos melhores paisagistas da Bahia . Debruçado numa janela imaginária, ele
observa o tempo passar e flagra, com seus pincéis, momentos da vida da cidade.
Às vezes, transporta personagens de outras épocas para a paisagem de hoje. Ele
estará expondo, a partir do próximo dia 30, quando acontecerá o vernissage, às
20 horas, na MCR Galeria de Arte, que fica na Avenida Oceânica, numa das lojas
de Ondina Apart Hotel.
Veja o que escrevi para o
catálogo da exposição: “O homem apressado que passa dirigindo seu automóvel
preocupado com o trânsito e os buracos nas pistas não dispõe de tempo para
olhar a paisagem da cidade. Somente o carona ou pedestre sensíveis conseguem
ver e valorizar um pedaço de um espaço urbano ou mesmo rural. Um simples tronco
ou a copa de uma árvore frondosa, a florzinha que se debruça sobre uma pedra, a
pequena moita de capim que balança ao vagar das águas de um riacho. Este olhar
sensível está presente nas obras de Henrique Passos, um paisagista que retrata
a Bahia romântica como ninguém”, Ele é capaz de vivenciar uma imagem poética
nas margens da movimentada Avenida Centenário e nos encantar com a grandiosidade
do Campo Grande. Henrique Passos transporta personagens de outras épocas para
as paisagens de hoje e vice-versa. Ele brinca com os personagens e as paisagens
que pinta, como uma criança com suas figuras de armar. A qualidade do traço, a
composição, as pinceladas ou mesmo quando usa a espátula, Henrique define, com
segurança, seus personagens. È um mestre da paisagem.
Reprodução da obra Monumento ao 2 de Julho, óleo sobre tela de Henrique Passos.
FOTOGRAFIA E COMPUTAÇÃO
A exposição Antropologia de uma
Nação, de André Faria, foi aberta ontem no espaço Calasans Neto (Uec-Pituba). O
artista mostra 12 peças que combinam a técnica com elementos de computação
gráfica. “O retrato sócio-cultural de uma nação - seja um bairro de Salvador ou
até mesmo a América Latina - está estampado neste trabalho. É uma nação
angustiada, fortemente marcada pela religiosidade e que clama por piedade”, explica
o autor, que realiza a primeira individual, depois de ser selecionado pela
comissão julgadora do edital do espaço Calasans Neto. “As crenças, os
comportamentos e o modo como se organiza a sociedade são com uma colcha de
retalhos que encobre os conflitos e tensões sociais”. Adianta André de Faria,
para definir o próprio trabalho. Por pensar assim, ele articulou para a
abertura da exposição uma performance para ensaio fotográfico, realizada pelo
modelo-vivo Paulo Lázaro e pelos percussionistas Edvaldo Bolagi e Saputi.
ALUNOS E FUNCIONÁRIOS
Em sua segunda edição, a
exposição dos trabalhos dos alunos e colaboradores da Acbeu está sendo
realizada até a próxima sexta-feira, na Exhibit da Acbeu da Avenida Magalhães
Netto, e apresenta obras de 38 autores, entre alunos e funcionários.
Comemorativa aos 60 anos de
fundação da instituição, que tem como um dos objetivos o incentivo à produção
artística local, esta exposição vem-se firmando no calendário de atividades
culturais da associação, por oferecer aos participantes a possibilidades de
exporem os trabalhos de forma adequada, contando com toda a infra-estrutura de
montagens, divulgação e exibição. Estão sendo apresentados trabalhos nas mais
diversas técnicas, como pintura, desenho, fotografia, colagens, objetos etc. A
diversidade está presente também na idade dos participantes: de crianças e adultos.
“Fico feliz em ver a grande participação de crianças e adolescentes nesta
exposição”, afirma Stella Carrozzo, que é artista plástica e supervisora da
galeria e uma integrante da exposição.
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