PAISAGENS E FLORES DE JENNER
AUGUSTO
Dique do Tororó, óleo sobre tela de 037 x 061 cm |
Estes
versos do poetinha exprimem um pouco da arte de Jenner Augusto, este
sergipano-baiano que sabe tão bem equilibrar o volume das águas do mar e dos
lagos com a brancura das areias e o perfil de pessoas que vivem e labutam ás
suas margens.
Longe
dos modismos descartáveis o artista vai construindo o seu mundo de paz com uma
pintura pós impressionistas onde a calmaria dos ancoradouros e a tranqüilidade
das águas escuras do Dique do Tororó guardam os mistérios da fé daqueles que
creem em Oxum, a rainha das águas doces.O
artista vai construindo o seu mundo pictórico como um verdadeiro herói anônimo
passando por entre os cipoais dos ismos que se sucedem e que levam muitos ao
descrédito.
Valente
como a maioria dos nordestinos, Jenner empurra o seu pincel, e na quietude do
seu próprio viver enaltece as paisagens, dá vida as colinas, reflexos as águas
e coloca as torre dos templos apontando para o céu e os rodeia de verde, como a
demonstrar a importância da vegetação para a nossa sobrevivência. Diria que
reconstrói a paisagem como um verdadeiro arquiteto da natureza que teima em nos
chamar a atenção de necessidade de contemplar a paisagem, antes que a
especulação imobiliária chegue com um cordão de isolamento de espigões.
E,
as flores pintadas por Jenner parecem que acabam de ser colhidas num jardim celestial,
onde exibem nos jarros toda a exuberância de suas cores.
Como
alerta Olney Kruse, o artista Jenner Augusto nunca arredou o pé de sua postura
do seu gosto estético, do seu trabalho que lhe gratifica na medida em que
expressa suas emoções. Acredito mesmo que transporta para a tela a sua própria
visão do mundo e a própria calma que envolve a sua existência.
Jenner
acaba de expor na Galeria de Arte André, em São Paulo , com grande
sucesso.
EXPOSIÇÃO
DE MURILO SEGUIU PARA O MASP
Aproveito
aqui para registrar um fato que não deve passar despercebido. É que os
organizadores barraram na porta muitas pessoas que foram prestigiar o artista,
sob o pretexto de que o convite era pessoal e intransferível. Informam
os responsáveis pela promoção que esta exposição é a primeira de uma série.
Diante
do que aconteceu espero que da próxima vez não barrem pessoas que vão a uma
exposição, porque é uma péssima política. Basta dizer que são poucas as pessoas
que se dispõem a frequentar museus e galerias, e a discriminação é sempre
prejudicial, porque afinal de contas, uma mostra não é apenas um acontecimento
da socialite.
O artista Murilo |
Essas
reproduções, em tiragem limitada e assinada pelo artista, serão oferecidas a
clientes e amigos.
A
preferência por Murilo e sua obra foi o resultado da procura de uma artista
reconhecidamente emergente apoiada em consulta a professores, jornalistas,
críticos de arte, marchands e outros artistas. Hoje com trinta anos, Murilo
começou a pintar ao quinze, como autodidata. Em
1975 ingressou no curso de artes
plásticas da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia.
O Neguinho e a Negona Dançando na Sociedade Recreativa Pedra da Arara |
Em
1982 e em 1984, voltaria expõe em Salvador.Murilo
também participou de várias coletivas.Em
1976, esteve presente na Bienal Nacional de São Paulo; dois anos depois, na
Exposição Arte Bahia Hoje. EM 1983 participou de mostra no Museu de Arte
Contemporânea de São Paulo.
Dois
anos depois, 1985, participou de duas mostras, em Salvador: uma na Galeria
Múltiplus e outra no Museu de Arte da Bahia denominada Geração 70.
O
trabalho realizado nesses quinze anos fez Murilo merecer vários prêmios. Entre
eles, estão o Prêmio João Francisco Lopes Rodrigues no I Salão Nordestino de
Artes Plásticas, em Salvador; O Prêmio Especial de Pintura, no IV Salão
nacional Universitário de Artes Plásticas, em Florianópolis; e o Prêmio
Concurso de Projeto do Museu de Arte Moderna da Bahia. Além de pintor, Murilo
também atua como cenógrafo e figurinista.
Também quero fazer um reparo porque saiu
impresso no catálogo da exposição que sou redator-chefe. O redator-chefe de A Tarde é o Dr. Jorge Calmon.
Para
mim Murilo é um dos artistas da Geração 70 que apresenta um trabalho contemporâneo
e em constante evolução. Atento ás coisas que estão acontecendo em outros
centros, ele vai captando, com sua sensibilidade aguçada, os elementos capazes
de possibilitar melhor expressão. Agora, está mostrando um trabalho vibrante,
onde os traços negros e fortes permitem a identificação de formas em
composições que enfocam o cotidiano. Realmente, entre as paredes de um
apartamento, debaixo do teto de uma casa e nas ruas das cidades, acontecem
situações ternas e, muitas vezes, violentas. Esta temática é muito rica e Murilo, com sua versatilidade
e a qualidade técnica que alcançou tem muito que realizar. Sua obra tem
linguagem universal, fácil de ser absorvida por qualquer habitante de uma
metrópole.
MARIVALDO
PREPARA EXPOSIÇÃO
O
artista Marivaldo Carneiro está ultimando alguns trabalhos para uma exposição
que pretende realizar, provavelmente, no hall do Hotel da Bahia. Ele expõe pela
primeira vez em Vilas do Atlântico, quando ainda trabalhava na Odebrecht. Hoje
afastado da empresa está dedicado a tempo integral a seus quadros. Ele pintava
paisagens e barcos, com forte presença pós-impressionistas, e, na época,
Matilde Matos fez uma apresentação no catálogo de sua exposição.
Os
anos passaram e Marivaldo carneiro resolveu dedicar-se mais á arte, e, hoje,
quase que vive exclusivamente pintando. São trabalhos em óleo sobre tela, onde
a geometrização demonstra que vem apurando a sua técnica. Neste trabalho da
foto, ele enfoca o vendedor de bananas, que pode ser visualizado através da
olha de bananeira, ao alto, e, também, pelos frutos amarelos e verdes.
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