JORNAL A TARDE SALVADOR,
TERÇA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2001
RUBEM VALENTIM E CARLOS SCLIAR NO MAB
Reproduções das capas dos convites das mostras de Carlos Scliar, à esquerda, e de Rubem Valentim,à direita.
Duas importantes exposições acontecem
no Museu de Arte da Bahia - MAB, neste final de mês. Hoje às 19 horas, serão
abertas as mostras Rubem Valentim - O Artista da Luz; e Carlos Scliar e 80 anos
- Pinturas Recentes e o Artista Enquanto Jovem.
Ambas, realizadas em parceria com
a Pinacoteca do Estado de São Paulo. A primeira referência o mestre baiano
Rubem Valentim e tem curadoria do artista plástico Bené Fonteles. Reúne cerca
de 60 obras, entre pinturas e esculturas, daquele que é considerado um dos
principais nomes do construtivismo brasileiro. Nascido em 1922, estudou
odontologia e Jornalismo.
Em 1957, deixou a Bahia para
morar no Rio de Janeiro, mas jamais esqueceu as raízes. Morreu em 30 de
novembro de 1991. Carlos Scliar, falecido no último dia 28 de abril, é
apresentado por meio de 50 trabalhos, desde a fase inicial às produções mais
novas. Paisagens e naturezas-mortas dominam a mostra, já vista no Museu
Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro e na Pinacoteca, de São Paulo.
Também considerado um dos maiores
nomes das artes plásticas no Brasil, ele nasceu em Santa Maria (RS) e, em
pouco tempo, construiu uma carreira reconhecida no País e no exterior.
Suas obras estão no Museu de Arte
Moderna de Nova Iorque e no Museu de Belas Artes de Boston.Tive o privilégio de
conhecê-los.
Ambos tinham uma grande emoção em
falar de arte, em expressar pelas palavras e gestos a indignação contra as
injustiças sociais. A arte era a explosão desses dois seres diferenciados e
emotivos. Rubem era um visionário, que queria construir um centro onde houvesse
uma convivência permanente com as pessoas que quisessem aprender o seu ofício.
Conseguiu simplificar os signos da cultura afro e com eles criar um universo
pictórico inigualável.
Já Scliar lembra a jovialidade.
Digo jovialidade porque do nome da exposição deste cidadão, que tinha pouco
mais de 80 anos, ouso discordar, pois ele sempre foi jovem e, assim, nos deixou
com o seu riso jovial, sua conversa fraterna. O nome deveria ser Pinturas
Recentes e o Artista Sempre Jovem.
PRÊMIO DE CULTURA E ARTE
Saiu o resultado do Prêmio Copene
de Cultura e Arte nas áreas de Música e Artes Plásticas. A empresa vai
patrocinar, este ano, a gravação dos CDs de Mariella Santiago e de Lindembergue
Cardoso e a produção das exposições A Vida Popular, as Cores da Terra, de J.
Cunha, e instalações 2001, dos artistas plásticos Virgínia Medeiros, Eriel
Araújo, Tonico Portela e Bia Santos. Os projetos serão patrocinados através do
Fazcultura. A comissão julgadora que avaliou os 123 projetos de Artes Plásticas
foi formada por professores e artistas plásticos Márcia Magno, Florival
Oliveira e Fernando Freitas Pinto. Na área de música, a avaliação dos 81
projetos foi de responsabilidade do professor e compositor Paulo Lima, do
produtor musical Wesley Rangel,e do crítico e jornalista Haganemon Brito.
O artista Fernando Freitas Pinto avaliou o Prêmio Copene Cultura e Arte.
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