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domingo, 12 de agosto de 2012

VISUAIS - OBRAS NO CÁRCERE DE LEONEL MATTOS - 26 DE JUNHO DE - 2001


 JORNAL A TARDE SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 26 DE JUNHO DE 2001. 

                              OBRAS NO CÁRCERE DE LEONEL MATTOS


O cerceamento da liberdade causa angústia e horas de desespero. Nós, que vivemos cá fora, não conseguimos imaginar o que isso representa. Já fui um sem-preso, quando estudei em regime de internato em dois colégios de padres. Num deles, não podia nem olhar as meninas. Era uma tortura.
Mas isso é outra conversa. Agora vamos falar, mais uma vez, de Leonel Mattos, que está preso e produzindo sua arte, a qual será exposta de 13 a 30 de julho próximo, na
Mosaico Molduras e Arte, que funciona na Rua das Espatódias, 479, Loja 2, Caminho das Árvores. Quero parabenizar o proprietário do espaço, por esta oportunidade ímpar. Leonel vai expor 25 tapetes, feitos com restos de material reciclável, doado por uma indústria, colados em vidro, numa moldura que dá a impressão de aeridade. Também estarão expostas quatro esculturas em cimento, uma tela em acrílico sobre tela, três outras telas, tendo como suporte o corpo humano. Estas integram a série Brownolé em homenagem a Carlinhos Brown. Outras três telas menores e uma intermediária ainda farão parte deste conjunto. Quando falo com Leonel (pelo telefone), ele descarrilha uma série de frases fortes, como: ”O meu trabalho, aqui, expõe a minha alma. O que vejo, tento mostrar, através dos restos de materiais que me chegam às mãos. Assim estou expressando meu sentimento. Não é fácil...”. São palavras pronunciadas com amargura, com sofrimento, por um homem de grande sensibilidade, por um artista que está pagando a sua cota.
Reprodução da obra Animal-Homen de Leonel Mattos.

                                             SUIÇO NA GALERIA 13

Palco de inúmeros encontros entre artistas de vanguarda e, especialmente, abrigo para aqueles que não conseguem presença constante na mídia, a Galeria 13, na época, dirigida por Deraldo Lima, localizada na Rua Accioli ,23, esteve fechada por algum tempo, com a mudança do proprietário para o subúrbio. Agora, ela está sendo reaberta, com a mostra do suíço Jan Wrambeck e uma novidade- um pequeno bar e restaurante. Ás terças e aos sábados, serão oferecidas comidas típicas e européias, portanto, é mais um local para encontros informais entre artistas e boêmios. Lá, pode-se falar inglês, dinamarquês, sueco, alemão, italiano e português, pois o pessoal dialoga em todos esses idiomas. Então, o papo sobre arte tem novamente a Galeria 13 como referência. Quanto ao trabalho do sueco Wrambeck, é de vanguarda, pode ser exibido em qualquer grande galeria de uma metrópole. Ele utiliza óleo sobre tela, acrílica e colagens.
Reprodução da obra New Year, do artista suiço Jan Wrambeck.

                                        TRÊS ARTISTAS

Uma mostra de fotografia reúne três fotógrafos na Galeria da Acbeu: Hicosuke Kitamura, Neyde Lantyer e Roberto de Souza. Hirosuke explora o mundo marginal dos bordéis, num jogo muito interessante de luz e de sombras. Este japonês, radicado na Bahia, enfoca as casas de encontro e a magia que envolve as mulheres ,personagens deste mundo à parte. Neyde tem10 anos de estrada , e gosta de fotografar gente. Nesta mostra ela apresenta fotos de nus feitas em Amsterdã,onde vive há quatro anos. Enquanto Roberto de Souza está interessado em sublinhar os signos urbanos.

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