JORNAL A TARDE, SALVADOR, 24 DE
NOVEMBRO DE 1979.
A GRANDIOSIDADE DE CARL BRUSSELL
" Sua pintura que envolve uma condenação expressionista onde a linha tem por vezes qualidade gestuais enriquecidas por vigorosas cores terrosas e belos cinzas intimistas, pintura de ritmo, lua e cor, cor velada, saída do sentimento e revertida ao espírito através da essência e o instinto, da poesia e do amor das coisas, mais que de sua realidade material, do cálculo e dos valores estritamente pictóricos, supera o impressionismo pela profundidade do conteúdo e por seu amor á ordem e a harmonia conjugados com liberdade, acima da marginalidade acadêmica."
A tela Senhora Menininha |
Filho
de suecos, Brussell nasceu em Salvador em 1915. Foi com Mendonça Filho que
começou efetivamente a interessar-se pela arte, do qual sofre influência
marcante. E, é através do desenho bem concedido que Brussell capta o universo
que o rodeia. São 35 anos de pintura onde você terá oportunidade de examinar os
objetos em épocas diferentes e a sua evolução pictórica. Das influências
acadêmicas ás concepções cubistas, agora nos oferece esta visão pura e colorida
de um mundo que somente ele podia nos oferecer.
1.º
ENCONTRO DE ARTISTAS PLÁSTICAS
A
Produção Artística e o Artista Plástico nos Anos 40/50 e Arte e Arquitetura são
os itens extratemário que serão discutidos durante o 1º Encontro Nacional de Artistas Plásticos
Profissionais, que será realizado de 26 a 29 e novembro no Auditório da Universidade
do Rio de Janeiro (UERJ). A promoção tem apoio da Funarte, Departamento de
Cultura do Rio de Janeiro, Riotur e Fundação Rio.
Além
do arquiteto Oscar Niemeyer que debaterá Arte e Arquitetura, no dia 28, às 21
horas, o Encontro terá como convidados especiais Abrahan Palatink, Abelardo
Zaluar, Arcângelo Ianelli, Augusto Rodrigues, Aldemir Martins, Amílcar de
Castro, Aluízio Carvão, Barsotti, Bruno Giorgi, Carlos Scliar, Carybé, Eduard
Sued, Edith Behring, Frank Schaffer.
E
mais: Franz Waisman, Fayga Ostrower, Iberê Camargo, Joaquim Tenreiro, Lígia
Clark, Loio Pérsio, Lívio Abramo, Manabu Mabe, Marcelo Grasmann, Milton da
Costa, M´[ario Cravo, Newton Cavalcanti, Roberto Burle Marx, Rubem Valentim,
Renina Katz, Sérgio Camargo, Tomie Ohtake e Takashi Fukushima.
Foram
também convidados para participar do encontro, as seguintes entidades:
Sociedade Brasileira de Belas-Artes, Instituto dos Arquitetos do Brasil,
Sobreart, Escola de Artes Visuais e Atelier de Gravura do Palácio do Ingá.
Entre
os demais temas que serão debatidos pelos participantes do Encontro estão A
produção Artística em Relação ao Mercado de Arte e Às Instituições Culturais, O Ensino e a Crítica de Arte e ainda será discutida a redação dos estatutos da
entidade como classe nacional.
Qualquer
correspondência deve ser enviada para Márcia Azevedo, secretaria geral do
Encontro, Caixa Postal 34048-RJ- ou Rua Alzíria Brandão, 21-Tijuca RJ-Telefone:
228-7325 e 248+9426.
A LEITURA DE CÉSAR ROMERO
Vinte e cinco pinturas compõem a exposição que César Romero está fazendo na Katya Galeria de Arte. Vejo na exposição a presença de sua simbologia, um resultado de seu trabalho junto ao homem em constantes crises. Sua ligação com o homem reflete em seu trabalho pictórico que está preocupado em buscar atmosferas, o espaço energético em ter duas pessoas, duas solidões, o espaço entre dois desejos. Procurando refletir um desolamento intenso, uma espécie de espelho da nossa realidade atual.
A
simbologia usada por Romero, vem muito do psiquiatra que ele é, existem ritmos
de ótica perfeitamente perceptíveis quando você examina com mais cuidado um
trabalho qualquer de sua autoria.
César
está preocupado também com a leitura de seu trabalho onde transmite idéias. Não
aceita aquele pintor que simplesmente tem técnica e faz a coisa bonitinha. Ele
quer saber o que está por trás do que pinta. Quer que o comprador ou espectador
de sua obra, sinta e leia aquilo que deseja revelar.
Saiu
ou deixou de lado o que vinha fazendo anteriormente. O selo, que funciona como
moldura, e tinha ao centro figuras de santo, mudou. Em alguns ainda permanece a
moldura só que o santos desapareceram e surgiram os símbolos em formas
simplificadas. Por isto sua obra ganha um aspecto lúdico e exige uma leitura
onde você encontra algumas respostas e questionamentos propostos pelo artista.
El alguns quadros existe uma supersíntese de símbolos e algumas multiplicações.
Até o casario que está presente em algumas telas nos leva a uma visão
construtiva. César admite que no princípio de seu trabalho, era panfletário,
mas que agora está mais maduro e procura jogar suas idéias com certo
equilíbrio, com certos critérios sem prejudicar a qualidade de sua obra. Está
procurando captar a essência das coisas e com isto trabalha com mais cuidado ao
ponto de nos apresentar telas feitas com boa qualidade no traço e nas cores
fortes e bem dosadas.
Outro
detalhe é que ele corta a tela e cola no Eucatex. Portanto, são telas a óleo.
Isto demonstra o seu cuidado em buscar um suporte adequado para lançar suas
idéias e permite um tratamento melhor do ponto de vista pictórico.
COLETIVA
SOBRE LAZER SELECIONA FOTÓGRAFOS
Oitenta
e seis fotografias sobre o tema Lazer foram selecionadas para a 2ª coletiva d
âmbito nacional da Galeria de Fotografia da Funarte (Rua Araújo Porto Alegre,
80-Centro, Rio). A exposição que terá a participação de 52 fotógrafos, foi
inaugurada recentemente.
Um
total de 154 fotógrafos enviaram 561 fotos, selecionadas por uma comissão de
cinco profissionais da área, composta por Zeka Araújo (coordenador do projeto),
João Urban (Paraná), Miguel Rio Branco (Bahia), Ricardo Chaves (Rio Grande do
Sul) e Bina Fonyat (Rio).
São
os seguintes os fotógrafos que estarão expondo na Funarte em novembro:
Alexandre Maurício Sadcovitz, Ameris M. Paolini, Aníbal Philot, Araquém
Alcântara, Armando Prado, Ary Abranches, Beto Felício; Carlos Alves Scchin,
Carlo Werde, Constance Brenner, Cristina Zappa, Frederico Mendes, Georges Razh,
Gil Prates, Gilson Ribeiro, Heitor Magaldi Filho, Isabel Garcia, Ito Cornelsen,
João Lauro, J.B. Scalco, Jober Brochado da Costa; Jorge Alberto Thomé, José Ary
F. de Medeiros, José Carlos Filizola, José Guilherme Couto de Oliveira, José
Roberto Bassul, Júlio Covello, Leonid Streliev, Luiz Carlos Felizardo, Luiz
Humberto Martins Pereira, Marcelo Lartigue, Mário Barata Mário Cravo Neto,
Maurício Valladares, Mazda Peres, Milton Montenegro, Nilson Menezes; Octales
Gonzáles, Osmar Vilar, Panta Astiazaran, Paulo Rubens Fonseca, Paulo Santos
Filho, Pedro Agilson, Renato Aguiar, Rômulo Campos, Sérgio Juste, Sérgio
Rabinovitz, Sérgio Sbragia, Verônica Falcão, Vincent Carelli, Walter Carvalho e
Walter Ghelman.
MAM
TEM NOVO CONSELHO DELIBERATIVO
Em
reunião extraordinária, os sócios delegados do Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro elegeram, por maioria absoluta, o novo Conselho Deliberativo da
Entidade, que passa a contar com os seguintes nomes: Aloysio de Paula Aloysio
Salles, Anita Souza Costa de Toledo, Antônio Augusto Moniz Vianna, Antônio
Galotti,Antônio da Pádua Chagas Freitas, Carmen Marques, Edmundo Moniz,Gilberto
Chateubriand,Gustavo Capanema, Hélio Jaguaribe Gomes de Mattos, Hugo Gouthier ,
Hugo Meira Lima, João Carlos Vital, José Calograssi Filho, José Eugênio de
Macedo Soares, Lauro Salazar Regueira, Luiza Gonzaga Nascimento Silva,
Madeleine Archer , Márcio Melo Franco Alves, Maria Luiz de Carvalho Britto,
Maurício Roberto, Nelson Augusto de Farias Baptista, Niomar Moniz Sodré
Bittencourt, Paulo Carneiro, Regina Maura Bilac Pinto Zingoni, Sérgio
Bernardes, Walther Moreira Salles, Wladmir Alves de Souza, Wladimir Murtinho.O
mandado do novo Conselho Deliberativo do MAM é de três anos.
VOTAÇÃO
A
reunião foi aberta pelo presidente do MAM , Ivo Pitanguy que convidou para presidi-la o Sr. Luiz
Simões Lopes, que a seguir, chamou para a Mesa Curadora os sócios delegados
senador Ernani do Amaral Peixoto, Embaixados Vasco Leitão da Cunha, dr.
Theodoro Arthou , dr. Edmundo Lins Netto e o historiador Pedro Calmon.
A
votação, compareceram 90% dos sócios delegados do MAM, entre os quais o
governador Antônio de Pádua Chagas Freitas, Hélio Silva, Francisco Negrão de
Lima, Edmundo Lins Netto, Edmundo Blund , Vaso Leitão da Cunha, Pedro Calmon,
Antônio Bento, Mário Pedrosa, e Austregésilo de Athayde.
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