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quarta-feira, 27 de março de 2013

ESTUDANTES GANHAM NA JUSTIÇA - 30 DE JUNHO DE 1979


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 30 DE JUNHO DE 1979

               ESTUDANTES GANHAM NA JUSTIÇA


O juiz da 1.ª Vara da Justiça Federal, Aloísio Palmeira, condenou a Universidade Federal da Bahia a indenizar 31 estudantes que perderam seus trabalhos num incêndio ocorrido em julho de 1977. Funcionários da Secretaria da Escola de Belas Artes (Foto) informaram, ontem, o que este assunto está sendo cuidado no Departamento Jurídico da UFBa., que ainda não decidiu se vai recorrer à sentença. Mas, é praxe nesses casos recorrer à instância superior.
Os trabalhos destruídos, perfaziam mais de 150 obras,e haviam sidos recuperados na seleção para o
 I Salão Universitário Nordestino de Artes Plásticas, pelo que a Universidade alegou serem de pouco valor artístico. No entanto, na sentença, o juiz levou em consideração o conteúdo econômico apreciável de cada trabalho.
A ação de indenização, de n.º 18732, foi dada entrada na Justiça Federal em 25 de outubro de 1977, movido pela advogada Ana Maria Pedreira Franco em favor de Mirtes Silva Teixeira e outros 30 estudantes. A sentença, por sua vez, foi dada em 30 de maio e publicada em 06 de junho do presente ano pelo Boletim da Justiça Federal.
Na época do incêndio os prejuízos foram estimados em mais de CR$800 mil, porém, uma pessoa ligada à Escola de Belas Artes, que procedeu este levantamento, disse ontem, que o custo de indenização deverá ficar em torno de CR$500 mil.
Agora, cabe aos autores da ação pedir ao juiz que nomeie um perito para, na fase executora da sentença, conseguir as provas quanto ao valor de cada objeto destruído. Este trabalho deverá ser desenvolvido com base no valor estimado pelos autores na ficha de inscrição do concurso, e o real valor tomando por base a obra de cada um dos impetrantes (de Fernando Sávio).

                 DAL BIANCO VEM ENSINAR FOTOGRAFIA

O fotógrafo internacional Gianfranco Dal Bianco está em Salvador, onde juntamente com o fotógrafo publicitário Dário Guimarães, vai promover um curso de fotografia, ensinando a todos os macetes da arte fotográfica para executivos, estudantes e profissionais.
O curso tem início previsto para a primeira quinzena de julho, contanto de duas horas/aula por dia.
Dal Bianco afirmou estar preparado para transmitir aos participantes todos os conhecimentos técnicos, teóricos e práticos armazenados em dez anos de  experiência com fotografia em diversas partes do mundo.
Todas as informações a respeito podem ser tomadas na rua Padre Feijó, 185, Canela, ou ainda, diretamente com Gianfranco e Dário, na Rua Aracaju, 39, Barra, e pelo telefone 3244-7080 e
3244-7680.
Ao terminar o curso, os participantes saem sabendo fotografar, garantiram Dario e Dal Bianco, que começam ensinar desde o que é uma máquina fotográfica até o resultado final, a fotografia propriamente dita. Para isto, eles dispõem de um laboratório fotográfico em equipado, com máquinas potentes e de fácil manuseio.

FOTOGRAFAR É MODA

Dal Bianco acha que fotografar hoje virou moda.Há facilidade de aquisição de boas máquinas. Por esse motivo ele explica a criação do curso, que tem como objetivo formar o fotógrafo pra o lazer e para a profissionalização. Porém, Dal Bianco vê a necessidade de trazer àqueles que têm a fotografia como um hobbie.
Por outro lado, ele considera que um diretor de arte em fotografia aí ele fala do lado profissional é carente na arte de fotografar.Caso contrário, ele poderia desenvolver muito melhor o trabalho que executa. E neste curso, o pessoal de publicidade muito poderá adquirir, não só em técnicas, como também em manuseio e criatividade.
O bom fotógrafo se conhece pelas fotos que ele não faz, vaticinou Dal Bianco, lembrando da frase. Mas, para que ele se aperfeiçoe na arte, é preciso que domine a técnica e fique livre para criar. E é justamente isto que pretendemos com o nosso curso, a se realizar no Centro de Treinamento da Ceprodem, no Canela.

RAINER NORDESTE

O fotógrafo Dal Bianco está na Bahia para implantar a filial da Rainer Nordeste, uma empresa paulista especializada em fotocomposição, fotoletra e estudos fotográficos. Ele é o responsável pela parte de fotografia da Rainer e monta em Salvador um estudo fotográfico.
Ao final do curso de fotografia, Dario Guimarães e Dal Bianco irão promover uma exposição com os melhores trabalhos feitos pelos participantes, inclusive, serão distribuídos prêmios às melhores fotografias, com farta divulgação pelos meios de comunicação. Você só vai ter liberdade de criar fotografias a partir do conhecimento prático e teórico que oferecemos, concluíram os fois fotógrafos.

PREMIADOS

Tanto Dario quanto Dal Bianco são reconhecidamente dominadores da arte da fotografia. E bastante premiados por trabalhos feitos. Dario, foi considerado o mais premiado fotógrafo de publicidade no ano passado, com passagens pelas agências DM-9, Propeg, Publivendas e outras. Atualmente ele é frelancer para empresa daqui e de fora.
Gianfranco Dal Bianco, italiano, naturalizado brasileiro, passou por estágios em vários países da Europa e Estados Unidos. Foi o  responsável pelo lançamento da Brasília, em 1974, e vários outros seus trabalhos na linha de fotografias foram agraciados por prêmios. Sua experiência na arte de fotografar é comprovada pelas centenas de trabalhos feitos para diversas agências de publicidade brasileiras.

             MANOEL NETO ABRE SEU PRÓPRIO ATELIER

Artista plástico há 20 anos vinha sonhando em ter o seu próprio atelier, um local onde pudesse expor os seus trabalhos e também de outros artistas. Agora, uma casa na Avenida Joana Angélica, 1066, traduz um velho sonho em realidade. È lá que Manoel Neto montou o seu atelier, inaugurado recentemente, com a presença, de vários artistas locais.
No momento, naquela casa de arte, estão expondo seus trabalhos os artistas Sérgio Sampaio, Raimundo Aguiar, Veveka, Licurgo, Almir Barros, Eckner e o próprio Manoel Neto. Ele explora os temas afro-brasileiros, particularizando-se nos aspectos da cultura local.
Neto trabalha com o pincel e a própria bisnaga da tinta, conseguindo com esta última alguns efeitos que lhe valeram a denominação de escultor da pintura.
Manoel Neto vem expondo os seus trabalhos há  10 anos, já tendo mostrado em várias cidades brasileiras. No Rio, a TV Tupi gravou com ele um minitape. Sente-se atualmente um artista em fase de transição, inclusive fazendo desenhos e serigrafias, que serão mostradas no próximo ano, numa exposição comemorativa dos seus 10 anos de arte, promovida pelas galerias Cañizares e Le Dome.
Neto é desenhista na Telebahia, há quase 10 anos. E um trabalho que lhe causa da mesma forma que a sua arte muito prazer, porque lá eu faço o que eu gosto. Ele se sente muito apegado á cidade, a ponto de já ter recusado vários convites para trabalhar fora. A arte de Manoel Neto pode ser vista, diariamente, das 17 ás 22 horas, horário reservado para o funcionamento do seu atelier.

     OITO MULHERES REUNIDAS NUMA EXPOSIÇÃO

As oito artistas plásticas Clara, W. Stoleca, Graça Lúcia, Joau, Del Rey, Magaly, Mara Sônia Regina, afirmam que a Expo Mulher, a ser inaugurada ás 21 horas do dia 6 de julho marcará o início de um movimento profissional sério pois considerem que as artes plásticas, na Bahia, é um campo fechado restrito a um determinado grupo.
Ressaltando que o campo das artes plásticas na Bahia precisa ser aberto, pois coragem é que não lhes falta uma vez que estão dispostas a romper as barreiras existentes até agora as artistas, tem nos seus maridos apenas uma é solteira, os críticos mais severos.
Já participaram de exposições coletivas e de salões e confessaram que, senão pintam profissionalmente, têm, pelo menos, consciência profissional. Todas passaram pela Escola de Belas Artes, que consideram Válida sobre determinados aspectos, embora algumas a consideram deficiente pois não ensina quase nada.
Reunidas, na Galeria Eucatex, disseram que não tem a menor dúvida no êxito do movimento que estão lançando, uma vez que são oito cabeças pensando. Fizeram, entretanto, questão de ressaltar que o mesmo não tem nada com o feminismo. Na Expo Mulher de julho próximo deverão ser mostrados cerca de 40 trabalhos.
Usam, nos seus trabalhos, técnica e temáticas diferentes e não têm dúvida em afirmar que a mulher está, em verdade, se impondo em todos os setores e se impondo, de maneira organizada. Espero que assim seja!

                          PAINEL

SANROMAN - O artista, que expôs recentemente teve apreciação crítica do professor Romano Galeffi que afirmou: Ele divide os diferentes valores cromáticos, mas o faz apenas para impedir que o empaste matérico, de um pigmento se funda com o de outro desvirtuando o tom, a luminosidade e o brilho natural de cada partícula (que aplica no suporte como teria feito um mosaicista com suas pastilhas coloridas) de maneira porém, a alcançar efeitos diferentes dos conseguidos pelos divisionistas.

DOZE ANOS- A Galeria Panorama iniciando sua programação do 12º aniversário realiza terça-feira o vernissage da mostra coletiva de Carlos Augusto Bandeira, Emídio Magalhães, Esperidião Mattos, Esse Pimenta, Rescála e Arlindo Gomes, dentre outros.

DOIDÃO - José Cardoso de Araújo, o Doidão, que reside em Cachoeira, realizou uma boa exposição na Galeria do ACBEU.Ele trabalha desde 1969 com madeira, na época em que era empregado de uma barraca no Mercado Modelo. Os temas preferidos são religiosos ou ligados ao afro-brasileiro. Trabalha com vários tipos de madeira sendo preferidos o cedro, a sucupira, jacarandá, vinhático e jaqueira.





ROBÉRIO- É um jovem do interior que canalizou sua revolta e outras potencialidades, tão presentes no mundo de hoje, para uma das coisas mais importantes da vida que é arte. Sem arte muitas pessoas não seriam capaz de viver. E muitas delas estão fazendo arte por necessidade, como a própria necessidade de respirar. Robério é um jovem, capaz de esculpir a roda de uma casa de farinha (foto) ou mesmo uma perna de uma cadeira velha. Robério ainda é inexperiente e seus trabalhos certamente vão ganhar espaços com figuras ou mesmo abstratos que rompem e ganham os espaços.
Ele veio a redação e aqui mostrou a roda de farinha toda desmontada e com a ajuda de um amigo, ainda mais jovem deu uma lição de otimismo. 

BAGUETES- gratificante a exposição a exposição de  Ângela Cunha, Bel Borba, Edson da Luz, Luiz Tourinho, Pitanga, Murilo Ribeiro, Antônio Rebouças, Juracy Dórea e Maria Bethânia que estão realizando na nova Galeria Baguettes ( que fica junto a antiga Galeria O Cavalete, no Rio Vermelho). Queria chamar a atenção da Maria Bethânia com relação ao uso de alguns materiais como o sisal junto com a cerâmica para a feitura de um trabalho realmente criativo que ultrapasse o artesanato. Esta mesma observação serve para Juracy Dórea quando manipula o couro. Não se trata de nenhum preconceito contra esses materiais. Já Murilo está com um trabalho de boa qualidade e consciente. Rebouças é o mestre das misturas das tintas e da plasticidade. Belas telas, Edison da Luz com seu trabalho Morte do Pássaro Homem, catastrófico e chocante. Ângela com duas gravuras, onde destaco os cortes rompendo com o quadrado o retangular, tão comuns na gravura. Vejo os elementos geométricos com volumes como que querendo desprender do papel para ganhar os espaços.Wilson Rocha sempre afirma que ela vai ser uma escultora. Está a caminho.O Bel Borba com um painel  Os Pássaros, forte e belo.Uma técnica perfeita que tem um realismo tão grande, que a gente pensa ser uma foto trabalhada.Luiz Tourinho que tem uma força invulgar. Todos seus trabalhos demonstram  isto e destaco uma grande escultora que também é a melhor em qualidade. Tem ainda o Pitanga, Welligton, W. Leal e Joel.




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