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domingo, 24 de março de 2013

O CARTAZ CULTURAL POLONÊS - 09 DE JUNHO DE 1979


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 09 DE JUNHO DE 1979

                  O CARTAZ CULTURAL POLONÊS

Nos primeiros anos após a guerra apareceu na arte gráfica industrial uma corrente que mais tarde passou a ser chamada de Escola de Cartaz Polaca. Num período quando o cartaz europeu representava uma fria perfeição profissional, nas ruas da Polônia apareceram verdadeiros trabalhos de pintura com uma grande expressão poética.
Havia nos cartazes uma simplicidade e uma alegria sincera e bela como nos desenhos de crianças. A sociedade, martirizada pela guerra, aceitou facilmente a colorida e alegre arte de rua. O cartaz tornou-se popular. Atraía um número sempre crescente de artistas, passou a ser objetos de coleções. Os jovens artistas tentavam a sua sorte em numerosos concursos organizados. Cada mês, num concurso organizado pelo maior diário de Varsóvia, o público elegia o mais interessante cartaz que neste período era exposto pelas ruas da cidade. De dois em dois anos reúnem-se em Varsóvia os criadores e os teóricos do mundo inteiro, para assistir a Bienal Internacional do Cartaz, uma confrontação dos melhores cartazes de todos os continentes.
Em Wilanów encontra-se o primeiro Museu do Cartaz na Europa. Não é de estranhar, portanto que nas condições de um interesse social tão acentuado desde vários anos a arte do cartaz desenvolve-se na Polônia.
Esta exposição promovida pela Embaixada da Polônia, em colaboração com a Fundação Cultural do Estado da Bahia, constitui aquilo que tem de mais interessante no cartaz cultural dos últimos anos. Além de trabalhos de mestres de renome internacional, encontraremos também as obras de jovens que estrearam este ano.
A exposição começou ontem na Capela do Solar do Unhão, a partir das  21 horas e permanecerá aberta diariamente até o dia 20 próximo. Mais uma promoção da Fundação Cultural do Estado da Bahia, através do Museu de Arte Moderna.

O CARTAZ POLONÊS

Na Polônia, no pós-guerra, desenvolve-se a arte cartazística. Desvinculando-se do aspecto comercial, adquirindo liberdade de criação e fixando-se na sua proposição, o cartaz polonês transformou-se em um dos mais destacados do mundo. As premiações internacionais atestam a posição que os artistas da Polônia possuem em nesse setor de comunicação.
A carreira internacional do cartaz polonês inicia na década de 1920. Em 1925, na Exposição Internacional de Arte Decorativa de Paris, o grande prêmio foi dado a três gráficos poloneses. No estilo formal do cartaz dessa época influiu o movimento Jovem Polônia, vinculado nas artes plásticas, com o modernismo europeu, recolhendo, também, as influências das correntes cubistas.
Depois da Segunda Guerra Mundial, em um dos primeiros confrontos do cartaz polonês com a gráfica mundial, em 1948, em Viena, um artista polaco conquista sete prêmios.
Desde então, em concursos e bienais, os poloneses marcam sua presença. Nas bienais de São Paulo de 1963 a 1969, Waldemar Swierzy e outro polonês obtiveram os principais prêmios. Jan Lenica obtém medalha de ouro em 1966 na Bienal Internacional do Cartaz em Varsóvia, e Romon Cieslewicz na bienal de 1972.
Em Varsóvia, desde 1966, vem sendo organizada, a Bienal Internacional do Cartaz, certamente conhecido e muito apreciado pelos artistas gráficos do mundo.
O fato de a Polônia realizar esta bienal tem relação com o alto nível do cartaz polonês e com a sua posição na arte mundial.

CARACTERÍSTICAS

O cartaz polonês, livre das influências comercializantes, é um meio de expressão artística que, além de tudo, tem a possibilidade de apresentar os problemas mais importantes da humanidade vistos pelo artista. Por sua expressão formal, oferece um vasto campo para a criatividade dos artistas que querem apresentar assuntos conhecidos de modo surpreendente e inesperado.
Já nos primeiros anos de pós-guerra, o cartaz polonês obteve os mesmos direitos e o mesmo valor na hierarquia das expressões artísticas. Isso foi alcançado, especialmente, pela interpretação original e a carga emotiva com que foram abordados os problemas humanos num país que se levantava das ruínas. Os anos de cinqüenta, período de intensa reconstrução, é a época de maior florescimento do cartaz polonês.
Nas obras dos artistas gráficos do países críticos perceberam as marcas do caráter nacional, do temperamento e a imaginação amalgamados com a herança cultural de muitos séculos e o reflexo da história imediata; os problemas candentes a atualidade filtrados através da personalidade dos artistas; o estilo peculiar junto á habilidade de utilizar a linguagem plástica comum para toda a arte contemporânea.
No cartaz polonês entrelaçavam diversas concepções estéticas: a aspereza e vulgaridade populares coma cultura plástica refinada, o colorido puro e nítido com a superfície monotoda a arte contemporânea.
No cartaz polonês entrelaçam diversas concepções estéticas: a aspereza e vulgaridade populares com a cultura plástica refinada, o colorido puro e nítido com a superfície monocromática, rica de sutilezas, a expressão gráfica lapidada, como gosto pictórico livre; a decoratividade excessiva com a simplicidade.

O CARTAZ POLONÊS E A CRÍTICA

Críticos de arte falando sobre os cartazes poloneses, chamavam atenção sobre a livre concepção de seu tema, graças ao qual seus autores deixavam certa margem à imaginação do público. Face a isso, o cartaz teatral Poe exemplo, é uma forma de interpretação da obra dramática.
Os cartazes de Jan Lenica, se caracterizam pelo intelectualismo frio e preciso. È um mestre no tratamento dos temas com muita e até excessiva liberdade. A forma de sua obra é enxuta, limitando-se a uns poucos elementos gráficos. Linhas, manchas ou um elemento plástico criam o signo lapidar e perfeitamente estético, em seus trabalhos.
Waldemar Swierzy é distinguido sempre pela vitalidade sensual de sua composição, a qual cede finalmente à reflexão.
Todos os autores de cartazes teatrais e com temas de óperas permanecem fiéis à técnica gráfica e pictórica.
Roman Cieslewicz, reside em Paris, desenha seus cartazes com ajuda de meios mecânicos de reprodução, em laboratórios. Interessantes provas de aproveitamento gráfico, podem ser apreciadas em suas obras.
Marcin Mroszezak é uma representante da geração mais jovem de artistas plásticos. Originais  provas de aproveitamento de material fotográfico podem ser apreciadas nos seus trabalhos.
Franciszek Starowieyshi é um representante maduro dos cartazistas poloneses.
A caricatura com traços macabros conserva um caráter poético em suas obras.
O alcance cada vez maior dos meios de comunicação de massa libertou o cartaz de obrigação de cumprir, necessariamente, sua função fundamental, a de informar. Os cartazistas obtiveram possibilidade de apresentar suas obras como um comentário gráfico pessoal, exteriorizar suas convicções e atitudes e ensaiar suas experiências formais.
Tudo isso enriqueceu o cartaz enquanto forma de expressão, assumindo o nível de arte. O cartaz polonês é uma obra que não só anuncia, como também comenta. E sua estética refinada, sua metáfora e simbolismo, não impediram o contato com o público de massa. O teatro, o cinema e os sucessos culturais e sociais de importância falam diretamente às pessoas na rua, despertam sua imaginação com uma forma interessante e convidam à reflexão com sua mensagem plástica.
A vida do cartaz é breve e por isso, a organização, na Polônia, de um Museu do Cartaz, em 1968, primeiro desse tipo no mundo, alcançou aplauso da crítica e do público.
O museu se propôs documentar a história do cartaz polonês e apresentar seu desenvolvimento atual em exposições. Seus pesquisadores realizam estudos científicos sobre as fontes de informação com imagens, novas técnicas e outros fenômenos afins da cultura de massa, além de realizarem científicos do século e de seus sistemas.

              PRÊMIO A ARTISTAS PARA CRIAÇÃO DE EMBLEMA

Um prêmio de CR$85.000,00 está reservado para o melhor emblema criado para o melhor emblema criado para a profissão técnico em administração, no concurso promovido pelo Conselho Federal de Técnicos de Administração (CFTA), com inscrições abertas para brasileiros de todos os estados  até o dia 15 de julho próximo.
Os trabalhos deverão ser entregues no Conselho Regional dos Técnicos em Administração do Estado da Bahia, Escola de Administração da UFBa. (Vale do Canela), ou enviados diretamente á sede do CFTA em Brasília, EDf. Federação do Comércio, 3º andar, setor comercial sul-DF.
O símbolo é de livre escolha do concorrente e será julgado em função da criatividade, originalidade, comunicação e significado.
Cada participante poderá apresentar até 3 trabalhos. O símbolo deverá ser apresentado em :
-arte final papel branco tipo cartolina, ou papel apropriado no formato A2 (420 x 594) ABNT;
-em duas variações de tamanho menor, sendo um para aplicação em envelope de correspondência e outra para cartões de visitas;
-em variações de duas cores no máximo (exclusive o branco de fundo), sendo que uma das cores será obrigatoriamente o azul, cor que identifica o técnico de administração;
As construções gráficas e respectivas medidas, bem como os esclarecimentos sobre o significado dos desenhos deverão ser indicados.
O Conselho Federal de Técnicos de Administração é o órgão que orienta, fiscaliza e regulamenta o exercício profissional dos técnicos em administração. As atividades destes profissionais estão ligadas ás técnicas de planejamento, metodologia, organização, coordenação e controle de atividades através de pesquisas, análise de administração mercadológica, administração financeira, de pessoal, de material; assessoria, elaboração de pareceres; projetos, arbitragens e relatórios.
Serão classificados três trabalhos, mas apenas o 1º colocado terá prêmio em dinheiro, o 2º e 3º colocados receberão menção honrosa.
Maiores informações sobre o concurso no Conselho Regional do Estado da Bahia, na Escola de Administração da UFBa (Vale do Canela)

            CADASTRAMENTO DA PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA

A Funarte, através do Centro de Documentação e Pesquisa, pretende inaugurar em julho a primeira galeria permanente de fotografia aberta a todas as tendências e formas de linguagem fotográfica. Um espaço também aberto a outras iniciativas, além das exposições, um espaço de debates, de encontros para publicações de cadernos de fotografias, cartões-postais e seminários.
Para a realização deste trabalho o Cedop/Funarte dará prosseguimento ao cadastramento, iniciado em 1978, de fotografias produzidas ou preservadas por iniciativas pessoais. O objetivo deste programa é montar um arquivo de referência da produção fotográfica que auxilie trabalhos de pesquisadores que sirva como subsídio ás exposições a serem realizadas nesta nova galeria. Para isto, estamos enviando um novo formulário que uma vez preenchido, deverá ser enviado ao Centro de Documentação e Pesquisa/Funarte á Rua Araújo Porto Alegre, 80 Cep. 20030, Rio de Janeiro-RJ.
A primeira exposição, prevista para julho, será coletiva e terá cinco tema Nossa Gente, pois queremos mostrar um retrato do povo brasileiro. Os interessados devem enviar até o dia 11 de junho uma folha de contato, tamanho 24x30, em preto e branco, seguindo o tema proposto.
Este material será selecionado e a Funarte entrará em contato com as pessoas que tiverem seus trabalhos escolhidos.

                           PAINEL

TORRES GARCIA - um auto-retrato do pintor uruguaio Joaquim Torres Garcia,(Foto) datado de 1922, foi doado ao acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro pelo Sr. Ernest Pines, de Galeria Artéria, de Paris.
Por outro lado, iniciando suas atividades no hall do bloco-escola podem ser vistas uma série de esculturas do seu acervo nacional e internacional. Figuram as obras de Marino Marini (Touro), Cesar (Compressão), Amilcar de Castro (sem título), dentre outros.

BRIGA ESTÉRIL- enquanto no Rio de Janeiro e São Paulo os órgãos culturais realizam exposições e outras atividades, os nossos representantes culturais brigam como caranguejos. Que o passo já era de caranguejo, todos já sabem....

TAÇA DE VIDRO - uma taça de vidro trabalhada datada do quarto século da Era Cristã foi vendida pelo preço recorde de 520 mil libras esterlinas que correspondem a 27 milhões e 750 mil cruzeiros, pela Casa de Leilões Southeby. A caríssima taça mede apenas 18,4 centímetros de diâmetro por 28,5 centímetros de altura e é feita de vidro branco enfeitada por um trabalho tão delicado que após mais de 1600 anos após sua criação permanece ainda um mistério aos artesões modernos.

GUEL- terminou ontem a exposição que Guel realizou na Kattya Galeria de Arte. A apresentação é do Calá, que o considera um colorista sério.

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