É hora de botar a cabeça para funcionar. O dinheiro está curto e está
provado que as pessoas só investem em arte quando o artista pela qualidade de
sua obra assegura um lucro futuro ou quando as pessoas têm dinheiro
disponível e resolvem comprar uma obra
de arte.
Tem
aqueles que compram obras para enfeitar salas e salões, mas estes compram
qualquer coisa. Não podem ser levados em conta. A verdade é que a obra de arte não é,
infelizmente, um artigo de primeira necessidade e por isto o movimento vem
caindo assustadoramente em todos os locais. Tenho acompanhado com certa
apreensão os leilões, as exposições realizados aqui e em outras praças, tenho
conversado com colecionadores, artistas e donos de galerias e todos se queixam:
dos preços altos ou da falta de movimento.
Diante
desta situação temos é uma verdadeira crise e que nossos burocratas costumam
camuflar com o sofisticado vocabulário do economês chamado de desaquecimento. A
verdade é que este tal de desaquecimento está provocando o esfriamento em importantes setores
financeiros e também culturais de nossa sociedade.
Mas,
é preciso criar e mudar. É preciso entender que podemos fazer quadros mais
baratos, menores, quadros estes que poderiam ser adquiridos a preços acessíveis
por consumidores da classe média. É preciso que a elitização da arte seja um
pouco afetada com medidas criativas e democráticas. É preciso sair dos
atelieres, que são verdadeiros castelos indesejáveis para as ruas, para as
galerias mais populares e convocar aqueles que gostam de arte. Os preços
cobrados por alguns artistas, inclusive os sem muita qualificação, estão sempre
aquém de qualquer consumidor de classe média. São preços que dão falsos status.
E
assim ele vendem pouco, trabalham pouco e ganham muito. Quando a arte devia ser
consumida por um maior número de pessoas se tivesse um preço razoável.Mas
nada disto acontece.
Arbitram
preços inacessíveis. Prefiro não citar nomes evitando desta forma áreas de
atrito. Porque gostam da extorsão e quando mostramos atitudes deste tipo; as
pessoas ficam espinhadas e não gostam de assumir de público. O que está
ocorrendo com o mercado de arte, está também ocorrendo com outros produtos, a
exemplo do mercado de discos. Segundo as últimas estatísticas, o
brasileiro está comprando pouco mais da metade do que comprou no ano passado.
Portanto, uma retração perigosa. Também neste setor os produtores insistem em
fazer somente long-plays caros que custam quase dez por cento do salário mínimo
ou álbuns sofisticados. Também se distanciam do público, da massa,
como acontece com os artistas plásticos. Bastou fazer duas ou mais exposições
que os preços são arbitrados a níveis inimagináveis. Ou o mercado de arte se adapta à nova realidade
nacional ou as nossas pobres galerias terão que vender balas e doces ao invés
de obras de arte.
AS
MULHERES DE ANITA DANTAS
Desde
ontem que a Galeria Panorama apresenta uma nova exposição de Anita Dantas.
Desde sua primeira exposição, quando tateava os pincéis e as telas que venho
acompanhando de perto o trabalho desta artista.
Creio
que nesta exposição apresenta uma coisa muito positiva que é o seu crescimento.
As figuras estão mais soltas e não tão delineadas. A preocupação com a forma
pronta foi deixada de lado e surgiram as manchas indicando formas humanas, não
necessariamente definidas por contornos fortes.Confesso que gostei muito dos
novos quadros de Anita Dantas os quais tive a oportunidade de apreciá-los em
sua residência, mas também notei que as figuras estão tristes e em quase sua
totalidade são mulheres com caras de baianas.As cores são forte e exuberantes e
contrastam com as fisionomias passivas e cansativas. Mas Anita Dantas é uma
tranqüilidade de pessoa e as figuras refletem exatamente a sua personalidade.
Ao lado de seu esposo atencioso e incentivador de sua obra a artista vai
criando seu mundo mágico cheio de ingenuidade. Lembro-me das bonecas que expôs.
Tenho grande afeto belas bonecas e pelo que representam para as meninas, e,
agora, surgem as figuras de mulheres pensativas. Vamos em frente.
AUTO-RETRATO
DE PABLO PICASSO
Nova Iorque – um auto-retrato pintado por Pablo Picasso em 1901 foi arrematado em leilão público da Sotherby’s de Nova Iorque, por 5,3 milhões de dólares, maior preço pago por uma obra de arte do século XX.
Nova Iorque – um auto-retrato pintado por Pablo Picasso em 1901 foi arrematado em leilão público da Sotherby’s de Nova Iorque, por 5,3 milhões de dólares, maior preço pago por uma obra de arte do século XX.
Só
outras três obras foram vendidas por somas maiores: Julieta e Sua Ama de Leite,
de Turner, 6,4 milhões; Juan de Pareja, de Velásquez, 5,5 milhões; e Sansão e
Dalila, de Rubens, 5,4 milhões. O quadro de Picasso intitulado Auto Retrato,
Eu, arrematado por um colecionador norte americano mostra o pintor de camisa
branca e lenço vermelho no pescoço e foi terminado pouco depois da chegada do
pintor a Paris procedente da Espanha.
O
segundo maior preço no leilão da Sotherby’s
de ontem à noite foi de 2 milhões de dólares pago pelo quadro Dois
Jovens Lendo, Renoir, por um colecionador europeu.
SINISCA VOLTA AO BRASIL E EXPÕE NA GALERIA PORTAL
Artista
consagrado em todo o mundo Fábio Sinisca é conhecido por sua versatilidade no que se
refere a arte. Pintura,escultura,cerâmica,jóias e gravuras.É o que se pode
dizer, um artista completo. Há dois anos afastado do Brasil volta agora para
apresentar sua obra completa na Galeria Portal, 11 de maio.
Sinisca
começou a ser conhecido no Brasil a partir de sua primeira exposição na Galeria
Azulão,. São Paulo e um ano mais tarde no MASP, em 1973. Antes disto, realizou
mais de 70 individuais por todo o mundo e participou de 300 coletivas. Natural
de Napólis, transferiu-se para Roma aos 18 anos onde ainda reside até hoje num
elegante bairro italiano. Começa a trabalhar numa firma de computadores,
passando depois para IBM internacional. A partir daí divide-se em duas
atividades: os computadores durante o dia a sua inata vocação artística à
noite. Sua produção de quadros, esculturas, desenhos e gravuras, chamam a
atenção da crítica italiana e é convidado a realizar a sua primeira individual em Capri. Depois disso
a sua ascensão é inevitável, o governo espanhol lhe oferece uma bolsa de estudo,
sendo escolhido entre todos os artistas italianos. Em 1955, a primeira individual
em Roma, quando obteve o Prêmio Regional de Roma. Dois anos depois, individual
em paris, Alemanha, por toda a Europa. Sua arte já transpõe fronteira e o Velho
Mundo já o consagra como grande revelação artística do século. É chegada a vez da América. Através da IBM Internacional, com sede em Nova Iorque participa
de uma coletiva na mesma cidade. Quando resolve dedicar-se exclusivamente à
pintura, deixando suas outras atividades artísticas um pouco de lado. Em busca
de inspiração , estudos e pesquisas parte para uma volta ao mundo sem jamais
cessar suas atividades, colabora periodicamente com revistas especializadas
escrevendo e ilustrando artigos como: A Máquina Romântica do Século XX, artigo
que fala do inserimento industrial na para a Revista Civilta Della Machine ,
Roma. Retornando aos Estados Unidos realiza inúmeras individuais em Nova Iorque , Chicago,
Palm Beach e outras. Recebe também várias encomendas de firmas multinacionais
para confeccionar painéis decorativos e eletrônicos. Na IBM de Milão pintou
Elementos de Eletrônica; no Banco de Roma; Centralização Eletrônica.
Sua
inspiração pictórica é ligada em particular ao mundo da indústria nuclear e
eletrônica , do que se aproveita da experiência dos 7 anos trabalhando na IBM.
O
HOMEM, A OBRA
Na
verdade , tudo aquilo que faço é uma coisa só. Um quadro meu se prolonga numa
escultura e termina no colo de uma mulher ou no pulso de um homem. Há muita
unidade entre minhas pinturas, esculturas , jóias e cerâmicas.
Sinisca quando de sua mostra em Salvador-Bahia |
Olhando
com mais atenção o espectador percebe que as formas não são tão abstratas e
descobre as silhuetas de alguns arranha céus.As esculturas são ao mesmo tempo
simples e complexas: formas retas, finas e estritas que o espectador vai reunindo
com total liberdade criando um bloco que o autor prefere chamar de Módulo
-Objeto. Essas formas , tem um eixo central que se sustenta numa base de
acrílico, mas pode também permanecer sobre qualquer superfície lisa, bastando
habilidade e um certo conhecimento de equilíbrio e espaço. Esta escultura pode
virar múltiplo e móbile suspensa no teto. Com a vantagem que as pessoas se
entusiasma e começam a fazer sua própria obra. E é isto que Sinisca quer. Um
arquiteto italiano amigo meu, através de um cálculo de análise combinada
simples, chegou a conclusão que minha
obra pode ser reproduzida até 518.919.400 vezes As jóias tem as mesmas
formas das esculturas e também permitem as mesmas combinações. Sinisca pode se
orgulhar dos nome famosos que tem uma jóia, um quadro, uma escultura ou
cerâmica com sua assinatura: Brigite Bardot,Barão Edmond Rothschild e muitos
outros.
Segundo
o crítico Murilo Mendes, que o apresentou na exposição do MASP em 1973, a pintura de Sinisca
pressupõe uma evolução consciente, fértil de proposta positiva e se concilia
com dados concretos.
O
substrato romântico é superado por uma organização plástica não convencional
que faz apelo freqüente a recurso de criatividade. A obra maior do consagrado
artista plástico Sinisca esteve em exposição da Galeria Portal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário