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quarta-feira, 27 de março de 2013

ESPERIDIÃO MATTOS GANHA MEDALHA - 1º DE DEZEMBRO DE 1979


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 1º DE DEZEMBRO DE 1979

               ESPERIDIÃO MATTOS GANHA MEDALHA

Pela terceira vez o artista baiano Esperidião  Mattos participa da exposição anual promovida pela Associação dos Servidores Civis do Brasil, Rio de Janeiro. Na primeira recebeu um Diploma de Honra ao Mérito, na segunda, a Medalha e Bronze, e agora Medalha de Prata.
Esperidião Mattos é um dos melhores desenhistas que tem a Bahia e com sua humildade vai acumulando prêmios e elogios de todos aqueles que conhecem o seu trabalho. Vive exclusivamente voltado para a arte em seu atelier localizado na Avenida Joana Angélica, próximo ao Campo da Pólvora.
As velhas ladeiras, as igrejas, e a gente que habita estes pontos tradicionais e os velhos casarões estão sempre presentes em seus desenhos e telas a óleo. É um apaixonado pela Bahia e pelas paisagens bucólicas, que refletem a sua própria personalidade doce e calma. Um homem terno e sensível, é o que se depreende de sua obra pictórica que mais parece trabalho de chinês. Tudo é feito com calma, longe da corrida desenfreada e desumana da grande cidade.
Longe e ausente dos carros que poluem as ruas e atropelam as pessoas. Vive assim recolhido em seu mundo e inclusive realiza poucas exposições. Por esta razão poucos conhecem de perto a extensão de sua obra. Este desenho que ele chamou de Rua da Oração foi feito em 1948. Observem a leveza do seu traço, o cuidado com a perspectivas, e com os detalhes.
Veja a tranqüilidade que nos proporciona ao examiná-lo com mais cuidado.
Procure conhecer a de Esperidião Mattos, que encontrará pela frente um grande artista que os baianos ainda vão dar-lhe o valor que merece.

             EXPOSIÇÃO INFANTIL NO SOLAR DO UNHÃO

A Fundação Cultural do Estado da Bahia, inaugurou ontem, no Solar do Unhão, uma exposição infantil, onde mostra vários trabalhos de pintura e cerâmica feitos por cerca de 3 mil e 800 meninos durante o último semestre, resultado das Manhãs de Criatividade, das Atividades de Criatividade com a Comunidade, das Visitas ao Museu e da participação no Projeto Keramos desenvolvido pela artista Maria Bethânia Vargas.
Dirigido pela museóloga Sônia Celeste Dantas, o Programa Museu-Escola contou este ano com a participação de escolas da rede oficial de ensino e atingiu, no último semestre, o melhor nível de qualidade. Segundo ela, nós estamos querendo captar as influências sociais e psicológicas, além da educação de modo geral. Mas Sônia Celeste reconhece que não foi fácil atingir o objetivo.
Quando foi implantar o projeto em Mussurunga, disse que, o primeiro contato foi muito difícil. As crianças perguntavam: O que vocês querem aqui? Depois a adaptação foi-se tornando melhor e conseguimos sensibilizar a comunidade. Essas crianças nunca visitaram um museu e estão sendo preparadas para isso.
Maria Bethânia Vargas, que participou da extensão do Programa Museu-Escola, através da integração das crianças no seu Projeto Keramos, acha que, a experiência foi altamente gratificante, por ter atingido um tipo de público já bastante livre em suas manifestações de criatividade. Ela afirma que a participação da criança em seu trabalho varia de acordo com o meio ambiente em que vive.
Frisou que, as crianças da classe média, por exemplo, têm um comportamento formal, totalmente diferente de classe inferior, que com o barro nas mãos criam formas que identificam a repressão e a carência que as cerceiam.
Á parte pintura e cerâmica, da abertura da mostra infantil, contou com uma participação especial: das crianças da comunidade Obá-Biyé, uma escola destinada a cultivar os antepassados culturais da raça negra.

           COLETIVA DOS ALUNOS DE ARTE DA CATÓLICA

Está aberta ao público até o dia 07 de setembro, no Gabinete Português de Leitura, uma exposição coletiva, promovida pelo Departamento de Arte da Universidade Católica do Salvador, que conta com 58 trabalhos da primeira turma de alunos do Curso  de Educação Artística, implantado nessa universidade no ano passado.
A exposição tem o objetivo de apresentar dos trabalhos dos alunos daquele curso e sobretudo divulgar o desenvolvimento plástico da criação, em sua maioria, a lápis e nanquim.
A exposição tem o nome de Manhã, Pérola Encantada e reúne os mais experientes alunos do curso.
O Coordenador Geral do Curso de Educação Artística da UCSAL e também coordenador da exposição, Luiz Ademir Souza, explicou que o objetivo do curso recém-implantado na universidade, é de licenciar professores em educação artística e suas habilitações com artes Cênicas, música, desenho e artes plásticas. Dele participam 160 alunos, os quais desenvolverem trabalhos de pintura, cerâmica, xilogravura, escultura, desenho técnico e artístico, além de teatro e atividade musicais.
Ademir Souza acrescentou que essa primeira turma foi muito concorrida quando do seu ingresso na universidade, tendo esse primeiro vestibular alcançado uma média de 10 candidatos para cada vaga. O curso tem duração de quatro anos na sua licenciatura plena e de dois anos e meio em licenciatura curta, o que vem facilitar o ensino dos primeiro e segundo graus, conforme a exigência da lei 5.692, disse.(Nona)

      O JOVEM WALDO ROBATTO NA PANORAMA

Pela segunda vez Waldo Robatto realiza uma exposição individual e afirma que " a característica do meu trabalho se resume na paisagem humana, refletindo um estado psicológico que ás vezes me afeta." Suas palavras demonstram a capacidade de sentir e captar as emoções, que são derramadas nas telas com certa qualidade. A princípio suas telas lembram outras pintadas por pessoas mais idosas e sofridas. Na realidade o Waldo é um jovem estudante de arquitetura, de vida tranquila. Apenas ele sugere as emoções que vive.
Revela numa entrevista publicada recente que os críticos não definiram ainda o seu trabalho e as opiniões são contraditórias. Acho que a sua visão está correta e as opiniões não são coincidentes por várias razões. É preciso saber que os críticos ou pessoas que escrevem sobre arte emitem suas opiniões de acordo com as informações que manipulam. E as contradições são fruto desta manipulação e também de gosto por determinados tipos de arte.

    TEREZINHA LIMA EM VITÓRIA DA CONQUISTA

Em 1978, juntamente com mais sete artistas, ela integrou o Grupo dos 8 , onde mostrou suas xilogravuras não figurativas com grande carga de geometrização. Na época fiz uma apreciação do seu trabalho.
Agora volta a expor, desta vez individualmente, com apresentação de Ivo Vellame. Está mostrando sua arte para Vitória da Conquista, exatamente, para a Galeria O Atelier. São marinhas e paisagens, e a técnica mudou. São aquarelas e pastéis ricos em colorido e como diz Ivo, vai lançado e filtrando demorada e cuidadosamente, o tema. Destaco, também, a ternura com que encosta uma cor na outra dando belos efeitos plásticos.

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