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domingo, 12 de agosto de 2012

VISUAIS - SANDRA REY NA ACBEU - 17 DE ABRIL DE 2001.



JORNAL A TARDE SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 17DE ABRIL DE 2001.

                                       SANDRA REY NA ACBEU


No próximo dia 20, a gaúcha Sandra Rey mostra três peças, desdobradas em outros trabalhos, que vão ocupar áreas estratégicas da galeria Acbeu.
Cruzando técnicas, que envolvem desenhos, pinturas, gravuras e efeitos de computador, a artista explora a possibilidade de criar profundidade, fugindo à perspectiva clássica, centralizada de um ponto de fuga. Essa profundidade, criada em suas peças, resulta de um método de trabalho que, utilizando-se das modernas tecnologias da computação, sobrepõe, num mesmo plano, mais de 80 imagens.
Segundo Sandra, ao dispersar o olhar do espectador sobre o plano visual, ela abre novas alternativas à imaginação. “ Procuro o desfocamento do olhar do público”, explica. É um tipo de experiência semelhante ao que se vivencia com as nuvens, nas quais se podem ver carneiros, montanhas ou mesmo rostos. No caso encontrado numa velha parede de um manicômio em Porto Alegre, o desenho foi digitalizado e interferido através de efeitos no computador.

                                          MESTRA E ALUNA ESTÃO EXPONDO



A artista Anna Georgina está expondo, juntamente com a aluna Graça Pizani, na Galeria Panorama, que funciona na Rua Nelson Gallo, no Rio Vermelho. Enquanto Graça pinta a figura humana, Ana apresenta 10 telas em acrílica, com cores fortes do abstracionismo. A exemplo do seu pai, já falecido, Anna é uma artista que vem através dos anos orientando os primeiros passos e despertando nas pessoas a habilidade da pintura. Tenho, neste espaço, sempre dado guarida aos novos talentos, incentivando-os a percorrer o longo caminho em busca do reconhecimento. O sucesso dependerá da capacidade individual de cada aluno, que deve pintar e pintar.
Na reprodução da foto vemos a artista Ana Georgina com a aluna Graça Pizani.

                                        OS ESTANDARTES DE JORGE LUIZ

Jorge Luiz da Fonseca nasceu em 1966, em Conselheiro Lafaiete, Minas gerais, onde até hoje vive trabalha como maquinista de trem e artista autodidata.
Absorveu as experiências da infância, vivida com seus outros sete irmãos, entre a ferrovia e a zona boêmia, ao lado da mãe religiosa e adepta das crendices populares, tendo também freqüentado por inúmeras vezes o ateliê de costura da tia, que vestia com exuberância e muita criatividade as meretrizes locais. Aos 4 anos, perdeu o pai, um guarda-chaves da Central do Brasil, que sonhava ver um filho doutor. Aos 10 anos, começou a trabalhar como balconista, depois, transferiu-se para uma marcenaria e, aos 20 anos, prestou concurso para a Central do Brasil. Desde então, exerce a função de maquinista de trem de carga.
Começou a pintar, mas logo descobriu que ele não era suficiente para extravasar suas inquietações e sua sensibilidade. Nas longas viagens do trem que conduzia, levava uma velha maleta de couro recheada de linhas, agulhas e panos, que mantinha escondida dos companheiros. Aproveitava todo o tempo disponível para bordar estandartes. Nas horas de folga, visitava centros culturais existentes no trajeto dessas viagens. Numa dessas visitas, encontrou uma ficha de inscrição para o Salão de Campos, na qual inscreve suas obras, pela primeira vez, e, já no ano seguinte (1996), recebe o 1º prêmio. Desde então, sua obra vem sendo mostrada com regularidade, participando de importantes coletivas e realizando algumas individuais nas principais capitais brasileiras.

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