JORNAL A TARDE, SALVADOR, 30 DE
JUNHO DE 1979
ESTUDANTES GANHAM NA JUSTIÇA
O juiz da 1.ª Vara da Justiça Federal, Aloísio Palmeira, condenou a
Universidade Federal da Bahia a indenizar 31 estudantes que perderam seus
trabalhos num incêndio ocorrido em julho de 1977. Funcionários da Secretaria da
Escola de Belas Artes (Foto) informaram, ontem, o que este assunto está sendo cuidado
no Departamento Jurídico da UFBa., que ainda não decidiu se vai recorrer à
sentença. Mas, é praxe nesses casos recorrer à instância superior.
Os
trabalhos destruídos, perfaziam mais de 150 obras,e haviam sidos recuperados na
seleção para o
I Salão Universitário Nordestino de Artes Plásticas, pelo que a Universidade alegou serem de pouco valor artístico. No entanto, na sentença, o juiz levou em consideração o conteúdo econômico apreciável de cada trabalho.
I Salão Universitário Nordestino de Artes Plásticas, pelo que a Universidade alegou serem de pouco valor artístico. No entanto, na sentença, o juiz levou em consideração o conteúdo econômico apreciável de cada trabalho.
A
ação de indenização, de n.º 18732, foi dada entrada na Justiça Federal em 25 de
outubro de 1977, movido pela advogada Ana Maria Pedreira Franco em favor de
Mirtes Silva Teixeira e outros 30 estudantes. A sentença, por sua vez, foi dada
em 30 de maio e publicada em 06 de junho do presente ano pelo Boletim da
Justiça Federal.
Na
época do incêndio os prejuízos foram estimados em mais de CR$800 mil, porém,
uma pessoa ligada à Escola de Belas Artes, que procedeu este levantamento,
disse ontem, que o custo de indenização deverá ficar em torno de CR$500 mil.
Agora,
cabe aos autores da ação pedir ao juiz que nomeie um perito para, na fase
executora da sentença, conseguir as provas quanto ao valor de cada objeto
destruído. Este trabalho deverá ser desenvolvido com base no valor estimado
pelos autores na ficha de inscrição do concurso, e o real valor tomando por
base a obra de cada um dos impetrantes (de Fernando Sávio).
DAL
BIANCO VEM ENSINAR FOTOGRAFIA
O fotógrafo internacional Gianfranco Dal Bianco está em Salvador, onde juntamente com o fotógrafo publicitário Dário Guimarães, vai promover um curso de fotografia, ensinando a todos os macetes da arte fotográfica para executivos, estudantes e profissionais.
O
curso tem início previsto para a primeira quinzena de julho, contanto de duas
horas/aula por dia.
Dal
Bianco afirmou estar preparado para transmitir aos participantes todos os
conhecimentos técnicos, teóricos e práticos armazenados em dez anos de experiência com fotografia em diversas partes
do mundo.
Todas
as informações a respeito podem ser tomadas na rua Padre Feijó, 185, Canela, ou
ainda, diretamente com Gianfranco e Dário, na Rua Aracaju, 39, Barra, e pelo
telefone 3244-7080 e
3244-7680.
3244-7680.
Ao
terminar o curso, os participantes saem sabendo fotografar, garantiram Dario e
Dal Bianco, que começam ensinar desde o que é uma máquina fotográfica até o
resultado final, a fotografia propriamente dita. Para isto, eles dispõem de um
laboratório fotográfico em equipado, com máquinas potentes e de fácil manuseio.
FOTOGRAFAR É MODA
Dal Bianco acha que fotografar hoje virou moda.Há facilidade de aquisição de boas máquinas. Por esse motivo ele explica a criação do curso, que tem como objetivo formar o fotógrafo pra o lazer e para a profissionalização. Porém, Dal Bianco vê a necessidade de trazer àqueles que têm a fotografia como um hobbie.
Por
outro lado, ele considera que um diretor de arte em fotografia aí ele fala do
lado profissional é carente na arte de fotografar.Caso
contrário, ele poderia desenvolver muito melhor o trabalho que executa. E neste
curso, o pessoal de publicidade muito poderá adquirir, não só em técnicas, como
também em manuseio e criatividade.
O
bom fotógrafo se conhece pelas fotos que ele não faz, vaticinou Dal Bianco,
lembrando da frase. Mas, para que ele se aperfeiçoe na arte, é preciso que
domine a técnica e fique livre para criar. E é justamente isto que pretendemos
com o nosso curso, a se realizar no Centro de Treinamento da Ceprodem, no
Canela.
RAINER
NORDESTE
O
fotógrafo Dal Bianco está na Bahia para implantar a filial da Rainer Nordeste,
uma empresa paulista especializada em fotocomposição, fotoletra e estudos
fotográficos. Ele é o responsável pela parte de fotografia da Rainer e monta em
Salvador um estudo fotográfico.
Ao
final do curso de fotografia, Dario Guimarães e Dal Bianco irão promover uma
exposição com os melhores trabalhos feitos pelos participantes, inclusive, serão
distribuídos prêmios às melhores fotografias, com farta divulgação pelos meios
de comunicação. Você só vai ter liberdade de criar fotografias a partir do
conhecimento prático e teórico que oferecemos, concluíram os fois fotógrafos.
PREMIADOS
Tanto
Dario quanto Dal Bianco são reconhecidamente dominadores da arte da fotografia.
E bastante premiados por trabalhos feitos. Dario, foi considerado o mais
premiado fotógrafo de publicidade no ano passado, com passagens pelas agências
DM-9, Propeg, Publivendas e outras. Atualmente ele é frelancer para empresa
daqui e de fora.
Gianfranco
Dal Bianco, italiano, naturalizado brasileiro, passou por estágios em vários
países da Europa e Estados Unidos. Foi o
responsável pelo lançamento da Brasília, em 1974, e vários outros seus
trabalhos na linha de fotografias foram agraciados por prêmios. Sua experiência
na arte de fotografar é comprovada pelas centenas de trabalhos feitos para
diversas agências de publicidade brasileiras.
MANOEL
NETO ABRE SEU PRÓPRIO ATELIER
Artista plástico há 20 anos vinha sonhando em ter o seu próprio atelier, um local onde pudesse expor os seus trabalhos e também de outros artistas. Agora, uma casa na Avenida Joana Angélica, 1066, traduz um velho sonho em realidade. È lá que Manoel Neto montou o seu atelier, inaugurado recentemente, com a presença, de vários artistas locais.
No
momento, naquela casa de arte, estão expondo seus trabalhos os artistas Sérgio
Sampaio, Raimundo Aguiar, Veveka, Licurgo, Almir Barros, Eckner e o próprio
Manoel Neto. Ele explora os temas afro-brasileiros, particularizando-se nos
aspectos da cultura local.
Neto
trabalha com o pincel e a própria bisnaga da tinta, conseguindo com esta última
alguns efeitos que lhe valeram a denominação de escultor da pintura.
Manoel
Neto vem expondo os seus trabalhos há 10
anos, já tendo mostrado em várias cidades brasileiras. No Rio, a TV Tupi gravou
com ele um minitape. Sente-se atualmente um artista em fase de transição,
inclusive fazendo desenhos e serigrafias, que serão mostradas no próximo ano,
numa exposição comemorativa dos seus 10 anos de arte, promovida pelas galerias
Cañizares e Le Dome.
Neto
é desenhista na Telebahia, há quase 10 anos. E um trabalho que lhe causa da
mesma forma que a sua arte muito prazer, porque lá eu faço o que eu gosto. Ele
se sente muito apegado á cidade, a ponto de já ter recusado vários convites
para trabalhar fora. A arte de Manoel Neto pode ser vista, diariamente, das 17
ás 22 horas, horário reservado para o funcionamento do seu atelier.
OITO
MULHERES REUNIDAS NUMA EXPOSIÇÃO
As
oito artistas plásticas Clara, W. Stoleca, Graça Lúcia, Joau, Del Rey, Magaly, Mara
Sônia Regina, afirmam que a Expo Mulher, a ser inaugurada ás 21 horas do dia 6
de julho marcará o início de um movimento profissional sério pois considerem
que as artes plásticas, na Bahia, é um campo fechado restrito a um determinado
grupo.
Ressaltando
que o campo das artes plásticas na Bahia precisa ser aberto, pois coragem é que
não lhes falta uma vez que estão dispostas a romper as barreiras existentes até
agora as artistas, tem nos seus maridos apenas uma é solteira, os críticos mais
severos.
Já
participaram de exposições coletivas e de salões e confessaram que, senão
pintam profissionalmente, têm, pelo menos, consciência profissional. Todas
passaram pela Escola de Belas Artes, que consideram Válida sobre determinados
aspectos, embora algumas a consideram deficiente pois não ensina quase nada.
Reunidas,
na Galeria Eucatex, disseram que não tem a menor dúvida no êxito do movimento
que estão lançando, uma vez que são oito cabeças pensando. Fizeram, entretanto,
questão de ressaltar que o mesmo não tem nada com o feminismo. Na Expo Mulher
de julho próximo deverão ser mostrados cerca de 40 trabalhos.
Usam,
nos seus trabalhos, técnica e temáticas diferentes e não têm dúvida em afirmar
que a mulher está, em verdade, se impondo em todos os setores e se impondo, de
maneira organizada. Espero que assim seja!
PAINEL
SANROMAN -
O artista, que expôs recentemente teve apreciação crítica do professor Romano
Galeffi que afirmou: Ele divide os diferentes valores cromáticos, mas o faz
apenas para impedir que o empaste matérico, de um pigmento se funda com o de
outro desvirtuando o tom, a luminosidade e o brilho natural de cada partícula
(que aplica no suporte como teria feito um mosaicista com suas pastilhas
coloridas) de maneira porém, a alcançar efeitos diferentes dos conseguidos pelos
divisionistas.
DOZE
ANOS- A Galeria Panorama iniciando sua programação do 12º aniversário realiza
terça-feira o vernissage da mostra coletiva de Carlos Augusto Bandeira, Emídio
Magalhães, Esperidião Mattos, Esse Pimenta, Rescála e Arlindo Gomes, dentre
outros.
DOIDÃO - José Cardoso de Araújo, o Doidão, que reside em Cachoeira, realizou uma boa exposição na Galeria do ACBEU.Ele trabalha desde 1969 com madeira, na época em que era empregado de uma barraca no Mercado Modelo. Os temas preferidos são religiosos ou ligados ao afro-brasileiro. Trabalha com vários tipos de madeira sendo preferidos o cedro, a sucupira, jacarandá, vinhático e jaqueira.
ROBÉRIO- É um jovem do interior que canalizou sua revolta e outras potencialidades, tão presentes no mundo de hoje, para uma das coisas mais importantes da vida que é arte. Sem arte muitas pessoas não seriam capaz de viver. E muitas delas estão fazendo arte por necessidade, como a própria necessidade de respirar. Robério é um jovem, capaz de esculpir a roda de uma casa de farinha (foto) ou mesmo uma perna de uma cadeira velha. Robério ainda é inexperiente e seus trabalhos certamente vão ganhar espaços com figuras ou mesmo abstratos que rompem e ganham os espaços.
Ele
veio a redação e aqui mostrou a roda de farinha toda desmontada e com a ajuda
de um amigo, ainda mais jovem deu uma lição de otimismo.
BAGUETES-
gratificante a exposição a exposição de
Ângela Cunha, Bel Borba, Edson da Luz, Luiz Tourinho, Pitanga, Murilo
Ribeiro, Antônio Rebouças, Juracy Dórea e Maria Bethânia que estão realizando
na nova Galeria Baguettes ( que fica junto a antiga Galeria O Cavalete, no Rio
Vermelho). Queria chamar a atenção da Maria Bethânia com relação ao uso de
alguns materiais como o sisal junto com a cerâmica para a feitura de um
trabalho realmente criativo que ultrapasse o artesanato. Esta mesma observação
serve para Juracy Dórea quando manipula o couro. Não se trata de nenhum
preconceito contra esses materiais. Já Murilo está com um trabalho de boa qualidade
e consciente. Rebouças é o mestre das misturas das tintas e da plasticidade.
Belas telas, Edison da Luz com seu trabalho Morte do Pássaro Homem, catastrófico
e chocante. Ângela com duas gravuras, onde destaco os cortes rompendo com o
quadrado o retangular, tão comuns na gravura. Vejo os elementos geométricos com
volumes como que querendo desprender do papel para ganhar os espaços.Wilson
Rocha sempre afirma que ela vai ser uma escultora. Está a caminho.O
Bel Borba com um painel Os Pássaros,
forte e belo.Uma
técnica perfeita que tem um realismo tão grande, que a gente pensa ser uma foto
trabalhada.Luiz
Tourinho que tem uma força invulgar. Todos seus trabalhos demonstram isto e destaco uma grande escultora que
também é a melhor em
qualidade. Tem ainda o Pitanga, Welligton, W. Leal e Joel.
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