Translate

segunda-feira, 15 de julho de 2013

PERUANO ROLANDO VILA NA GALERIA POUSADA DO CARMO

JORNAL A TARDE SÁBADO, 28 DE DEZEMBRO DE 1974


Foto atual de Rolando Vila com um
retrato pintado por ele
O pintor peruano Rolando Vila  está expondo na Galeria da Pousada do Carmo. Este artista orgulha-se de não pertencer a nenhuma escola e sua obra vai desde o abstrato ao figurativismo, passando inclusive pelo impressionismo. Embora pessoalmente não goste de retratos, considero de alta qualidade aqueles feitos por Rolando Vila, isto porque ele consegue quando faz um retrato dar algo de pessoal.
Rolando Vila tem uma bagagem  grande e já expõs em vários países tanto na América Latina, Europa e Estados Unidos.
Por onde passa as belezas naturais servem de inspiração para seus trabalhos. Quando esteve em Recife inspirou-se nas belas praias pernambucanas e também em Olinda com os casarios coloniais.
Ele está no Brasil há mais de dez anos e confessa-se um apaixonado por nosso País, o qual não se cansa de pintar. Já somam centenas os trabalhos feitos no Brasil e que são disputados pelos mais exigentes colecionadores. Ao término de 1974 podemos afirmar que esta exposição de Ronaldo Vila foi uma das melhores que aconteceram.

                                    GRAVURAS DE ANTÔNIO LUCENA

A Galeria Jornal de Cultura está mostrando algumas fotogravuras do Antônio Lucena. Seu trabalho vale pela técnica e pela pesquisa além da qualidade com que  vai construindo aquilo que está ao seu redor. É um artista que recria e recria com um toque de mestre. Desenhando, no negativo, de filme fotografado, ele cria composições de grande equilíbrio e beleza plástica. Nascido em Pernambuco Antônio Lucena como dezenas de outros pintores encontrou na Bahia o lugar ideal para desenvolver seu trabalho e suas pesquisas. É um artista cuidadoso e que realiza o seu trabalho sabendo o que busca e o que vai concretizar.

TAPETES DE JUAREZ MARANHÃO

Segundo o Professor Romano Galeffi não é o tema que faz o artista.Mas o artista  que escolhe o tema que melhor se presta a expressar as misteriosas visões de seu mundo sonhado. O seu trabalho em tapeçaria mostra as experiências do artista que utiliza o rico folclores baiano para fazer suas composições. Ao lado a obra Gabriela Arrependida, de Juarez


RESPEITEM OS ENTALHADORES

A grande maioria dos entalhadores baianos que trabalha para a literatura do cordel são dublê de gravadores e trovadores.
Não existe aqui na Bahia, pelo que tenho conhecimento, de entalhador voltado exclusivamente para esta atividade. Mas, certamente na Bahia existem alguns bons entalhadores primitivos e um deles reside em Itabuna, que entalha para os livretos de Rodolfo Coelho Cavalcanti. Mas, é hora de chamarmos a atenção daqueles que promovem ou tentam promover exposições com trabalhos de artistas primitivos. Esses trabalhos são feitos com ingenuidade e muito amor e por isto não devem ser explorados indiscriminamente.
Agora no sul do País estão fazendo algumas exposições com os trabalhos desses artistas que são adquiridos a preço de banana e revendidos a preço de ouro. O resultado é que o pobre e ingênuo entalhador vende seu trabalho por preço irrisório, enquanto os donos das galerias enchem os bolsos. È uma especulação que deve ser recriminada por todos.
Felizmente até agora não tiveram esta macabra ideia em Salvador.
Estou apenas levantando a lebre porque se alguém deseja promover tais exposições com fins comerciais e especulativos é bom que fique no desejo.

 ARTISTAS BRASILEIROS NOS NOS ESTADOS UNIDOS

O Instituto Cultural Brasileiro-Norte Americano, em Washington, está apresentando uma exposição de litogravura e serigrafias de oito artistas brasileiros contemporâneos. Os trabalhos representam três fases distintas que refletem uma vasta gama de tendências da arte figurativa e abstrata, as quais variam de estilos estritamente geométricos a formas mais livres.
Uma gravura de Marcelo Grassmann
Estão sendo mostradas águas fortes do artista Marcelo Grassmann, que retratam a interação de sutis tonalidades monocromáticas com a delicadeza de sua técnica em bico-de-pena.
Já Eduardo Cruz e Ana Maria Maiolino constroem relevos brancos em chapas recortadas. Os temas de Cruz tratam do homem comum diante da tecnologia e dos mitos modernos; as abstrações geométricas de Ana Maria  Maiolino procuram demonstrar o equilíbrio da tensão.
As serigrafias da Renina Katz e Abelardo Zaluar transmitem estados de espírito diferentes. Às formas de Zaluar são curvilíneas e retratam fantasias. As gravuras de Katz são geométricas e ressaltam o espaço. Estão ainda expondo Thereza Miranda, Edith Behring e Célia Shalders.
O Centro Cultural Brasileiro Norte-Americano foi fundado há dez anos pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, um grupo de brasileiros residentes nos Estados Unidos e norte-americanos interessados na promoção de valores culturais brasileiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário