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quinta-feira, 4 de julho de 2013

FLORIANO TEIXEIRA A TEMPO E A ARTE

JORNAL A TARDE,SALVADOR,  SÁBADO, 13 DE DEZEMBRO DE 1975

Floriano  ao lado de um de seus últimos trabalhos
Mais uma grande exposição acontecerá em Salvador. Desta vez não é uma retrospectiva e sim novos trabalhos do plástico Floriano Teixeira, conhecido pintor e ilustrador dos livros de Jorge Amado.
Aqui chegado em 1965 vai se instalar no bairro do Rio Vermelho com sua mulher Alice e sete filhos. Uma prole tão grande quanto seu trabalho artístico que já ultrapassou fronteiras.
Nos quadros de Floriano todos os espaços são preenchidos dentro de uma composição plástica onde predominam os detalhes equilibrados. Em quase todos, uma figura maior é complementada por outras menores que são concebidas separadas, mas que fazem parte de um todo. É uma composição apurada, como também as tonalidades e as misturas de cores que ele consegue. É um trabalho lírico, de um  poeta da pintura um poeta que trocou a pena pelo pincel.
Maranhense de nascimento, Floriano Teixeira desde cedo que vem se dedicando a pintura, tendo iniciado as primeiras aulas de desenho em São Luís, com o professor Rubens Damasceno. Daquele ano datam as primeiras aquarelas e caricaturas.
Em 1940 junta-se a um grupo de artistas liderado por J. Figueredo e parte para a pintura de cavalete. No ano seguinte realiza sua primeira exposição no I Salão de Dezembro, recebendo o primeiro prêmio com o quadro Bêbados. Continuou pintando e em 1974 participa da fundação do Núcleo Eliseu Visconti, um atelier coletivo que era frequentado por Lago Burnet Lucu Teixeira e outros. Em 1950 transfere-se para o Ceará participando ativamente com Antônio Bandeira, Goebel Weyne, Jairo Martins Bastos, e fundam o Grupo Independentes. Em 1962 a Universidade Federal do Ceará organiza o seu Museu de Arte Moderna e Floriano é convidado para dirigir. Logo depois vem à Bahia, numa exposição realizada no Museu de Arte Moderna e os convites insistentes terminaram por trazer definitivamente Floriano Teixeira para o bairro do Rio Vermelho. Hoje é um homem ligado a Bahia e a sua gente.
Estou repetindo pouco algumas passagens na vida de Floriano porque recentemente publiquei nesta coluna uma matéria resultante de uma entrevista que fiz com o artista e com base em pesquisas num dicionário de Artes Plásticas. Acontece que os dados retirados do dicionário estavam errados segundo informou-me Floriano. Agora corrigimos o engano, que cometemos confiado na publicação que é considerada uma das mais importantes no setor.

          MINO CARTA, O PINCEL E A PENA

As dificuldades do exercício pleno, do jornalismo estão desviando a criatividade de  Mino Carta para outro setor: a pintura. Aos 42 anos de idade Mino Carta é responsável pelo sucesso das revistas: Quatro Rodas, Edição de Esportes de O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde e Veja.
Hoje, vemos renascer com muita força o pintor Mino Carta. Este renascimento segundo declarou é devido ao desânimo do qual vê cercados os caminhos atuais do jornalismo, diz Mino, que é "marinheiro de uma rota difícil, quando não impossível, entre o Cabo Sem Esperança do poder público, acostumado a assaltar a verdade, e o Cabo Tormentoso do poder privado, representado pelo empresário, normalmente envolvido em suas preocupações e nas de sua categoria."
Nascido em Gênova, em setembro de 1933. Mino Carta já rabiscava aos 9 anos de idade. Já no Brasil começou a pintar. Sua família chegou em julho de 1946, a convite de Chiquinho Matarazzo, que tentava assumir o controle e acionário do jornal  Folha de São Paulo.
Seu pai Giannino Carta ia dirigir a redação. Surgiram alguns problemas e Giannino é dispensado e daí passou a trabalhar em editoras e outros jornais. Em 1954 foi convidado para expor seus trabalhos no Museu de Arte Moderna, ao lado de Pancetti, Portinari, Guinard e membros do Grupo Santa Helena. Seguiu para a Itália para trabalhar no exercício da profissão de jornalista. Em 1960, deixa temporariamente a pintura. Mas, foi em abril de 1974, o seu novo despertar para a pintura. Sua pintura é estritamente metafísica, com as influências naturais do impressionismo.
A luz e a sombra tem papel preponderante no lirismo da paisagem, da qual os homens não participam. As fábricas e outras paisagens da sociedade tecnológica aparecem geometrizadas na pintura de Mino Carta, um homem que sabe usar bem a pena e o pincel.

                        COLETIVA NA GALERIA O CAVALETE

Uma coletiva de Mini Quadros dos artistas: Carlos Bastos, Costa Lima, Carlo Barbosa, Mirabeau Sampaio, J. Cunha, Leonardo Alencar, Lygia Milton, Antoneto, Vivaldo Lima, Babalu, Capelotti, Adelson do Prado, Luís Britto, Edson da Luz e outros, vai ser aberta ao público a partir de hoje na Galeria  O Cavalete. A mostra permanecerá até o dia 24.

                      OFICIALIZADA A SEMANA PORTINARI

 A Semana Cândido Portinari anualmente comemorada em Brodósqui, cidade natal do artista, foi oficializada esta semana pelo Governo paulista. Uma homenagem merecida tendo em vista que Portinari é um dos valores mais notáveis da arte brasileira, não só na virtude da alta qualidade de sua pintura mais também em decorrência da temática nacionalista de sua obra. A Semana Portinari será realizada anualmente na primeira quinzena de agosto.

                 ÁGUA-FORTE E NANQUINS

O sergipano Zé Melo inaugurou uma mostra de água-forte e nanquins na Galeria Gentilli, no Rio Vermelho, a qual permanecerá até o dia 18 próximo. Segundo o artista sua arte explora uma temática que social, através de uma fantasia mística numa linguagem contemporânea. Ele já participou de alguns salões e está preparando trabalhos para um salão que será realizado em Sergipe.

             TRINTA E DOIS NA BASE NAVAL

Em comemoração ao Dia do Marinheiro a Galeria Rag organizou uma mostra de trinta e dois artistas que estarão expondo na Base Naval de Aratu em comemoração ao Dia do Marinheiro. A mostra será aberta hoje, às 20 horas, e conta com a participação de obras de  Emídio Magalhães Juarez Paraíso, José Artur, Joselito Duque, Calixto Sales, Pedroso, Antoneto ,Lafita, dentre outros. A mostra foi organizada por Roberto Araújo e pelo tenente Sodré.

  JOVENS ARTISTAS EXPÕEM NA SEMANA DA MARINHA

Jovens expõem suas obras na Cabana da Barra
Estão expostos 108 trabalhos de jovens artistas na Cabana da Barra, numa promoção do Comando do 2º Distrito Naval. A exposição permanecerá até amanhã. Foram premiados: na faixa de 7 a 10 anos, Lúcia França da Silva, Denise Dib Martins Garrido, Luís Carlos, Nery Souza Sodré Aragão, Manoel Antônio Neiva Filho, Necival Marcos Pinho Alencar e Antônio César Silva Figueredo. Na faixa de 11 a 14 anos: Heidi Brachamans, Osvaldo Gonçalves Filho, Chislaine Pelieger, Eduardo Hein da Silva, Cláudio Roberto de Argollo Bastos e Wilson José Pereira Pinto. Na faixa de 15 a 18 anos: Eliana da Costa Penha, Arlindo Luiz de Santana Júnior, Tereza Maria Chaves Lopes, Ana Pamponet, Viviane Pereira Noguerol e Jorge Lázaro dos Santos. Os primeiros colocados receberam prêmios de CR$1.200,00 e os segundos colocados CR$500,00 e os terceiros CR$300,00 e ainda Menções Honrosas e CR$200,00 para os demais.

             O HOMEM DA ROSA DE PLÁSTICO

Franco Maria Ricci, está no Brasil. É o homem que usa uma rosa de plástico de cor vermelha na lapela. É um dos mais famosos editores de livros de arte do mundo.
O editor Franco Maria Riici em ação,com sua
rosa vermelha
Há dez anos sua família lhe presenteou com milhares de liras para comprar uma Ferrari e ele editou o seu primeiro livro. Hoje seus livros são distinguidos em todo o mundo pelo cuidado gráfico. Capas macias de seda em papel feito a mão, sustentadas pelo que de melhor há no texto. Daí seus livros requintados serem disputados por  bibliógrafos e pelas principais bibliotecas do mundo. O seu primeiro trabalho foi a reimpressão de uma criação de Bodoni, datada de 1918. Em três volumes, ele reuniu os caracteres desenhados pelos grande tipógrafo.
Ele não pretende apresentar Picasso ou Michelangelo e sim desvendar coisas. Não gosta dos projetos feito por Aleijadinho de pedra-sabão, mas ama as  lindas esculturas em madeira pintada. Para ele essas imagens tem grande influência oriental, os olhos são puxados, doces e grotescas. São alguns dos documentos mais importantes da escultura brasileira. O editor vai reservar um ano só para ele. Há sempre uma razão cultural atrás de seus livros. E a arte brasileira só tem a ganhar com a presença do homem da rosa de plástico vermelha na lapela que começa a descobrir nossas riquezas.

              IRA DE FARO DE VOLTA

Encontra-se em Salvador a artista Ira de Faro, cujo nome é civil é Iranice de Faro Teles.Ela está fora há vários anos realizando exposições coletivas e individuais no sul do país.Agora ela volta e está pintando sem parar para uma exposição que fará ainda este ano.O local da mostra ainda não foi definido.Seus trabalhos exploram a temática folclore e são muitos disputados na Praça da República e em galerias paulistas.

               COLETIVA NO HOTEL BAHIA DO SOL

Um grupo de artistas baianos está expondo no hotel Bahia do Sol, entre os quais Rosa Alice, Dulce Schaeppi, Roberto Alcântara e Ana Georgina. A mostra foi inaugurada ontem, às 21 horas. Eles estão unidos com o mesmo objetivo: pintar.
Acontece porém que cada um se manifesta completamente independente do outro. É um grupo homogêneo, na unidade, nos objetivos, na amizade e heterogêneo no momento da criação. As diferenças existem na individualidade dos trabalhos apresentados pelos sete expositores.

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