JORNAL A TARDE, SALVADOR, 17 DE
FEVEREIRO DE 1979
CERÂMICA É MAIS DO QUE ARTE: JÁ É
UTILITÁRIA
Moldar argila, criar peças em cerâmica era apenas um hobby de May Street. Só que esse hobby começou a ocupar as vinte e quatro horas de seus dias. Virou paixão, o caminho procurado, a solução certa: criar e fazer da sua arte um ofício. Hoje, sete anos depois, May Street responde pela Art-Gila, com cinqüenta assistentes, que não consegue fazer estoque, tanta é a procura e está iniciando uma viagem pelo Norte e Nordeste brasileiro, durante o mês de fevereiro, para conhecer as pessoas que prestigiaram seu trabalho nos últimos anos.
May
começará por Salvador, seguindo depois para Aracaju, Maceió, Recife, João
Pessoa, Campina Grande, Natal, Fortaleza, Teresina, São Luís, Belém e,
finalmente, Manaus. Em todas as cidades, manterá contatos com compradores e
mostrará as novidades de Art-Gila que hoje se dedica exclusivamente á cerâmica
com linhas criadas pela própria May e por designers italianos. E as tendências
são as mais variadas, incluindo toda uma série de animais (cachorros,
elefantes, camelos, cisnes, tartarugas, etc.) até peças de cerâmica craquelê ou
os clássicos vasos chineses com dragões dourados.
JEANS
TAMBÉM É CERÂMICA
Pesquisar,
criar, inovar é o que May mais gosta de fazer. É gratificante, emocionante
mesmo a gente ver pronta, realizada uma peça saída de nossa imaginação. E
nesses muitos momentos de criatividade, ela inventou toda uma linha de jeans, em cerâmica. São
isqueiros de mesa, molduras para espelhos, porta-retratos, cinzeiros, caixas,
potes, tudo o que se quiser fazer, inclusive maçanetas de porta.
Essa
nova linha vai atingir um público novo, gente jovem ou pessoas mais
descontraídas. Isso não quer dizer que a Art-Gila não se dedique a peças
tradicionais como abajours, vasos e cachepots.
Não
existe uma peça chave na coleção mas são os animais, os cachorros,
principalmente, que até agora fizeram o maior sucesso, especialmente os
dálmatas e os bassets.
Ainda
nessa linha, continuam em grande moda os elefantes que servem como base de
mesinhas, feitos em cerâmica craquelê, Bem como os cisnes, de diversos
tamanhos, usados como centro de mesa, floreiras fruteiras.
PEÇAS
PITORESCAS
Além
da linha normal, May Street ainda cria peças originais, exclusivas e sofisticadas
como pequenas plaquetas para identificação dos convidados à mesa, tratadas
quimicamente de forma a permitir que se escreveram e apaguem os nomes quantas
vezes for necessário. Formando conjunto, uma plaqueta maior que pode servir
para se anotar o cardápio, num jantar de cerimônia ou para bloco de recados.
Entre
as peças originais existe ainda um abacate cortado ao meio, que serve como
suporte para que o caroço da própria fruta floresça, um conjunto de
mini-cinzeiro e mini-porta, cigarros individuais, cabeças de cachorro,
porta-óculos e banquetas em cerâmica limitando pata de elefante.
May
Street reproduziu ainda, com exclusividade, três esculturas de Ceschiatti, que
ele mesmo numerou e assinou e acaba de lançar aparelhos de jantar com design
exclusivo. Não existe uma moda de cores em cerâmica. Todas as
peças podem ser feitas sob encomenda, nas cores que se harmonizem com a
decoração. Mas, May recomenda, para
certas peças, tons clássicos, palha, branco, bege, por valorizarem mais as peças e combinarem com
facilidade em qualquer ambiente. E mais: todas as peças, no caso de quebra,
podem ser repostas (em todo o Brasil) e a demora é de quinze a vinte dias.
CENTRO
DE ARTES SERÁ INAUGURADO
O Governador Roberto Santos inaugura hoje o Centro de Música e Arte Ciência, no
conjunto arquitetônico do Século XIX, constituídos dos prédios 47, 49 e 51 da
Rua Gregório de Mattos, no Pelourinho. Na obra foram investidos cerca de CR$ 9
milhões e foi realizada pela Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural.
Na
manhã de ontem, o Governador visitou o local, acompanhado do diretor da
Fundação, arquiteto Mário Mendonça. A fachada do prédio recebeu pinturas rosa e
azul, dando a idEia de dois imóveis. Na oportunidade o Chefe do Executivo visitou,
também, as obras do Museu Arquidiocesano, na Catedral Brasílica, o Solar do
Ferrão, na Rua Gregório de Mattos, e a Quinta do Tanque, na Baixa de Quintas
onde a Bahiatursa estará funcionando até o dia 10 de março.
MUSEU
ARQUIDIOCESANO TEM CONCEPÇÃO HISTÓRICA
Liberadas
pelo Governo do Estado, através da Fundação do Patrimônio, as obras de
recuperação dos assoalhos, pisos e paredes de sacristia, biblioteca dos
jesuítas e galerias laterais já absorvem recursos na ordem de CR$ 1 milhão. A
recuperação foi iniciada em 1977 e, ao inspecionar as obras, o governador Roberto Santos falou da concepção do Museu Arquidiocesano:
É
um museu com sentido histórico em que informa o conjunto entre a história da
Arquidiocese, ilustrada com peças pertencentes aos arcebispos ao longo dos 300
anos da Arquidiocese e a história civil da Bahia, com peças referentes aos governadores
desde a província.
O
Museu Arquidiocesano não se confunde com o de Arte Sacra, que é museu
artístico, como sugere seu próprio nome, pois é histórico, mostrando as
importantes influências da Arquidioceses na história político-social da Bahia.
Seu
acervo é constituído de peças da Catedral, Arquidiocese e Governo do Estado.
Entre os operários envolvidos com a recuperação da Catedral está Felipe Pereira
da Fonseca, de 70 anos, que se especializou em douração e, entre 1930/39,
dourou a Igreja de São Francisco.
MODIFICAÇÕES
O histórico prédio da Quinta do Tanque |
Governo
e Secretaria de Planejamento da Presidência da República estão aplicando cerca
de CR$14 milhões na obra.
O
Sr. Roberto Santos inspecionou, também o Solar do Ferrão, futura sede da
Fundação do Patrimônio, ora em recuperação em três dos seus sete andares, com
investimento de cerca de CR$18 milhões. Mário Mendonça, diretor da Fundação,
declarou que todos os recursos do governo do estado foram repassados, podendo
assegurar que 70% da obra pode ser considerada concluída, uma vez que já foi
adquirido o material.
MERCADO
DE ARTE ESTÁ DEFORMADO
Checar
o mercado de arte da Bahia bastante deformado, porque atende aos interesses
burgueses através das galerias de arte freqüentadas apenas por uma elite, foi
uma das principais preocupações dos estudantes de Belas Artes Plásticas que
terminou hoje. Promovido pelo o Movimento Universitário de Cultura, MUC, o
seminário foi realizado na Escola de Belas-Artes da UFBa., com debates a partir
das 15 horas.
De
acordo com o estudante José Araripe Júnior artista plástico e poeta a nossa
intenção não é só de conquistar o mercado para vender arte, mas imprimir uma
ofensiva no sentido de que a obra-de-arte possa ser vista por maior número de
pessoas, possível. E acrescenta que para atingir esta meta é preciso
procurarmos novos circuitos de amostragem com o objetivo de quebrar a imposição
burguesa, com suas galerias, onde só comparecem pessoas com ótimo poder
aquisitivo e por isso são os únicos que têm acesso às obras.
TRABALHO
EM SÉRIE
Na
opinião de Araripe, uma saída para a democratização do ato de se apreciar um
trabalho de arte seria a promoção de grupos e ou associações que criassem um
esquema de trabalho capaz de organizar circuitos de amostragem. E nisso a gente
usaria recursos que a própria sociedade moderna nos oferece e que a gente não
costuma utilizar.
Como
exemplo, ele citou o sistema off set, que permite ao artista reproduzir um
trabalho seu em série.
Além
de fazer com que maior número de pessoas tenha acesso às obras o sistema
off-set oferece ainda vantagem de ter um custo de produção mais barato.
No
entanto, Araripe acrescenta que para se atingir este objetivo, é necessário que
os artistas percam uma herança burguesa de mil anos a fim de se unir e
organizar com a proposta principal de divulgar a arte para todos, sem serem
obrigados a se submeter ao mercado das galerias de arte. É importante a gente
partir para um trabalho com os pés no chão, dentro da realidade sócio-econômica
brasileira, disse ainda Araripe.
AGLUTINAR
FORÇAS
Enquanto
isto, Franklin Júnior, um dos organizadores do seminário, explicou que o MUC
foi criado há dois anos e se propõe a dinamizar as atividades culturais
desenvolvidas pelos estudantes.
Antes
dele, as atividades andavam meio dispersas e descentralizadas, recordou
Franklin, acrescentando que O MUC veio aglutinar as diversas tendências
existentes entre os estudantes e funciona como um canal de divulgação de arte.
Assim o MUC organiza seminários, palestras e faz até publicações de trabalho
dos escultores.
Caracterizando
como uma frente de cultura, o MUC tem como principais objetivos discutir a
relação tradicional existente na sociedade burguesa, entre artista e espectador
e pretende ainda tentar maior aproximação entre teóricos da cultura e os
práticos, a fim de se aprofundar os conhecimentos a respeito dessa própria
cultura.
O
Seminário de Artes Plásticas cumpriu seguinte programa: dia 12: Discussão do
tema Função e Formação do Artista Plástico, pelo professor e artista plástico
Juarez Paraíso e o estudante Pitanga; dia 13: Mercado de Trabalho, por Zivé,
Guido Lima e o professor Humberto Rocha; dia 14: Proposta para Abertura de Novos Espaços, por Guache, Antenor e Jamir; dia 15: Organizações de Classe, por
Sônia Rangel e Juarez Paraíso. Nos dias 16 e 17 foram feitas avaliações do
seminário e elaborado um documento contendo as conclusões do encontro, para ser
lançado nacionalmente. (Maria das Graças Filadelfo).
COLETIVA
Buscando
dinamizar a programação de cultura e arte no primeiro período de 1979 e, ao
mesmo tempo, dar continuidade a valores, o Departamento de Assuntos Culturais
da SMEC promoverá entre os dias 5 e 18 de fevereiro a 1ª Mostra Coletiva de
Arte, no 2º subsolo do jardim da Praça Municipal.
Cada
candidato terá direito a expor de 1
a 5 trabalhos que deverão se relacionar com esculturas,
pinturas, fotografias, gravuras e artesanato. Nessa promoção da secretaria
Municipal de Educação, serão expedidos certificados aos participantes que além
disso terão oportunidade de vender seus trabalhos.
PROJETO
ARCO-ÍRIS ABRE EXPOSIÇÃO DE ARTISTAS
Bonita obra de Antônio Poteiro |
Kleber
Gouveia, Osmar Souto, Roos, Amaury Menezes, Antônio Poteiro, Wanda Pinheiro
Dias, Gomes de Souza, da Cruz, Maria Guilhermina, D. J. Oliveira, Naura Timm,
Cléa Costa Vieira e Fernando Costa Filho, foram os artistas escolhidos para a
mostra, que permanecerá até o dia 9 de março, com horário de 10 ás 18 horas, de
2ª a 6ª feira.
Na
exposição, segundo o crítico goiano Miguel Jorge, enquanto alguns pintores
saltaram as fronteiras da linha internacional, outros se desenvolveram na
própria cidade, não perdendo contudo, o fio da universidade, nem os reflexos da
consciência social-nacional, identificados pelo mesmo propósito
profissionalizante.
ARCO-ÍRIS
PELO BRASIL
Inspirado
no fenômeno que lhe dá o nome, o Projeto Arco-Íris se propõe a cruzar o Brasil
promovendo ou apoiando iniciativas de intercâmbio da arte que se produz em
várias regiões.
Dentro
desta ótica, já foram focalizadas os estados do Espírito Santo, Paraná, Santa
Catarina, Pará, Minas Gerais, Maranhão e Piauí. Outra iniciativa do Projeto
Arco-Iris é a de enviar exposições de arte aos estados, acompanhadas pelo
artista ou dupla de artistas.
É
propósito ainda do INAP promover grandes exposições itinerantes de levantamento
da produção artística de várias décadas da arte brasileira, já existindo o
projeto para as décadas os anos 60 e 70.
CONCURSO DE CARETAS DA TURMA DO LAMBE-LAMBE
O Concurso Caretas da Turma do Lambe-Lambe, obteve uma repercussão excelente pelo público infantil de todo o país. Agora a expectativa é grande para saber quem serão os vencedores .
Daniel Azulay estará anunciando na próxima semana os premiados pela Melhor Careta de Menina e Melhor Careta de Menino.
O Concurso de Caretas promovido pelo programa Daniel Azulay e a Turma do lambe-Lambe, transmitido diariamente às 18,30 horas em rede para doze estados pelo Canal 2, TVE, teve a participação de milhares de crianças dos vários estados, proporcionando-lhes total liberdade e descontração de suas expressões fisionômicas. Como destaque observou-se a integração da família, que curtiu com entusiasmo a iniciativa do concurso, apresentando trabalhos fotográficos sensacionais. Como a família unida curte careta unida, foram inúmeras as fotos apresentando filhos e pais, integrados no mesmo objetivo.
CONCURSO DE CARETAS DA TURMA DO LAMBE-LAMBE
O Concurso Caretas da Turma do Lambe-Lambe, obteve uma repercussão excelente pelo público infantil de todo o país. Agora a expectativa é grande para saber quem serão os vencedores .
Daniel Azulay estará anunciando na próxima semana os premiados pela Melhor Careta de Menina e Melhor Careta de Menino.
O Concurso de Caretas promovido pelo programa Daniel Azulay e a Turma do lambe-Lambe, transmitido diariamente às 18,30 horas em rede para doze estados pelo Canal 2, TVE, teve a participação de milhares de crianças dos vários estados, proporcionando-lhes total liberdade e descontração de suas expressões fisionômicas. Como destaque observou-se a integração da família, que curtiu com entusiasmo a iniciativa do concurso, apresentando trabalhos fotográficos sensacionais. Como a família unida curte careta unida, foram inúmeras as fotos apresentando filhos e pais, integrados no mesmo objetivo.
Justo o que eu procurava sobre etiqueta patrimonial, etiqueta poliester e plaqueta pvc. Obrigada!
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