O LIVRO DE CARLOS BASTOS
Nada mais justo e gratificante do
um artista do talento de Carlos Bastos ter a produção registrada num belo
livro. Isto é o mínimo que pode e deve acontecer, não apenas com Carlos, mas
com, também, outros artistas de talento e importância semelhantes, em nosso
estado. Bastos é um artista ligado à história recente da moderna arte baiana.
Foi um dos primeiros exemplos que frutificou e que, até hoje, perdura com toda
a maturidade de uma aprendizagem diária, com uma dedicação exclusiva à arte.
Além do porte de um nobre, com tendência a abraçar o bom gosto, Carlos é um
artista civilizado no trato e na convivência. A simples menção deste nome nos meios artístico e cultural da Bahia
suscita a busca da história recente da pintura da Bahia. Um dos pioneiros do
modernismo baiano, ao lado de Mário Cravo Júnior, o pintor, muralista,
retratista é um dos grandes desenhistas que surgiram por aqui, São 53 anos de
atividades, portanto, este livro da
Editora Melhoramentos e edição de Roberto Barreto, foi lançado, na semana
passada, no Museu de Arte Moderna da Bahia ( Solar do Unhão). Na oportunidade,
foi aberta a exposição que mostra a trajetória do artista, cuja produção atinge
cerca de seis mil telas, painéis e murais espalhados em coleções e museus. Cada
detalhe foi construído com minúcia, para
que as obras fossem reproduzidas com o maior apuro técnico possível. Foram
gastos meses em sessões fotográficas, no Rio de Janeiro e em Salvador, sob o
comando dos fotógrafos Roberto Rosa e Andrew Jonathan Kemp, respectivamente. O
artista plástico Altamir Galimberti ficou a cargo da pesquisa de textos.
EVOÁ EXPÕE EPÍFETAS
A artista plástica Evoá Ferreira
inaugura a exposição individual Epífetas, no Espaço Calasans Neto, na Uec,da
Pituba, e os trabalhos podem ser vistos até o dia 30 próximo. O público tem
acesso ao espaço pela entrada principal do Teatro Jorge Amado, agora que foi
reaberto o trecho da Avenida Manoel Dias da Silva, que passou por obras.
Epífetas é uma nomenclatura menos comum para as orquídeas, flores raras que são
retratadas por Evoá em 18 telas de
grandes dimensões. “É uma tendência atual a valorização do espaço plástico, em
detrimento da moldura, que algumas das minhas pinturas nem existe”, afirma
Evoá. Um dos trabalhos expostos, com 4m2, esteve na Casa Cor e foi direto para
a exposição. Executados com tinta e massa acrílica, os quadros variam do
monocromatismo ao policromatismo. Linhas , diagramas e políganos compõem as
telas, juntamente com dobraduras, contornos e jogos de claro e escuro decalque
de flores.
TRAJETÓRIA DE J. TIAGO
O artista J.Tiago nunca freqüentou
uma escola ou academia de arte. É natural de Santa Luz, mas está radicado em
Salvador desde 1953. Fez sua primeira exposição no Salão de Aniversário da
Escola Nacional de Belas Artes. Em 1966, participou de salões em diversas
cidades brasileiras, entre as quais a II Bienal de Salvador, e recebeu a
Medalha de Prata, no Salão da Paisagem, da Sociedade Brasileira de Belas Artes.
Realizou exposições na França, Itália. Tem obras no Museu Nacional de Belas
Artes, de Arte Naif do Rio de Janeiro, Arte de Vitória do Espírito Santo, Arte
e Ciência de Itapetinga e no Museu do Sol, em Penápolis. Além de
ter trabalho, faz parte do acervo de
vários colecionadores nacionais e estrangeiros. Ele agora está expondo na Casa
de Angola, que fica na Praça dos Veteranos, defronte da sede do Corpo de
Bombeiros. Tem uma técnica apurada, embora seja um artista ligado a arte
marcada pelo ingenuismo. É um artista que cria dentro do universo de sua
informação e voltado para as coisas da gente simples e do fazer interiorano.
Embora resida há vários anos aqui, ele conserva , bravamente, o seu jeito
interiorano. E isto é bom.
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