TRIBUTO A PIERRE FATUMBI VERGER
O artista afro-baiano Terciliano
Jr. Está fazendo uma exposição em homenagem a Pierre Verger, um nome que é uma
legenda e que durante grande parte de sua existência cultivou as raízes
africanas e suas relações com o nosso País, especialmente a Bahia. Deixou a
vida de empresário - Herdou uma fábrica de tradição centenária na França- para
se dedicar ao estudo da cultura africana, da qual produziu obras que hoje são
referências internacionais.
Falando de Pierre Verger ou de
Fatumbi, como ele gostava de ser chamado, Terciliano, que tem produção calcada
nas tradições afros escreveu no convite de sua mostra algumas palavras sobre
esta figura inesquecível. Vejamos:
“Para mim, ele realmente cansou,
ainda muito jovem, de uma vida de ostentação e brilho de uma família muito
bem-sucedida e burguesa, e preferiu uma vida mais simples, porém verdadeira.
Então, embarcou em um navio negreiro, onde a tripulação era, ora de deuses, ora
de negros, ora de árvores e de plantas. Foi nessa tripulação que o jovem velho
feiticeiro pegou o vírus do mundo mágico e místico do negro.
Eu estava nascendo e o futuro
feiticeiro estava clicando Trotsky no México, com sua poderosa máquina da época.
Alguém disse que o jovem velho
feiticeiro era uma ponte entre a África, Europa e o Brasil. Disseram também que
o jovem velho feiticeiro saiu diversas vezes com destino a mãe terra negra África e se
infiltrava naquelas tribos, dormindo sobre folhas secas e comendo raízes para
se fortalecer e se ambientar na vida e no cotidiano de um povo que o observava.
E onde está o velho feiticeiro agora? Os deuses o transformaram, em algum lugar
dos terreiros da Bahia (ou África), em árvore ou planta, num verdadeiro
refluxo. “A minha bênção, Fatumbi, onde quer que esteja.” A mostra está aberta
ao público, na Lasbonfim, que funciona no Terreiro de Jesus n11, até 17 de
setembro próximo.
Acima reprodução da obra de Terciliano Jr que ilustra o catálogo da exposição.
Acima reprodução da obra de Terciliano Jr que ilustra o catálogo da exposição.
GIL MÁRIO EXPÕE NA ATRIVM
O artista feirense e animador
cultural Gil Mário está expondo na Galeria Atrivm, no bairro do Rio Vermelho,
seus mais recentes trabalhos, em que demonstra sua inquietação e evolução
plástica com uma pintura bem mais solta. Esta ousadia é marca registrada de Gil
Mário que inspirado na natureza vai criando suas composições com formas que nos
arrematam as flores, folhas deste universo grandioso da floresta. Como vive na
região do semi-árido, da caatinga rasteira que se acinzenta e enverdece todos
os anos, Gil Mário deixa isso transparecer com os elementos que compõem as suas
telas. Lembro, ainda, o lado batalhador deste sertanejo que teima em promover
eventos de seus colegas e que se entrega de corpo e alma à arte. Como uma
seriema, ágil e resistente, Gil Mário vai construindo o universo pictórico,
enquanto luta para manter acesa a chama da arte em sua cidade, Feira de
Santana.
Graças a ele e a outros abnegados
feirenses, as obras da coleção inglesa do Museu Regional, doada por
Chateaubriand, agora estão restauradas e localizadas num ambiente climatizado.
Reprodução da obra Sariema Camuflada , de Gil Mário.
Reprodução da obra Sariema Camuflada , de Gil Mário.
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