JORNAL A TARDE, SALVADOR, 19 DE
MAIO DE 1979
MAAZO E SEU REALISMO CONSENSUAL
A devastação gradativa da natureza, a poluição dos grandes centros, a
opressão dominadora dos interesses econômicos sobre o protesto do homem atual.Temas
fortes e atuais retratados por Maazo, em exposição na Panorama Galeria de Arte.
Nos 19 trabalhos, óleo sobre tela, em realismo consensual, Maso relata a visão
do homem amedrontado, inseguro e perdido entre a destruição do seu planeta, do
seu habitat.
Aos
27 anos Maazo é um artista que traz consigo a opção do protesto. Marcado pela
infância em São Paulo ,
onde nasceu, e revigorado pelo atual contato com a natureza da Bahia, onde mora
há vários anos, tem trabalhado e discutido a intervenção do homem no meio
ambiente. Quando fala da devastação da Floresta Amazônica, sua voz tem uma
conotação sombria, da mesma forma que o fundo de alguns dos seus quadros nos
quais ele aplicou betume e outros materiais para uma impressão particularmente
marcante.
Maazo
é um desses artistas entregue a um intenso processo de pesquisa.
Experimentador, todo o seu sistema de trabalho mostra propostas de
originalidade, e isso pode se notar na atual exposição, com a intensidade de
alguns trabalhos, ou a visão da Mona Lisa amordaçada, de olhos avermelhados
pela fumaça... Discípulo confesso de Renato da Silveira e Magritte, ambos bem
realistas, é num contexto de realismo que Maso entende a arte, e a expõe, até o
dia 21, na Panorama (Carlos Alberto Reis).
XV BIENAL BIENAL INTERNACIONAL
O
Ministro da Fazenda, Karlos Rischbieter fixou em US$ 150 mil (CR$3,5 milhões), Por
representação, o limite máximo para venda de obras expostas na XV Bienal
Internacional de Artes Plásticas de São Paulo, com isenção do imposto de
importação.
Na
portaria que fixou este valor, e, que foi publicada no Diário Oficial da União,
são feitas algumas exigências para as transações. As obras devem ser vendidas
no recinto da exposição, dentro do prazo fixado para que permaneçam no país e
que a Fundação Bienal de São Paulo se encarregue do rateio do limite global
fixado, entre as representações.
Na
hipótese de algumas das representações participantes não utilizar a quantia que
lhe for atribuída no rateio, ou se o fizer parcialmente, a fundação poderá
repassar a parcela á outra, de acordo com a portaria.
PINTURAS ROUBADAS DE CAMINHÃO
Seis
telas avaliadas em 664 mil dólares (16 milhões 447 mil cruzeiros) foram
roubados de um caminhão que fazia entregas a galerias de arte.
Duas
das pinturas roubadas uma de Joshua Henshaw e um retrato de sua companheira, a Senhora Henshaw, feitos pelo artista colonial John Singleton Copley, foram
avaliadas em 225 mil dólares cada (5 milhões 573 mil cruzeiros).
Segundo
a polícia o motorista do caminhão Robert Brock, percebeu a falta das telas
ontem à tarde quando foi descarregar outras peças em uma galeria.
Entre
as telas roubadas há uma da impressionista norte-americana expatriada Mary
Cassatt, avaliada em 95 mil dólares; um Retrato de Mulher, do modernista francês
Pierre Bonnard, avaliado em 92 mil dólares; outro Retrato de Mulher, de Willian
Merrit Chase, avaliado em 18 mil dólares; e um Retrato de Simon de Lucy, de
Eauduoing, avaliado em 9 mil dólares.
ANTÔNIO REBOUÇAS
EM AÇÃO
Recolhido em seu atelier na Barra o artista
Antônio Rebouças continua criando e atento ás manifestações e exposições que
são realizadas em vários pontos do país. Recentemente cinco quadros participaram
de um Salão de Arte Contemporânea e ele arrebatou uma Medalha de Prata. O salão
aconteceu em Araras, São Paulo.
Outros
quadros foram para o Leilão de Arte de Verão de Campos do Jordão e todos foram
vendidos. Agora recebe dois convites para participar de uma coletiva de
artistas especialmente convidados (Arte
Lúdica) e ocorrera em setembro de 1979 no Grande Hall do Museu de Arte de São
Paulo. Este convite é assinado por Sabrina
de Libman e foi feito por conhecimento do seu trabalho artístico,
interesse e pesquisas que realiza o nosso Rebouças. Ao término desta mostra
coletiva terá uma individual, também no MASP. Na foto sua marinha premiada com
a medalha de prata em São
Paulo.
EXPOSIÇÃO A INGLATERRA
ACUADA
Foi aberta em Londres uma nostálgica e impressionante exposição, chamada Britain At Bay (A Inglaterra Acuada) para relembrar os terríveis momentos sofridos pelo povo inglês há 40 anos, quando começou a Segunda Guerra Mundial.
A
exposição ficará aberta abril do ano que vem e terá um aspecto educativo para
todas as pessoas de menos de 40 anos e será uma coleção de amargas lembranças
para os que provaram a dura experiência da guerra.
Na
exposição ouve-se as sirenes que anunciavam a aproximação dos bombardeiros com
o matraquear de metralhadoras e a música de swing e Glenn Miller fazendo de
fundo.
Nela
se vê o capacete de zinco de Winston Churchill, seu caderno de racionamento,
seu estojo de prata para colocar charutos e o texto datilografado de um de seus
discursos na BBC.
O
aspecto trágico da Guerra está em toda a parte. Nos corredores da exposição
estão espalhados destroços, como se fossem de prédios destruídos pelas bombas.
Há restos da devastada Catedral de Coventry, fragmentos das bombas V-2. fotos
horríveis de estragos causados pelas bombas e estatísticas macabras sobre os 60
mil civis mortos durante as blitz dos nazistas.
Contudo
o duro racionamento daquele tempo, os abrigos antiaéreos de fundo de quintal e
as roupas econômicas horrivelmente feitas, então usadas pelos ingleses provocam
quase só risadas, agora que tudo isso é coisa do passado.
São
também motivos de hilaridade muitas lembranças que o povo ofereceu ao Museu
Imperial da Guerra para a montagem dessa exposição.
Um
homem nos mandou 51 latas de leite em pó, disse o organizador da exposição,
Christopher Dowling. Acho que ele detestava leite em pó.
Outro
homem mandou um rolo de papel higiênico do tempo da guerra. A rainha Elizabeth
II emprestou uma carta escrita por seu pai, o rei George VI, descrevendo o
bombardeiro do Palácio de Buckingham. A carta foi enviada a sua mãe a rainha
Mary.
Na
campanha feita então contra as conversas fiadas o espectro de Hitler aparece
nos cartazes em lugares o mais imprevisíveis. Num desses cartazes, o Fuhrer
aparece espiando por debaixo da toalha da mesa de jantar. O cartaz diz o
seguinte: Little Tattle Lost The Battle ( Uma conversinha fez perder a uerra).
Em
outra parte há uma encenação mostrando uma família na sala de estar, com um
cãozinho agachado em seu canil, todos usando máscaras contra gás.
Na
seção de fotos, algumas mostram os perigos do blackuot, quando os degraus da
estação ferroviária foram pintados com uma tinta especial para orientar as
pessoas na escuridão. Uma foto mostra um camponês pintando faixas brancas no
corpo de uma vaca, para que não a atropelassem
na estrada.
Outra
cena mostra uma cozinha no tempo da Guerra: caixas de alimentos nas
prateleiras, estranhas receitas para cada um fazer sua própria comida e uma
dona-de-casa olhando com tristeza e angústia o caderno de racionamento.
Vera
Lynn, namorada das forças armadas canta no alto-alante, falando de Pássaros que
voam sobre os brancos recifes de Dover. Numa pequena vitrina aparecem os shorts
que a cantora usava quando divertia os soldados.
Não
faltam fotografias famosas, como a da Catedral de São Paulo, sobressaindo acima
das chamas e de fumaça de uma blitz infernal. A foto é apresentada em tamanho
gigante.
Uma
outra, inúmeras vezes reproduzida, mostra o povo dormindo nos túneis do metrô para escapar dos
bombardeiros.
Há
cartazes e aviso sobre os bombardeiros aéreos. Ouvem-se os sons de um spitfire
lançando-se vertiginosamente ao ataque e pode-se ver o único filme colorido de
uma blitz nazista. O filme foi feito com grande perigo por uma cinegrafista
amadora chamada Rosie Newman.
A
parte mais impressionante da exposição descreve a retirada de cerca de um
milhão a um milhão e 200 mil pessoas da capital para lugares mais seguros,
longe do palco dos bombardeiros. A retirada dos cidadãos, em sua maioria
crianças, começou no dia 1º de setembro de 1939.
Há
também muitas cartas dessas crianças obrigadas a viver longe do lar e da
família, em zonas rurais, entre pessoas inteiramente estranhas. Numa delas um
menino diz o seguinte: queridos papai e mamãe: eu gosto do lugar e do povo
daqui, mas gostaria muito mais de voltar para minha casa.( Fotos Google)
EXPERIÊNCIA
BAIANA NA ARQUITETURA DE ESCOLAS
O SCERPE - Serviço de Construção e Reparos de Prédios Escolares, órgão responsável pela construção, recuperação e equipamentos das unidades escolares da Bahia, tem dado original atendimento ás necessidades escolares do estado.
Entre
o grande número de escolas construídas, sempre com a colaboração de renomados
arquitetos cumpre destacar os projetos feitos com salas de aula hexagonal e
octogonal aqui representados.
A
preocupação em não aumentar a área construída das escolas ao atender um
determinado programa de necessidades faz com que as plantas geralmente tenham
como resultante circulações cobertas de grande comprimento acompanhando longa
sucessão décadas de aula.
Uma
solução muitas vezes adotada procura intercalar entre as salas, espaços vazios
ocupados por jardins o que resulta em células isoladas uma das outras.
Outra
opção que visa a criar circulações com espaços internos mais acolhedores está
na disposição diagonal das salas de aula proposta da qual facilmente se evolui
para a forma octagonal e hexagonal.
Dentro
desse espírito, os arquitetos João Batista Marinho Ferreira e Jamison
Pedra Praseres em dois projetos distintos introduziram formas não convencionais
para os ambientes didáticos.
Prontas
as construções constatou-se o sucesso das propostas dos arquitetos, pois as
escolas resultaram em espaços aconchegantes nos locais destinados à permanência
durante os intervalos das aulas.
Considerando-se
a importância da escola na formação da criança e perfeitamente defensável que
se estimulem soluções que visem tornar a escola um local onde os alunos tenham
grande satisfação em permanecer.
Infelizmente
nossa necessidade em aumentar u número de salas de aula, com as verbas
disponíveis faz co que a maioria dos projetos seja feito dentro de inúmeras
limitações, pois visam a atender apenas as primeiras necessidades de uma
população crescente, carente de ensino básico.
Soluções
semelhantes ás das escolas aqui apresentadas foram implantadas em outros locais
onde constatou-se que as salas de aula com formas em círculo hexágono ou
octógono propiciam grande rendimento.
Uma
vez que as carteiras passam a ser dispostas em volta do professor, que ocupa a
posição central, diminuindo a distância em relação aos alunos.
A
concepção destes projetos foi facilmente concretizada com a especificação de
uma cobertura horizontal, materializada com uma trama de vigas calhas nas quais
se apoiam canaletes 90. dessa maneira a disposição das salas flui livremente,
criando agradáveis espaços interiores.
A
estrutura da cobertura avança sobre a linha do forro de concreto das salas de
aula criando generosos espaços para uma adequada ventilação.
PAINEL
LIANE KATSUKI - Quando a artista falava sobre o móbile que está colocando em frente ao Centro de Convenções da Bahia, fiz questão de dizer que era um trabalho de equipe e que Liane prestava uma homenagem ao arquiteto Hércio Peixoto autor da ideia, elaborada por ambos. Bastou isto para tentarem alardear que Liane tinha excluído o arquiteto, já falecido. Está portanto esclarecido. Tudo não passou de pura maldade.
FRANCISCO SANTOS - Nascido em Amélia Rodrigues é um jovem que começa a trilhar os caminhos tortuosos da arte. Gosta de pintar a óleo sobre tela, cera, aquarela e nanquim. Alguns de seus trabalhos estão expostos na Galeria o Cavalete e na Panorama Galeria de Arte.
Na foto o artista Francisco com um quadro onde retrata os Orixás que ele pinta com boa qualidade.
LIVRO PRIMITIVO - O escritor José Nazareno Mimessi, residente na Rua Prudente de Moraes, nº 35, Caixa Postal 127, em Assis, Estado de São Paulo enviou um ofício solicitando que os pintores primitivos baianos entrem em contato com ele para que figurem numa publicação. As fotos deverão ser enviadas em preto e branco, além do currículo e recortes de jornais.
MARIA HELENA - Continua pintando e deseja dentro em breve fazer uma exposição em Salvador. Nascida em Itaberaba, onde já realizou várias exposições, agora quer mostrar sua arte aqui. Seus quadros retratam casario e paisagens bucólicas. Ao lado a pintora Maria Helena revela seu sonho de expor em Salvador.
LIQUIDIFICADOR - Soube de fonte segura que o liquidificador , antes um eletrodoméstico recolhido às cozinhas e lanchonetes , agora está em posição de destaque num atelier de um artista baiano. Se a moda pega, dentro em breve estaremos anunciando: Vamos a uma pinbatida ou coisa que o valha. É de amargar.
CONTINUA - Está aberta até o próximo dia 23 de maio a mostra Artifícios de Gargalhadas - desenhos, objetos e ideia - de Antônio Luiz M. Andrade, mais conhecido por A.L.M. Andrade.
CASAL EXPÕE - Edith Neves e Eliomar Tesbita expõem na Galeria Panorama até o próximo dia 31. Segundo o catálogo eles dirigem uma Oficina de Arte em São Paulo.
SÉRGIO VELOSO - tem uma mostra na Galeria O Cavalete.
PAINEL
LIANE KATSUKI - Quando a artista falava sobre o móbile que está colocando em frente ao Centro de Convenções da Bahia, fiz questão de dizer que era um trabalho de equipe e que Liane prestava uma homenagem ao arquiteto Hércio Peixoto autor da ideia, elaborada por ambos. Bastou isto para tentarem alardear que Liane tinha excluído o arquiteto, já falecido. Está portanto esclarecido. Tudo não passou de pura maldade.
FRANCISCO SANTOS - Nascido em Amélia Rodrigues é um jovem que começa a trilhar os caminhos tortuosos da arte. Gosta de pintar a óleo sobre tela, cera, aquarela e nanquim. Alguns de seus trabalhos estão expostos na Galeria o Cavalete e na Panorama Galeria de Arte.
Na foto o artista Francisco com um quadro onde retrata os Orixás que ele pinta com boa qualidade.
LIVRO PRIMITIVO - O escritor José Nazareno Mimessi, residente na Rua Prudente de Moraes, nº 35, Caixa Postal 127, em Assis, Estado de São Paulo enviou um ofício solicitando que os pintores primitivos baianos entrem em contato com ele para que figurem numa publicação. As fotos deverão ser enviadas em preto e branco, além do currículo e recortes de jornais.
MARIA HELENA - Continua pintando e deseja dentro em breve fazer uma exposição em Salvador. Nascida em Itaberaba, onde já realizou várias exposições, agora quer mostrar sua arte aqui. Seus quadros retratam casario e paisagens bucólicas. Ao lado a pintora Maria Helena revela seu sonho de expor em Salvador.
LIQUIDIFICADOR - Soube de fonte segura que o liquidificador , antes um eletrodoméstico recolhido às cozinhas e lanchonetes , agora está em posição de destaque num atelier de um artista baiano. Se a moda pega, dentro em breve estaremos anunciando: Vamos a uma pinbatida ou coisa que o valha. É de amargar.
CONTINUA - Está aberta até o próximo dia 23 de maio a mostra Artifícios de Gargalhadas - desenhos, objetos e ideia - de Antônio Luiz M. Andrade, mais conhecido por A.L.M. Andrade.
CASAL EXPÕE - Edith Neves e Eliomar Tesbita expõem na Galeria Panorama até o próximo dia 31. Segundo o catálogo eles dirigem uma Oficina de Arte em São Paulo.
SÉRGIO VELOSO - tem uma mostra na Galeria O Cavalete.
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