JORNAL A TARDE, SALVADOR, SEGUNDA FEIRA 20
DE FEVEREIRO DE 1989
Namoro dos Tucanos, acrílico sobre tela enaltece a natureza |
O desmatamento desenfreado e a matança estúpida de animais em todo o País
vem provocando reações por parte de todas as pessoas conscientes.Nos
países desenvolvidos existem grupos que atuam de forma organizada a exemplo do
Greenpeace, os quais tem impedido através de suas manifestações diminuir a sanha
agressiva contra a natureza. No Brasil esses movimentos não tem ainda uma
estrutura muito bem organizada e não dispõem de instrumentos capazes de
arrefecer os crimes que cometem contra a natureza. São milhares de hectares
de matas destruídas, milhões de animais silvestres que são mortos ou
aprisionados.
Uma
guerra total, e mesmo os organismos oficiais de repressão são insuficientes e
fracos para vencer esta guerra.
Por estas razões acima alinhadas é que tenho visto com muito carinho qualquer
manifestação em defesa da ecologia, quer seja na sala de aula, numa escolinha
infantil, numa reunião de grupos ambientalistas. Hoje, quem sai em defesa da
ecologia é um artista que inclusive tem nome de cacique.
É
o Ubiraci Tibiriçá que fará uma exposição Imagens da Natureza onde explora o
exotismo de nossas matas e florestas com toda a grandiosidade dos seus
mistérios e cores. A exposição ficará aberta de 23 de fevereiro a 3 de março,
no horário comercial na Galeria Aquarela, localizada na Avenida Oceânica, n.12 no
Farol da Barra.
São
vinte trabalhos em acrílico sobre tela e nada mais é do que uma reflexão do
Ubiraci Tibiriçá sobre a nossa natureza tão maltratada. Diria é que quase o
testemunho de um cacique que vive nas matas e sabe a importância da sua
conservação. Sabe que são necessários anos a fio para que toda aquela beleza
seja restabelecida. O artista demonstra interesse em registrar que esta sua
preocupação com a ecologia, com a natureza, não é modismo, não surgiu no bojo
desta onda ecológica que tenta barrar a sanha dos insensíveis. Sua preocupação
é anterior. Esta sua sensibilidade está retratada com muito critério e diria
até com uma paciência inusitada. Ele não faz uma tela apressada em busca de um
turista espantado ou maravilhado com o exotismo ali estampado. São telas
trabalhosas, muito detalhadas e demonstram exatamente a riqueza plástica que
ele consegue transpor das nossas florestas para suas telas. As araras, os
tucanos e as garças dão voos rasantes despreocupadas porque estão em porto
seguro. Aqui não há lugar para caçadores e matadores. O equilíbrio é perfeito
e, o silêncio é interrompido quando alguém fica espantado com a beleza de suas
telas.
Renato
Viana, artista plástico, vê o trabalho de Ubiraci Tibiriçá assim:... ' Com uma tela sobre
a prancha ele retrata cenas de nossas matas tropicais dando um testemunho do
seu conhecimento de nossa fauna e flora. A riqueza de detalhes que faz com que seu
pequeno pincel dê ao trabalho uma grande variedade e uma perfeita unidade de
cor. Seu trabalho não se confunde com de nenhum outro artista, com contornos tão
suaves quase imperceptíveis consegue agradar a críticos e leigos pelo seu alto nível
técnico e suavidade quase ingênua."
PINTURAS
E ESCULTURAS GÓTICAS NA ALEMANHA
O quadro Chegada a Basiléia, do ciclo inspirado em Santa Úrsula |
Nesse
período, já quase no final da idade Média, trabalhavam em Colônia, lado a lado,
uma série de oficinas de artistas. Suas obras denotam fortes influências,
sobretudo na vida nas cortes de Borgonha, Paris, Brügge, Gent e Bruxelas, as
quais contribuíram para o desenvolvimento de uma tipologia e composição
escolástica. Os grandes mestres da época eram os irmãos Von Eyck, Robert
Campins ou ainda Hugo van der Goes. O temário era bíblico, com motivos do
Velho, mas principalmente do Novo Testamento, representando, representando
imagens santos ou cenas da vida de Maria e de Cristo.
Na
escultura verifica-se um processo semelhante. Os escultores reunidos em
corporações trabalhavam principalmente na representação plástica, com forte
influência francesa, de madonas, crucifixos e estátuas de santos. Mas sente-se
tanto na pintura como na escultura desse
período uma progressiva transformação da arte religiosa praticamente
estereotipada do século XIV rumo a uma representação mais diferenciada com
mensagens mais individuais.
No
século XV os artistas começam a se distanciar dos motivos religiosos, optando
por uma temática mais próxima à realidade. Multiplicam-se as cenas narrativas,
retiradas do dia-a-dia popular. O fundo dourado dos quadros é substituído, cada
vez mais, pela representação realista de paisagens e ambientes inferiores.
Surgem também os primeiros retratos.
Os pintores desse primeiro período são anônimos, razão pela qual a exposição em
Colônia organizou os quadros em séries temáticas: Mestres da Via de Maria,
Mestres da Lenda de S. Jorge ou ainda. Do Fundo Dourado à Paisagem e Fim de
Idade Média e Advento da Renascença.
O
único pintor do século XV, cujas obras são conhecidas, é Stefan Lochner. Por
isso mereceu um espaço próprio na exposição. Dos seus quadros estão expostos,
entre outros, Juízo Universal, Nossa Senhora do Pavilhão de Rosas e dois
elementos de um altar. No século XVI está comprovada a autoria do pintor
Bartolomeu Bruyn, o Velho, que viveu e trabalhou em Colônia. A mostra
inclui suas representações da Lenda de Santa Helena, da Lenda de S. Vitor e um
retrato do burgomestre de Brauweiler (Gudrun Steger).
QUARENTA
OBRAS SERÃO MOSTRADAS NO IGUATEMI
Eduardo Araújo, pintor que já participou de 39 exposições entre individuais e coletivas, está apresentando sua mais recente produção na Praça Jorge Amado, do Shopping Iguatemi, com abertura prevista para hoje, devendo permanecer por quase 15 dias.
Entre
os 40 trabalhos expostos estão guaches, cera em pastel e óleo sobre tela,
alguns com uso de espátula.
Tendo
iniciado sua carreira em 1982, na Galeria Treze, Eduardo Araújo tem procurado
aperfeiçoar a sua técnica.
Sobre
Eduardo Araújo, escrevi: É um artista de talento e expressões. Mesmo quando aparecem as paisagens e o casario,
ele conserva vibração das cores."
Já
Aldo Tripodi escreveu que "a pintura de Eduardo denota claramente sua relação
com a arte, é uma pintura nervosa, cheia de vida."
É
um artista emergente, mas que traz no espírito a maturidade de quem sabe o
que quer, no seu ofício de fazer arte.
JOSÉ
BANDEIRA PREPARA MAIS UMA EXPOSIÇÃO
Bandeira ( com as mãos juntas) e seus convidados |
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