JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO, 18 DE MAIO
DE 1974
O pintor Humberto da Costa,
carioca da Penha, inaugurou sua exposição no último dia 17 na Galeria O Cavalete,
localizada no bairro do Rio Vermelho. Em 1968 o artista frequentou o Curso de
Pintura ministrado por Aloísio Carvão, no Museu de Arte Moderna do Rio,
terminando por abandonar as paisagens que até então fazia e entra na fase
figurativa.
Seus personagens como diz bem
Walmir Ayala trazem a marca do caboclo brasileiro. Ele capta um tom semelhante
ao da terra, fonte onde o caboclo busca sua sobrevivência. Sem dúvida sua
pintura figurativa tem força e o sofrimento é retratado em poucas e definitivas pinceladas. Olhando a primeira vista suas figuras lembramos dos ex-votos que
servem de inspiração a grandes artistas, inclusive a alguns baianos.
Humberto da Costa já participou
de várias exposições no sul do País e agora faz sua excursão por Salvador.
Embora jovem o artista realiza um trabalho amadurecido e enriquecido por
composições de flores, folhas e troncos de árvores como que ligando as figuras
caboclas a terra. Realmente quando pensamos em caboclos surge a idéia de terra.
A idéia da estreita relação e influência que o homem caboclo exerce sobre ela e
também dos condicionamentos que este sofre do seu ambiente, do seu universo.
Assim Humberto da Costa captando e jogando nas telas a cor ocre da terra, as
folhas, flores e troncos e principalmente a figura do caboclo está recriando a
natureza dentro de sua concepção artística.
BAUHAUS SACUDIU
Um grande privilégio para
Salvador em conhecer o movimento Bauhaus que provocou em 1919 uma reviravolta
na arte. O que está sendo mostrado no Museu do Unhão é uma arte livre, fora de
academicismo exagerado, que limita e
condiciona o artista A exposição permanecerá até o próximo dia 06 de junho e em
seguida será transferida para a Guanabara e São Paulo. Sua importância é tal
que já foram formulados convites para que a mesma seja apresentada em vários
países europeus.
Quem nos proporcionou a vinda da
exposição foi o Professor Detlef Noack, um incansável estudioso e interessado
pelo movimento artístico. Atualmente ele mistura um curso para Professores de
Arte e Arquitetura da Universidade Federal da Bahia.
Voltarei a falar sobre o
movimento Bauhaus com mais detalhes.
DON CREAGER
O Diplomata norte-americano Don Creager (foto) e atual Adido Cultural dos Estados Unidos, em São Paulo , está nos
apresentando alguns trabalhos na Galeria da Fundação do Patrimônio Artístico e
Cultural da Bahia, ao Largo do Pelourinho. Nascido em Wisconsin, estudou Arte e
História da Arte e logo depois concluiu o curso de pós-graduação. Estudou ainda
pintura na Academia Grande Chaumiere, de Paris, escultura em Valência e fez
especialização em História da Arte na Universidade de Bordeau, França.
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