JORNAL A TARDE,SALVADOR, 1º DE
SETEMBRO DE 1979
CELSO CUNHA FARÁ MURAL NO CENTRO DE CONVENÇÕES
Celso Cunha com algumas partes do seu mural |
Na
verdade Celso Cunha é o melhor de todos estes muralistas que tem aparecido
nesta década. Trabalha em silêncio, o que releva um detalhe da sua própria
personalidade. É um indivíduo de poucas palavras e o seu forte é trabalhar com
ferramentas na consecução de formas o volume que dia-a-dia vão preenchendo os
vazios das paredes de prédios públicos e particulares.
As
soluções abstratas e figurativas que surgem dos talhos fortes de Celso Cunha demonstram
sua grande força e intimidade com os materiais que manipula. O entalhe que foi
denominado Cavalos em Repouso é bem expressivo e as figuras são concebidas com
certa ternura dentro de uma imagem deste nosso universo. Celso Cunha ainda vai
trabalhar muito e cada vez mais a Bahia, e em breve o Brasil, estarão dentro a
ele o que realmente merece. Ou seja, o destaque entre muitos dos entalhadores
que existem por aí. Sim, porque ele está acima de muitos inclusive, já
conceituados, e certamente tende a se firmar como um dos mais importantes
muralistas baianos. Vamos aguardar.
RAUL
STEINBERG EM SALVADOR
Uma
exposição de 27 trabalhos do artista norte-americano Saul Steinberg faz parte
do IV Salão Internacional de Humor, que se realiza em Piracicaba. Estado
de São Paulo, sob o patrocínio da prefeitura local, de 18 de agosto a 3 de
setembro. A mostra, a primeira de Steinberg no Brasil, tem a colaboração da
Agência de Comunicação Internacional dos Estados Unidos.
Depois
de Piracicaba, os trabalhos de Steinberg serão exibidos no Rio de Janeiro de 10 a 21 de setembro em
Brasília de 26 de setembro a 5 de outubro, Salvador de 10 a 19 de outubro, Belo
Horizonte de 25 de outubro a 8 de novembro e Porto Alegre de 14 a 27 de novembro.
Steinberg
é um dos mais populares artistas vivos dos EUA e suas obras são tão
imediatamente identificáveis pelo público como as de Adrew Weth ou Norman
Rockwell.
Ele
nasceu em Bucareste, Romênia, em 1914, filho de um tipógrafo impressor de
cartazes e posters. Seus primeiros brinquedos foram os tipos de metais e
madeira-os sinais gráficos que motivaram a sua notável criatividade artística.
Aos
18 anos, após terminar o colégio, Steinberg mudou-se para a Itália, onde fez,
em Milão, um treinamento como engenheiro e arquiteto. Seu coração, entretanto,
estava no desenho e aos 21 anos ele pode se considerar um artista profissional,
ganhando a vida vendendo desenhos humorísticos a revistas e jornais.
Com
a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Seinberg decidiu transferir-se para os
Estados Unidos, onde, chegou em 1941, tendo logo se tornado cidadão americano.
Seu
primeiro emprego no país foi como desenhista da revista The New Yorker, para a
qual continua trabalhando até hoje.
A
sua atividade como artista, todavia não se limitou a revista. As capas que criou
para The New Yorker, bem como as charges e ilustrações, constituem apenas uma
parte de sua copiosa produção artística, rica em humor e ambigüidade. Autor de
meia dúzia, de livros, ele se tornou conhecido internacionalmente através de
mostras coletivas ou individuais em inúmeras cidades, entre as quais Barcelona,
Caracas, Estocolmo, Chicago, Londres, Milão, Paris e Hamburgo.
Suas
figuras incorporam um paradoxo, sendo ao mesmo tempo acessíveis e
impenetráveis. Pode ser fácil para o público adentrá-las, mas é Steinberg quem
decide o quanto o público pode penetrar nelas. Em seu trabalho ele pouco vê
para amar na natureza, mas por outro lado, muito observa para satirizar.
Hoje,
aos 65 anos, Steinberg sente que está no limiar de novas aventuras estéticas,
diferentes daquelas que ele viveu até agora com caneta, lápis, crayon e outros
materiais menos convencionais como madeira, cera, cola, envelope etc.
Hoje
em dia eu desenho a vida, diz ele como os velhos mestres, a medida em que fico
mais velho, torno-me cada vez mais interessado no que está lá fora e não com o
que está em minha cabeça.
SIMBIOSE
A QUATRO MÃOS DE DUAS ARTISTAS
Minetismo obra de Sônia Regina, de 43,5 x 62,5 |
Uma
identidade de tratamento das formas, escolha de cores, inclusive da própria
temática e a Simbiose.
Só,
com uma pequena diferença, que uma usou os frutos da terra e a outra os frutos
do mar. Uma identidade que chega a confundir, daí preferir chamar de uma
exposição a quatro mãos.
Argonauta, obra de Lygia Aguiar, de 43,5 x 62,5 |
Porém, não concordo com o Ângelo quando ele afirma numa maturidade artística. Elas chegam lá.
Mas
ainda falta alguma coisa, inclusive melhor tratamento pictórico. O que existe é
uma vontade e algumas coisas na cabeça que começam a ser despejadas no papel.
Também achei exagerados os preços de muitos trabalhos expostos tomando por base
outros artistas já maduros, e que tem uma obra pictórica madura e conhecida.
Elas começam a despontar e o despontar exige do criador certo cuidado e
principalmente preocupação em não ousar demais todos os sentidos.
Concordo
que foram felizes em escolher a técnica do pastel que proporcionou uma
impressão ótica aveludada, devido a reflexão difusa da luz nas milhares de
partículas pigmentarias que refletem a sua cor recíproca, variando o ângulo de
reflexão segundo o ângulo de incidência em relação à posição de cada partícula.
Inclusive no programa da apresentação elas definem o que seja pastel e das suas
vantagens.
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