JORNAL A TARDE SALVADOR,
TERÇA-FEIRA, 07 AGOSTO DE 2001
LIVRO SOBRE CARLOS BASTOS
Será lançado amanhã, às 18 horas,
na Fundação Casa de Jorge Amado, Pelourinho, um livro de arte em homenagem ao
artista plástico Carlos Bastos, intitulado Carlos Bastos-Desenhos. O livro traz
reproduções de obras de várias fases do artista, desde o início da carreira, no
final dos anos 40, quando realizou a primeira exposição individual, na
Biblioteca Pública de Salvador. Com tiragem de 2 mil exemplares, o livro
integra a série Desenhos e tem o mesmo padrão dos anteriores, que registraram a
trajetória dos artistas Floriano Teixeira, Mário Cravo Jr. e Calasans Neto.
Vale destacar que o patrocínio da Copene está sendo viabilizado através do
Fazcultura. A publicação será vendida a R$ 10,00 e toda a renda será doada ao Núcleo
de Apoio ao Combate do Câncer Infantil. Responsável pela pesquisa e edição do
projeto Série Desenhos, Claudius Portugal explica que a coleção tem caráter
didático, por retratar o processo evolutivo do artista, do anonimato à
maturidade.
IVO NETO
Ivo é filho de artista. O pai,
Ivan Lopes, passou-lhe as primeiras noções de pintura. Formou-se em artes
plásticas pela Ufba e já trabalhou em diversas obras de restauração de bens
culturais da Bahia e de Alagoas, principalmente, pintando murais, azulejos,
forros de igrejas, dourando imagens e retábulos. Além desse trabalho silencioso
- em que passa horas a fio dando retoques cuidadosos e bem singelos nas peças
sacras ou não -, o artista Ivo Neto também pinta aquarelas, trabalha em nanquim
e pastel-seco. É este lado (fora do restauro) que ele vai mostrar nesta
exposição, a partir do próximo dia 14, no Museu Eugênio Teixeira Lea l- aquele
criado pelo ex-banco Econômico, no Pelourinho. O título da mostra é Relíquias
Culturais da Bahia, na qual ele mostra casarões, templos e praças de cidades
históricas do nosso recôncavo. São obras concebidas em óleo sobre tela. Nas 14
telas, o artista retrata a grandiosidade e a riqueza dos casarões e templos de
Cachoeira, Santo Amaro e Cairu. É um trabalho meticuloso, como tudo que Ivo
produz.
YMA NA CASA COR
A artista plástica Yma começou a
pintar no ateliê de Waldo Robatto.De lá para cá, tem feito algumas exposições
de suas obras abstratas. As manchas coloridas instigam o espectador a criar
imagens que surgem e se desfazem como as nuvens carregadas pelos ventos.
Conquistou o 1° lugar na exposição de pintura do XXVII Congresso Brasileiro de
Urologia, Rio de Janeiro. Agora, ela está na Casa Cor, embelezando o ambiente
criado pela arquiteta Márcia Meccia com a tela Cajus.
ARTE NÃO É LIXO
Uma dupla de artistas plásticos e
um poeta, inconformados com o tédio a que os condiciona a natureza humana,
resolveram, numa dessas madrugadas, não menos entediantes, exteriorizar a
revolta com uma atitude nada convencional: tirar arte do lixo. Sim, isso mesmo,
enquanto a cidade dormia, J. C. Barreto, Janary Silva e Zuwk Gelasko,
literalmente, reviraram um depósito de lixo, em São Caetano , bairro
onde residem. Em meio aos dejetos inúteis, eles viram ali o lugar perfeito para
expressar a arte deles, e o fizeram, manifestando-se através de poema Canto
Para Minha Morte, de Raul Seixas, recitado com performance teatral, aos
berros,como se quisessem despertar o bairro inteiro.Ao redor do cadáver
estendido de um cachorro, eles fizeram uma legítima e fúnebre metáfora sobre a
existência. O rebuliço causado por eles não foi pequeno.
A vizinhança, intrigada, abriu as
janelas, para ver o que se passava e, ao final, todos aplaudiam mesmo sem entender.
Aquele não foi o primeiro nem o último manifesto do trio , transformado, agora, em grupo, por
conta da sedução que somente a arte é capaz de provocar. Embrionariamente está
surgindo um movimento cultural, envolvendo artistas de várias tendências como
escultura, pintura, poesia, música literatura e teatro.
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