JORNAL A TARDE SALVADOR, 11 DE AGOSTO DE 1979.
MARLENE BATISTA GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA
Inquieta
e inconformada com as dificuldades que tem enfrentado no seu dia-a-dia, a
pintora Marlene Batista só agora tem oportunidade de realizar sua primeira individual em Salvador. Está
expondo alguns de seus trabalhos no Gabinete Português de Leitura. Uma artista
pobre e que vem enfrentando sérios transtornos para continuar a sua produção
artística. Já expôs fora do Salvador em Fortaleza e Recife. Mas sempre esteve
presente em coletivas de jovens artistas baianos. Fico feliz com esta exposição
da Marlene por dois motivos: primeiro, pela qualidade do trabalho apresentado,
especialmente os quadros onde ela utilizou uma técnica mista de aguada com
lápis de cera. Acho que é este o seu caminho. Com relação ás telas a óleo ainda
tem muita coisa por fazer. Evidente que esta sua procura, esta nova vontade em
utilizar vários materiais diferentes só vem a acrescentar, porém, exige
evidentemente maior afinco.
Outro
motivo de minha alegria é devido a amizade que tenho pela Marlene Batista,
inclusive sempre acompanhei de perto a sua luta em mostrar numa individual seus
trabalhos.
Formada
pela Escola de Belas-Artes e sempre presente nos movimentos e exposições de
arte a Marlene tem muita coisa por fazer desabrochar o seu talento. Ela não
gosta de concessões, de pintar para agradar e isto tem de certa forma
dificultando o seu trabalho, além da falta de um contato maior com as pessoas
fora do seu círculo de amizade. Mas, o que importa é que os trabalhos de
Marlene Batista estão aí no Gabinete Português de Leitura e merecem ser vistos.
Veja
a beleza das formas abstratas que ela consegue com as aguadas e os lápis
coloridos de cera. Quando ás telas a óleo tendem a um surrealismo, mas ainda
necessitam de maior apuração.
RENÉ
HUYGHE VISTA MUSEU NO RIO DE JANEIRO
Durante
sua recente presença no Brasil, num
roteiro que incluía Brasília e Ouro Preto, o conhecido critico e historiador
francês René Huyghe visitou o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro,
detendo-se principalmente nas obras de reconstrução.
Um
dos primeiros críticos internacionais que reconheceram o talento do escultor
brasileiro Aleijadinho, René Huyghe foi durante muitos anos conservador do
Museu do Louvre e entre as obras que publicou,
figuram
A Arte e a Alma, Diálogo com o Visível e A Arte e o Homem.
A Arte e a Alma, Diálogo com o Visível e A Arte e o Homem.
O
crítico francês foi recebido no MAM pelos diretores Carlos Flexa Ribeiro, Hugo
Gouthier e José Simeão Leal.
IMPRESSÃO
DE SELOS PARA TODO O MUNDO
À Imprensa nacional Austríaca, em Viana, chegam de todo o mundo encomendas para a
impressão de selos. Um belo exemplo de excelente qualidade de respectiva
técnica de impressão é constituído por este bloco de selos paraguaios:
Trata-se
de uma emissão especial de selos
comemorativos do quarto centenário do nascimento de Peter Paul Rubens com a
apresentação da Virgem Numa Grinalda.
Esta Impressão é uma combinação de calcografia a quatro cores, incluindo o
dourado, uma cor de gravura a entalhe e duas cores de tipografia.
MAM:
OBRAS DA FRANÇA PARA O ACERVO
O
Ministério das Relações Exteriores comunicou à diretoria do Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro que obra de vários artistas franceses, doadas para o
seu acervo, encontram-se na Embaixada do Brasil em Paris aguardando embarque
para o nosso país.
As
obras, doadas por particulares e artistas, são de autoria de Auguste Rodin
(Escultura), Pablo Picasso (Desenho), Joaquim Torres-Garcia (Pintura), Sônia
Delaunay (Serigrafia), Victor Vasarley (2 pinturas e uma série de 8
serigrafias), W.S Wols (guache), Charles Calmoin (aquarela), Thevenet
(Pintura), Landowki (Escultura), A.H. Dumontier (Pintura), Olivier Debre
(Pintura), Raymond Abner (Pintura), Claude Venard (Pintura), Werner Gisevisus
(Pintura), e G. Marilere Pelletant (4 pinturas e 6 desenhos).
NOTÍCIAS DA BIENAL DE SÃO PAULO
ASSESSORIA
CULTURAL- O jornalista, crítico de Arte e presidente do Conselho de Arte e Cultura, Carlos
Von Schimidt, é o novo Assessor Cultural da Fundação Bienal de São Paulo.
A
escolha do novo assessor, que substitui Emanuel Massarani, foi realizada pela
Diretoria da Bienal, Carlos Von Schimidt, além de membro da Associação
Internacional de Críticos de Arte- AICA, seção Associação Brasileira de
Críticos de Arte-ABCA, São Paulo, e membro da Associação Paulista de Críticos
de Arte, é diretor e critico do jornal Artes, colaborador do Suplemento
Cultural de O Estado de S. Paulo, escreve para a página de artes visuais da
Folha de São Paulo e é critico do jornal Latin American Daily Post.
POLÔNIA
COM SEIS PREMIADOS - A
Polônia confirmou a participação de 11 (onze) artistas na XV Bienal
Internacional de São Paulo, sendo que 6 (seis) dos quais são ex-premiados de
Bienais anteriores.
Em
carta aos organizadores da Bienal, o diretor do National Musem de Varsóvia, Leszek Itman, comunicou
oficialmente os nomes dos representantes de seu país e os respectivos trabalhos
a serem expostos.São
os seguintes os participantes poloneses, premiados anteriormente:
Tadeus
Kantor, prêmio IX Bienal de São Paulo, 1967, que apresentará 5 (cinco)
trabalhos; Tadeusz Kulisiewicz, prêmio VI Bienal de São Paulo, 1961, com
5 (cinco) desenhos do ciclo Índia-1973; Waldemar Swerzy, prêmio X Bienal de São
Paulo, 1969, com 5 (cinco) trabalhos; Francieszek Starowieski, prêmio VII
Bienal de São Paulo, 1963, com 5 (cinco) trabalhos; Henry Tomaszewski, prêmio
VII Bienal de São Paulo,1963, com 5 (cinco) trabalhos; e Magdalena Abakanowicz,
prêmio VIII Bienal de São Paulo, 1965, que apresentará trabalho do ciclo
Alterations.
Os
novos participantes poloneses, da XV Bienal Internacional, são os seguintes:
Andrzej Lachowicz, com uma série de trabalhos divididos em dois grupos: Grzegorz Sztabinshi, com 2(duas) séries de desenhos; Joséf Szajna, com 1(hum) trabalho;
Natalia Lach-Lachowicz, com 2 (dois) trabalhos; e Zbigniew Dlubak, com 6 (seis)
trabalhos.
BRASILEIROS
INDICADOS (II) - Como
informamos anteriormente, a Bienal colocará à disposição da Imprensa, a partir
de setembro, pequenos históricos sobre a
vida e a obra dos 15 (quinze) artistas brasileiros, indicados pela ABCA para
participar da XV Bienal Internacional de São Paulo. Prosseguindo com resumos
desses históricos, apresentamos mais dois nomes:
ASCÂNIO
M M M - nascido em Portugal mas naturalmente brasileiro, reside no Rio de Janeiro.
Escultor de trabalhos em madeira e alumínio, Ascânio tem uma de suas obras na
Praça da Sé, em São Paulo ,
realizada no ano passado, quando da inauguração da nova praça.
O
artista, que já se apresentou na IX Bienal de São Paulo, na Bienal de Escultura
ao Ar Livre de Antuérpia, e outras mostras, disse:
O
movimento nas minhas esculturas ou quadros não segue uma pré-determinação
básica também acontece em função da construtividade do meu trabalho.
GLAUCO
PINTO DE MORAES - Locomotivas
são o tema do pintor Glauco Pinto de Moraes, Gaúcho de Passo Fundo, estará
participando pela terceira vez da Bienal de São Paulo.
As
anteriores foram a XIII Bienal Internacional e a I Bienal Latino-Americana.
Também
participou de várias outras exposições, como: Museu de Arte Brasileira FAAP-SP,
e MAM do Rio. Um pintor realista, desde menino sempre sentiu grande atração
pelo trem, pois este significava a cultura, a notícia, o contato com a época.
CINCO
ARTISTAS DA TAILÂNDIA - O
Ministério das Relações Exteriores da Tailândia, em carta enviada à Fundação
Bienal de São Paulo, confirmou sua presença na XV Bienal Internacional, através
da representação de cinco artistas contemporâneos:
Sawasdi Tantisuk - já esteve em São
Paulo , participando da XII Bienal.
Para
esta mostra, vai trazer 5 (cinco) obras.
Pichi Nirand - outro ex-participante de uma Bienal paulista agora expondo em Viena,
Nirand apresentará cinco obras em
São Paulo.
Pishunu Supanimt- várias vezes premiados na Tailândia e professor da Faculdade de
Pintura, Escultura e Artes Gráficas de Bangkok. Exporá (cinco) trabalhos.
Ithipol Thangchalok - depois de ter se apresentado nas XI e XII Bienais de São Paulo,
até da XXVI Bienal de Veneza, nesta XV mostra paulista vai expor 5 (cinco)
obras.
Tuan Terapichit - professor em Bangkok, esteve em São Paulo em 1969 na X
Bienal e ganhou vários prêmios em seu país. Nesta mostra apresentará 5(cinco)
trabalhos.
NOVO
CONSELHEIRO - A
Fundação Bienal de São Paulo informa que tem um novo membro em seu Conselho de Arte
e Cultura: o prof. Wolfgang Pfeiffer.Diretor
do Museu de Arte Contemporânea desde março do ano passado, Pfeiffer é também
professor de História da Arte na Escola de Comunicações e Artes da USP. Membro
da ABCA-AICA e do Comitê Brasileiro de História da Arte, o novo conselheiro da
Bienal foi ainda diretor técnico do antigo Museu de Arte Moderna e membro do
júri internacional das seis primeiras Bienais.
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