JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO 09 DE MARÇO
DE 74.
Os museus baianos precisam ser
dinamizados. Hoje, o conceito museográfico visa a procura cada vez maior de um
entrosamento com a comunidade, principalmente para despertar nos jovens e
interesse pela arte. Assim, os museus devem desenvolver múltiplas para
tornarem-se organismos vivos, permanentemente abertas ás novas tendência da
arte. Acontece que os museus baianos, em sua grande maioria, estão fechados a
sete chaves, nas mãos de seus diretores, que só promovem exposições de artistas
já consagrados. Mesmo assim, são raras essas exposições.
Se fizermos uma estatística,
chegaremos à triste realidade de que grande parte da população baiana não
conhece os seus museus. Eles são visitados, apressadamente, por turistas
curiosos que desejam apenas alardear em suas cidades de origem que visitaram
este ou aquele museu na Bahia. Na verdade, não aprenderam coisa alguma. As
visitas são apressadas e inconsequentes.
De nossos museus, como é o caso
do Museu Estácio de Lima, tiveram muitos de seus trabalhos danificados, se não
totalmente, pelo menos parcialmente, devido à ação dos cupins e das traças. Este
fato pode ser comprovado numa visita às suas instalações. Fora os museus,
muitas obras de arte baianas estão entregues às traças. Não existe uma
preocupação dos órgãos governamentais em preservar o nosso patrimônio artístico
e cultural. Mas, é preciso que levantemos esta bandeira, visando preservar e
que ainda resta. Aos diretores dos museus baianos deixo uma sugestão: vamos
abrir suas portas à comunidade.
TRABALHO SÉRIO
Um trabalho sério que vem sendo realizado por
um grupo de artistas jovens. Fruto desse trabalho, ainda este mês, Salvador
terá mais uma Galeria de Arte. Só que desta vez não será apenas uma galeria de
arte. será um local onde o amante das artes plásticas terá todo um ambiente
artístico. Ali ele terá oportunidade de observar jovens artistas trabalhando
sério em busca da realização de um trabalho artístico sem o pensamento imediato
na febre da comercialização.
Esta galeria ficará localizada na
Ladeira de Santana. Um local para o encontro de artistas e intelectuais.
Volto a falar de painel. Só que
desta vez é um grande painel do mestre Hansen Bahia. Este alemão encantou-se
tanto com a Bahia que terminou por adotar o nome da terra. O seu mais novo
painel está quase concluído e fica na entrada principal do prédio do V Batalhão
de Polícia Militar, ora em construção no Centro administrativo. É um imenso
painel inspirado na arte grega e assíria. Ao observá-lo, pensamos naquelas
figuras de soldados com capacetes de cobre conduzindo carruagens. Foi
exatamente nesta temática que Hansen se inspirou para realização de seu
trabalho. Esta coluna mostra pela primeira vez, detalhes do painel de Hansen.
Fotos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário