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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

VISUAIS - CÉSAR ROMERO - 25 DE SETEMBRO DE 2001

JORNAL A TARDE SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 25 DE SETEMBRO DE 2001




                                              CÉSAR ROMERO


O feirense César Romero é um dos artistas mais talentosos de sua geração e o mais organizado. Ele trabalha muito, e tudo que faz é racional. Talvez a luta diária no consultório de psiquiatria tenha influenciado para que seja um cidadão organizado. Planeja tudo nos mínimos detalhes. Agora, depois de cinco anos, vai realizar uma exposição individual na Galeria Prova do Artista. Já recebi com antecipação todo o material relativo a esta mostra, composto de um catálogo, dois vídeos, CD Rom, além de um belo livro escrito e coordenado por Jacob Klintowitz, que é um mestre em escrever sobre os artistas brasileiros. Portanto, a obra de Romero foi devidamente documentada para que as gerações futuras possam se informar sobre sua arte. Depois de falar sobre a organização dele, vamos tratar da sua arte. Embora seja um artista informado e em contato permanente com a arte contemporânea, além de sua formação médica, ele escolheu como foco símbolos e elementos da chamada arte popular. Esta busca do popular nas feiras livres, nas festas de rua e nos terreiros de candomblé é muito importante, porque atesta a baianidade dele. Embora nordestino, sua linguagem é universal. E podemos sentir a influência do barroco na sinuosidade das linhas de suas faixas, ele está pesquisando as fachadas dos casarões antigos de onde retira detalhes, transformando em verdadeiros símbolos. “Construo de forma erudita o gosto popular, o sentimento basílico, os sinais do povo, que é a raiz e a direção busco uma pintura com quem busca um hino nacional. Sou baiano, nordestino, brasileiro e universal”.
Esta declaração tácita de César Romero está estampada em letras grandes no seu catálogo. É, portanto, um atestado de identidade, e fundamental para que possa continuar criando.
Reprodução de Enigmas, uma obra de autoria de César Romero.

                                     PREJUÍZO DE WASHINGTON

O artista Washington Sales embarcou para a Alemanha, dia 19 de julho passado, e despachou a bagagem com suas esculturas, que pesavam 99 kg. Tudo foi feito conforme o figurino. Ao chegar à Alemanha, para sua surpresa, a bagagem não foi embarcada. Resultado: a exposição, que aconteceria no Festival de Verão, que já tinha catálogo pronto, distribuído entre dezenas de convidados, teve que ser suspensa. O artista passou por uma situação vexatória, porque viajou com o intuito de estar presente ao vernissage. Ele só percebeu a falha da companhia aérea quando desembarcou em Munique, de onde fez, imediatamente, uma ligação para Salvador, para o setor de cargas, sendo constatada a falha. Só dois dias após a data de abertura da exposição é que as obras chegaram. Eram 21 esculturas, e a maioria teve que ser restaurada, enquanto três delas ficaram imprestáveis. Washington Sales está processando a Varig pelos danos causados e pelo transtorno profissional de que foi vítima.
Basta dizer que a exposição estava programada desde março passado, e não se concretizou por falha da companhia áerea. Ele está pleiteando o ressarcimento de R$ 25 mil, o que considero até um valor pequeno em comparação ao que sofreu.

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