JORNAL A TARDE SALVADOR SÁBADO,
15 DE MAIO DE 1976
O artista Ottone Zorlini ao lado de uma escultura |
Nasceu em Treviso em 1891 e já
aos 15 anos freqüentava a Academia de Belas Artes de Veneza. Serviu na Guerra
de 14, como soldado. Não morreu na Guerra, mas em compensação perdeu quatro
preciosos anos de vida inutilmente, porque não podia pintar, ficar ao lado da
arte, declarava pouco antes de morrer.
Em 1924 uma escultura de sua
autoria figurava no catálogo da Bienal de Veneza, realizando exposições em
várias regiões da Itália.
Em 1927 descobriu o Brasil
através de seus compatriotas e veio enfrentando uma série de dificuldades para
sobreviver na nova pátria.
Em 1936 conseguiu depois de muita
labuta realizar sua primeira exposição individual em São Paulo , numa galeria
na Rua José Bonifácio, hoje desaparecida. Continuou trabalhando, participando
de salões oficiais nas capitais paulista e carioca.
Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico, fica no Autodrómo de Interlagos, em São Paulo |
No Salão do IV Centenário de São
Paulo sua obra foi premiada pelo Governo do Estado. Morreu aos 76 anos, artista
já conhecido pois seus trabalhos passaram a ser solicitados por museus,
colecionadores brasileiros e estrangeiros.
O que vale destacar na obra de
Ottone Zorlini é a perfeição do desenho de um homem que gostava e amava a
natureza e assim posse a retratá-la com toda a força de sua mente. Assim
figuras humanas, sendo a mulata uma de suas predileções e também de aves e
outros animais passaram a fazer parte da obra de Zorlini. Sem dúvida que esta
exposição de A Galeria vem justamente atender uma dívida do País para com este
italiano, como grandes outros mestres que deixaram a Itália e aqui se fixaram
pintando e esculpindo coisas no Brasil.
DOIS ARTISTAS EM SELOS DOS CORREIOS
José Tarcísio e Pietrina Checcaci
foram escolhidos pela Empresa Brasileira de Correios através do lançamento de
dois selos da série Artes Plásticas no Brasil de Hoje.
Tarcísio para ilustrar o selo
retirou da paisagem alguns elementos utilizou um regador, usou fios de aço
cromado significando a água e pedras naturais sobre base de madeira e tampo de
aço inoxidável.
Já Pietrina Checcaci escolheu
dedos e fitas como temática, exprimindo os dedos que manobram, dobram, dirigem
fitas às quais talvez estejam amarradas marionetes da vida. Simboliza os
mandantes e mandados. O círculo da vida, onde na medida em que conquistamos
somos conquistados.
Portanto dois artistas escolheram
temas atuais.
Dramas vividos por homens e
animais de modo geral. A destruição gradativa da natureza ou dos elementos da
natureza, tão simbolizado por Tarcísio e o Mando, esta vontade, esta sina da
humanidade aliás não somente em liderar. Também os irracionais batem-se pela
liderança, e os dedos soltos e presos estão sempre presente.
DADOS SOBRE O ARTISTA- José
Tarcísio nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1941.
Selo de José Tarcísio |
O selo criado por Pietrina Checacci |
GEZA HELLER NA QUADRANTE
Uma paisagem pintada pelo artista Geza Heller |
"Porque a paisagem é uma pintura
que não quer nem deseja retratar sofrimento. Não quer contar história. Na minha
opinião, está na vanguarda. No meu caso especial, com a paisagem estou fazendo
pintura pura, com recursos exclusivamente picturais."
HÚNGARO DE NASCIMENTO
Nascido na Hungria em 1902, Geza Eller cursou em Budapeste a Escola Superior de Arquitetura. No inicio da década de 30 transferiu-se para América do Sul e, depois de um período de 2 anos no Uruguai, escolheu o Brasil como sua segunda pátria, fixando-se no Rio de Janeiro.
Como arquiteto, tem seu nome
ligado áàconstrução do Edifício da Estrada de Ferro Pedro II, na qual atuou
como arquiteto-projetista.
O artista explica que os 33 quadros
que compõem sua nova individual, 1º Galeria Irlandini foram realizadas em ter
1974-1975 e representam uma evolução cromática em relação á sua última mostra,
na Galeria Domus.
FIDELIDADE
Fazenda, acrílico sobre chapa industrializada |
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