JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO, 27
DE MARÇO DE 1976
Obra do artista feirense Carlo Barbosa |
A TELA DOS INVENTORES
Esta tela foi concluída em 1862 e
tem um título sugestivo. Homens do Progresso ou Inventores dos EUA. É de
autoria do artista norte americano Christian Schussele 1824-1879 que passou
cinco anos viajando pelo país a fim de retratar pessoalmente cada um
inventores. A tela é encimada por uma pintura em que aparece Benjamin Franklin,
um dos primeiros e mais conhecidos inventores americanos. Além dele podemos
reconhecer Willian Morton (anestesia); James Borgarsus (primeiro edifício à
prova de fogo); Samuel Colt (revólver), Cyrus McCormick (máquina de ceifar);
Joseph Saxton (máquina elétrica de magneto); Charles Goodyear (processo de
vulcanização da borracha), Peter Cooper (vários aparelhos de ferro); Jordan Mott (fogão a carvão); professor Joseph Henry ( motor elétrico e eletromagnético); Eliphalet Nott (sistemas de
aquecimento); John Ericsson (navios oceânicos à prova de bala); Frederick Sickels (válvulas de máquina a vapor); Samuel Morse (Telégrafo) Henry Burden (máquina de
fazer ferraduras); Richard Hoe (rotativa de imprensa); Erastus Bigelow (tear para
tapetes)-Isaiah Jennings( instrumental odontológico); Thomás Blanchard (máquina de
fazer pregos) e Elias Howe (máquina de costura). O interessante é que muitas
coisas, máquinas e instrumentos que usamos diariamente desconhecemos os seus
inventores. Esta tela além de seu valor técnico e artístico é didática porque
mostra alguns desses inventores quase desconhecidos.
O CASARIO DE A.PALLES
De início autodidata e depois incentivado por amigos, José Raimundo A. Palles resolveu freqüentar a Escola de Belas Artes onde atualmente está cursando um dos últimos semestres. Apresentou seus primeiros trabalhos numa exposição realizada em 1974 na Galeria Cañizares, local apropriado para um estreante e acima de tudo um estudante. Ali com seus professores e colegas ele pode aprender os ensinamentos, e ouvir as críticas necessárias e construtivas. De lá percorreu outras galerias, inclusive fora do Estado.
O trabalho de Palles pode ser
visto como uma extensão de sua personalidade extrovertida. Reflete alegria e os
casarios apresentam boa qualidade, principalmente quando o artista trabalha com
a preocupação em criar uma textura apropriada.
Quanto às marinhas, confesso que
Palles ainda não encontrou o ponto ideal, ou seja ainda está necessitando de
certo esmero no jogo das cores e mesmo na composição como um todo. No desenho,
mesmo quando faz marinha ele demonstra uma segurança que certamente é um grande
suporte para todo aquele que envereda pelo caminho das artes visuais.
A MULHER COMO TEMA DE MULHER
Rosa Cabral e um dos seus trabalhos expostos |
É uma participação integrada que
esta artista objetiva juntamente com seus colegas, hoje, classificados na chamada
área V pela reforma do ensino universitário no Brasil, Rosa Cabral já vem de
algum tempo estudando materiais e jogando-os nos espaços com grandes e pequenos
movimentos com a utilização da luz, sombra e da própria energia humana. Assim
ela conseguiu uma maior dinamização nos métodos de ensino da perspectiva
ganhando o seu trabalho além da conotação artística propriamente dita uma
importância maior no campo da didática.
Para isto lançou mão de outros
recursos como a fotografia, que auxiliava o compasso e o esquadro.
O seu trabalho é feito com a
ajuda de colegas de salas de aula de colegas de salas de aula e mesmo artistas
de outros campos como da Dança, da Música, etc. essas pesquisas são
desenvolvidas em aula, num trabalho paralelo às tarefas dos programas
curriculares, o que demonstra a sua inquietude e vontade de acrescentar.
Em outras palavras Rosa Cabral
deu uma aula utilizando um audiovisual ao ar livre acompanhada da explanação
sobre todo o processo de elaboração, desenvolvimento e conclusão, terminando
com o debate entre os participantes. Quanto á presença do problema da mulher, é
quase uma necessidade desta jovem artista que não aceita a marginalidade de seu
sexo por mecanismos da sociedade ocidental contestando através de documentação
que permite uma conceituação rápida com a visualização.
PAPITO NA CAÑIZARES
Visões psicodélicas lembram, à
primeira vista, os quadros de Papito que agora expõe na Galeria Cañízares. O
colorido tropical talvez tenha influenciado inconscientemente ou mesmo
conscientemente esse artista que brinca com as cores e os espaços.
Os traços firmes e acompanhados
de grandes movimentos proporcionam uma composição plástica equilibrada.
Verdadeiras silhuetas demonstravam a presença urbana.
CURSO PARA CRIANÇAS
A Direção da Escola de Belas
Artes da Universidade Federal da Bahia, está comunicando a abertura do Curso de
Iniciação às Artes Plásticas para crianças de 9 a 14 anos de idade. O curso será
ministrado pela Professora Dagmar Souza Pessoa, e tem como objetivo
proporcionar ao adolescente o conhecimento de técnicas, visando estimular a
criatividade e desenvolver a percepção visual no campo das Artes Plásticas. Uma
ideia louvável a Diretoria da Escola em proporcionar esta oportunidade às
crianças com tendências ás artes plásticas.
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