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terça-feira, 2 de julho de 2013

TERCILIANO TEM TRÊS EXPOSIÇÕES PROGRAMADAS NOS ESTADOS UNIDOS

JORNAL A TARDE, SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 1989

 Terciliano ao lado da obra Padê, contente com  a exposição
Acabo de receber uma correspondência do artista Terciliano, que está em Los Angeles, participando da  exposição Introspectives, no Califórnia Afro-American Museum e, uma fotografia onde aparecem dois trabalhos de sua autoria, sendo o maior denominado Padê. O artista tem uma obra fundamentada nas raízes africanas, principalmente no sentimento e manifestação religiosos ligados ao candomblé.
Segundo me informa, tem sido boa a receptividade dos americanos com relação aos 14 artistas brasileiros que estão expondo, entre os quais Edson da Luz, Juarez Paraíso e Maria Adair, além de Emanoel Araújo. Terciliano faz ainda na Brockman Art Gallery uma exposição individual e estão programadas para o mês de março na Boyrin Gallery, e finalmente em abril, na PEG Alston Gallery, em Nova Iorque.
O catálogo da exposição Introspectives é simples. Apenas uma folha pouco maior que um papel ofício com cinco reproduções em preto e branco, do brasileiro Emanoel Araújo, Emílio Cruz e Mary O’neil, planta do museu e uma gravura de uma figura negra, sem identificação do autor. Estou citando detalhes do catálogo para que possamos verificar que muitos artistas brasileiros e, em particular baianos, fazem muita questão do catálogo luxuoso. Coisa de subdesenvolvimento. O que importa é o registro.
Se puder ser de papel couchê, de preferência de 60kg, ótimo. Se não puder, faz o que pode, o que conseguir do patrocinador. Volto a insistir que o importante é o registro do evento para a própria história da arte feita aqui.

ACERVO  DE VERGER SERÁ REUNIDO NUMA FUNDAÇÃO

O etnólogo e fotógrafo Pierre Verger
A extensa obra do etnólogo e fotógrafo Pierre Verger deverá ser colocada à disposição dos pesquisadores que desejarem realizar estudos e pesquisas sobre influências recíprocas entre  a África e o Brasil. Isto graças a Fundação Pierre Verger que foi criada na administração passada da Prefeitura Municipal e que previu o seu funcionamento a partir de junho deste ano. O objetivo foi estabelecido pelo Conselho de Curadores da Fundação, que está funcionando em caráter provisório na casa de nº3 antigo Museu da Cidade,no Largo do Pelourinho, cedida pela Prefeitura. Mas o projeto previa a compra do imóvel nº2, também no Pelourinho, para funcionar como sede da fundação, inclusive na época a Dow Química teria mostrado interesse em financiar o projeto, com a assinatura da arquiteta Lina Bo Bardi.
De lá para cá ninguém mais falou na Fundação Pierre Verger, que tem um acervo fantástico deste homem que documentou os lugares por onde andou.
A secretária geral da Fundação Pierre Verger, Arlete Soares, também na época diretora da Fundação Greogório de Mattos, destacou  que a entidade foi criada com o objetivo de preservar o farto e rico material coletado pelo etnólogo Pierre Verger nos últimos 50 anos. Voltado especificamente para as relações entre a África e o Brasil, especialmente a Bahia, o acervo de Verger é composto de cerca de 60 mil negativos de fotografias, três mil livros, muitos deles considerados raridades bibliográficas, milhares de horas de gravações de músicas registradas no Brasil e na África e documentos de arquivos sobre o tráfico de escravos, entre outros materiais.

             TRÊS EXPOSIÇÕES VÃO ENFOCAR AS MULHERES

Durante o mês de março o Projeto Arte Mulher realizará três exposições no Shopping Barra, mostrando a criatividade e a sensibilidade dos artistas plásticos. Ambas vão evidenciar a figura feminina, abrindo o ano artístico com um grande evento.
O projeto apresentará no dia 8 a mostra Mulheres Artistas, a arte profunda e sensível da mulher baiana.
No dia 17, será a vez da exposição O Artista Vê a Mulher, uma visão da mulher através da arte. Finalmente, no dia 27, uma mostra de fotografias intitulada Mulheres Bonitas e Sensuais. O visitante terá oportunidade de apreciar detalhes enaltecendo a beleza e a sensualidade do corpo feminino. Quem está promovendo as três exposições é a Panorama Galeria de Arte, as quais contarão com artistas de vários estados.


GINA EXPÕE SIMBIOSE E FAZ HOMENAGEM AO LÍDER CHICO MENDES

Olho do Universo, Ternura, Face Oculta, A Sereia e a Lua e Olhar de Rá são alguns dos títulos dos 28 quadros  da artista plástica baiana Gina Agnalda Rodrigues da Silva que, de hoje até o próximo sábado, estarão em exposição no segundo piso do Shopping Barra.A abertura da mostra será ás 18 horas, com um coquetel aos convidados, mas o público poderá ver os quadros de Gina a partir das 9 horas, quando o shopping começa a funcionar.
Os quadros da artista são na técnica de pintura em pastel. E o título da exposição é Simbiose. Entre os trabalhos de pintura, Gina exporá também uma poesia feita em homenagem ao líder sindical e ecologista assassinado recentemente, Chico Mendes, cujo título é Pulmão da Humanidade. Em gratidão à sua coragem, ao seu amor e sua dedicação ao maior ecossistema do mundo, ressaltou a pintora e poetisa.
A temática da mostra de Gina é a simbiose, ou seja, a associação de duas plantas ou de uma planta a um animal. Ao expiorar esse tema faço um estudo abstrato de animais e vegetais dentro de uma visão surrealista, disse a artista.
MÍSTICA
Com simbiose, Gina faz o seu debut no mundo das artes plásticas: desde adolescente venho pintando, mas sempre em cartões que faço para Natal e festas de aniversário. Foi a partir de outubro do ano passado que comecei a pintar em tela e em toda a minha vida esta é a minha primeira mostra.
Nunca expus nem mesmo em exposição coletiva.
Gina justificou o fato de ter escolhido as plantas, ou melhor a simbiose, para realizar a sua primeira mostra, devido o seu fascínio por flores e plantas e também por ser professora de Ciências ensina no Colégio Azevedo Fernandes, no Pelourinho e estar sempre manipulando com a Botânica, parte que diz gostar especialmente.
A artista explicou ainda que os seus trabalhos carregam também um certo misticismo vide alguns nomes da obra de Gina Olhar do universo, Semente da Paz e Face oculta, talvez porque ela faça parte as sociedade mística Seicho-No-Iê, de origem japonesa.
Para Gina, o ato de pintar é uma espécie de renascimento, em que a pessoa coloca muito do seu subconsciente na tela. Pintar é transcender o ego e sorrir para o universo, definiu.


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