JORNAL A TARDE, SALVADOR, 01 DE JUNHO DE 1981
RUFINO TAMAYO TEM JUSTA HOMENAGEM
Cidade do México - O presidente mexicano, José Lopez Portillo, inaugurou no Museu de Arte Moderna que leva o nome do mais proeminente artista mexicano vivo, Rufino Tamayo.
O
novo museu fica no Parque de Chapultepec, onde já existem oito museus nacionais
mexicanos.
Tamayo
disse, na cerimônia, que por fim viu cumprir-se um sonho de 50 anos, o de
compartilhar com meu povo, sua fortuna e as obras adquiridas de artistas
contemporâneos célebres. Também fez um apelo a outras pessoas com poder
econômico para que financiem mais museus e projetos artísticos.
A coleção que doou ao museu conta com 200
obras, incluído pinturas de Pablo Picasso, Joan Miró, Salvador Dali, René
Magritte, Max Ernst, Adolf Gottieb, Pierre Soulages e suas próprias e valiosas
criações.
Tamayo
lutou oito anos para conseguir que o museu com seu nome fosse construído no Parque
de Chapultepec- ambição que seus críticos consideravam uma manifestação de "vaidade a posteridade."
As
autoridades e um grupo de intelectuais se opuseram por muito tempo ao projeto,
O estado sustentava que não podia construir um museu privado ao lado dos museus
nacionais de Antropologia, Arte Moderna, História Natural e outro cinco
erguidos no parque.
A
posição do governo não era só uma questão de princípios sobre o local onde
Tamayo queria ter seu museu, mas também um assunto de cunho político. Tamayo é
o único sobrevivente do Grupo dos Quatro grandes Muralistas Mexicanos, formado
por Diego Rivera, José Clemente Orozco e Davis Alfaro Siqueiros. Tamayo, ao
contrário dos outros, opunha-se a vincular sua arte com a política, sustentando
que os demais pintavam temas ideológicos com subvenções do Estado, dentro da
corrente da estética socialista.
BERNINI
E ALEIJADINHO O FULGOR DA ARQUITETURA
Parma (Ansa) Na
fachada de um estupendo edifício da Rua Mercedes, esquina da Rua da Propaganda,
existe em Roma uma placa que diz assim: "Aqui viveu e morreu João Lourenço Bernini, soberano da arte
perante a qual se inclinaram reverente papas, príncipes, povos. ", que havia sido
colocada pela Prefeitura Municipal quando se homenageou o centenário de quem
dera o máximo esplendor ao barroco italiano. No curso de 1980-81, exposições,
consertos e outras manifestações artísticas comemoraram na Itália no seu
terceiro centenário Nápoles/1598-Roma 1960 o arquiteto, escultor e pintor da
contra-reforma que na América Latina teve início com a colaboração jesuíta que
levou para lá os esplendores da voluta, de uma arte sobrecarregada de símbolos
na sua ânsia de glorificar a Igreja Católica Apostólica Romana. Talvez se possa
dizer que Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, seja o mais digno discípulo
desta escola italiana, florescida em Portugal e depois chegada no Brasil. O
editor parmense Franco Maria Ricci dedicou o volume 21 de Os Vestígios do Homem
a este mulato de gênio que ascendeu nas asas da fama que teve
dinheiro/escravos, ricos manjares..., segundo afirma o poeta brasileiro Carlos
Drummond de Andrade no texto O Vôo sobre
as Igrejas publicado nas Atas dos Apostólogos.
Este
volume refere-se estreitamente ás esculturas policromadas do Aleijadinho que
era um pequeno entrevado/não tinha dedos, não tinha mãos/raiva e cinzel, só
isto tinha, continua Drummond. São 163 páginas com 58 reproduções em cores das
estátuas-algumas das exteriores em pedra da Igreja do Bom Jesus de Matozinhos
em Congonhas do Campo, Minas Gerais-do interior, vistas da construção, uma
fotoreprodução de um projeto do arquiteto, escultor e pintor brasileiro para a
fachada de uma igreja que consta no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto , mais um
documento autografado de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho: o recibo de
pagamento por um dos seus trabalhos, a vista geral das capelas da Via Cruzis de
Congonhas do Campo, da capela da crucificação e o seu pormenor, do Monte da
Paixão e a Capela da Ceia: Cristo e os Apóstolos. Imcubiu-se da apresentação o
escritor Afonso Arinos de Melo Franco, a introdução é de Orlandino Seitas
Fernandes, o texto latino na edição crítica oxoniense é de I. Wordsworth e H.
White. Existem duas versões, uma em português e outra em italiano traduzida por
Cesare Angelini.O
livro está a venda na Itália e na França.
Estranhas
encruzilhadas do hemisfério austral e estranhos os meus encontros: Borges, o
bibliotecário cego de Buenos Aires, Cândido Lopez, o pintor manco da Guerra do
Paraguai e agora o Aleijadinho, o escultor deformado da piedade mineira. Este
livro que dedico com saudade ao amigo desaparecido, tenta lembrar um encontro
que, igual à Via Crucis do Aleijadinho, teve início e fim no espaço de um
jardim... Diz Ricci. E quem haja visto alguma vez a perspectiva dos jardins, da
tortuosa escalinata, enfeitada com as estações dos apóstolos, até chegar
finalmente com o olhar a pousar na magnificência branco-cinzento da igreja,
esquecerá os duros sofrimentos, a morte e os sacrifícios que trouxeram juntos a
descoberta das minas de ouro e de diamantes que deram transcedência e riqueza á
então capitania do século XVIII, depois à província imperial e ao Estado
Republicano de Minas Gerais. Ainda hoje podem ser vistos restos de arcadas
barrocas, construção que dava acesso à entrada das minas de Inês Blumenweig.
UMA
VELHA ÁRVORE
A velha árvore que já serviu de abrigo ardiaem chamas. Como um
vulcão que vomita pedras e fogo saídos de sua estranha a velha árvore lançava
labaredas de seu tronco oco. Uma cena que atraiu pouca gente e dois bombeiros
que seguravam uma mangueira d’água tentando apagar o fogo. Noutra árvore
vizinha um único espectador assistia a tudo impassível. As duas árvores assim
compunham um quadro diferente. Uma ardia em chamas e outras servia de recosto e
abrigo para o curioso. Posições diferentes daquelas que estão acostumadas
quando integram com sua imobilidade vegetativa as comemorações do 2 de julho.
Ao seu redor entoam cânticos em homenagem ao casal de caboclos que deixa o
bairro da Lapinha e permanece por alguns dias no Campo Grande. Este momento foi
fixado pelo fotógrafo Carlos Santana. Uma foto que realmente transpõe o simples
documento, porque tem plasticidade e uma força capaz de ser sentida por aqueles
que tem espírito e sensibilidade.
A velha árvore que já serviu de abrigo ardia
EXPOSIÇÕES NA CORÉIA DO SUL ADULTOS E CRIANÇAS
Vem
de Seul, na Coréia, a notícia de duas exposições internacionais de artes
plásticas: uma de gravura para adultos e outra de pintura, desenho, impressão,
colagem e gravura para crianças. Ambas visam a fomentar o intercâmbio cultural
e o estreitamento dos laços de amizade entre os povos de todo o mundo. Maiores
informações e fichas de inscrições dos dois eventos podem ser obtidas no Instituto
Nacional de Artes Plásticas, da Funarte Rua Araújo porto Alegre 80, sala 15
centro- Rio de Janeiro, CEP 20.030, RJ
Para
participar da III Bienal Internacional da Gravura de Seul o candidato deverá
endereçar o seu trabalho junto a uma ficha de inscrição devidamente preenchida
e assinada e mais uma taxa de US$5 cinco dólares até o dia 30 de junho, para
Mr. Yung Kyung Shim-Chief of promotion department, The Dong-A llbo, l.P.O. Box
307- Kwangw harmoon.
Seul
, Kórea – As despesas com remessa e seguro da obra concorrerão por conta do
candidato, enquanto os organizadores do evento se encarregarão da devolução.
Poderão concorrer os gravadores de todas as nacionalidade, e a cada um será
permitido enviar até dois trabalhos originais de qualquer natureza,desde que
produzidos depois de janeiro de 1979. O candidato terá que remeter a prova do
autor ou parte da edição da obra que deverá ter no máximo 50 cópias. O trabalho
poderá apresentar qualquer dimensão e em seu verso o autor escreverá um pequeno
curriculum contendo dados que serão utilizados no catálogo.
A Bienal dará quatro prêmios de US$300 e ainda
alguns de Aquisição. Os trabalhos selecionados ficarão expostos de 1º a 10 de agosto no Museu de Arte de Seul e os
promotores do evento organizarão um catálogo das obras.
ARTE
INFANTIL
Crianças
de todo o mundo com idade entre 6
a 12 anos estão sendo convidadas a participar da XXIII Exposição Mundial de Arte Infantil da Kórea, que irá de 25 de setembro de 1981 a 30 de junho de 1982 ,
numa promoção do Centro Koreano de Crianças da Fundação Yook de Jovens de Seul.
Cada crianças poderá concorrer com um trabalho que deverá ser remetido , não
sendo necessário ficha de inscrição para Korean C – Children’s Center – San
3-39, Neungdong:seoung dog-Ku – Seul 133 – Korea – Coréia, até o dia 15 de
agosto de 1981. Serão concedidos vários prêmios, medalhas e certificados de
participação que serão remetidos através das escolas e embaixadas dos
candidatos.
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