MINISTÉRIO DA CULTURA
O
que realmente existe no Brasil é uma confusão e multiplicidade de órgãos e
falta de critérios na delimitação do que é bom e deve ser incentivado e do que
é ruim e deve ser evitado.
O
que existe é desperdício de recursos de recursos em vários níveis da
administração pública. Uma coisa é incentivar um real valor e outra é
incentivar iniciantes sem qualquer capacidade criativa. O que faltam são
critérios e coragem para separar o joio do trigo.
Não
é prematuro defender um Ministério da Cultura. É temeroso dizer que ainda é
cedo e que o ministério surgiria fraco. Evidente que tudo que começa tateia nos
primeiros anos. Acho que existem tantas manifestações culturais a serem
aproveitadas, incentivadas e orientadas que já é tarde.
Acontece
que não existe é uma disposição governamental de dar maior espaço às
manifestações culturais, a não ser para quase tudo é realizado com parcos
recursos dos governos estaduais e municipais. Não existe uma política cultural
orientada e o Ministério da Educação e Cultura não cuida bem da Educação quanto
mais da Cultura. Portanto, não concordo com o professor Aloísio Magalhães que
seja cedo para falar em Ministério da Cultura. É preciso abrir esta discussão a
nível nacional para que as manifestações culturais ganhem respaldo e força. O
Ministério da Cultura seria um instrumento capaz de traçar uma política
coerente, desde que fossem carreados para a nova instituição não apenas
recursos como também pessoas decididas e comprometidas co a cultura nacional.
CINCINHO
PINTA CENAS DO RECÔNCAVO COM
No
dia 3 de abril, o Instituto do Patrimônio abrirá, às 19 horas, no térreo do
Solar Ferrão (Rua Gregório de Mattos, 45, Pelourinho), a exposição individual
do artista Inocêncio Alves dos Santos, Cincinho. N ocasião será lançado o
livreto sobre o pintor com texto crítico do artista plástico e professor da
Escola de Belas Artes da UFBa., Juarez Paraíso.
Inocêncio
Alves dos Santos utiliza lápis de cera para pintar com delicadeza as cenas e
paisagens rurais que imagina ou recorda de suas andanças pelo Recôncavo.
Natural de Muritiba, nascido em 1907, o artista vive hoje em Cachoeira com a
família: cinco filhos, o mais velho com 11 anos e o mais moço com 4 anos de
idade.
LUGAR
DE DESTAQUE
Juarez
Paraíso informa no seu texto que Alves dos Santos é mais um eloquente
testemunho da força de nossa arte popular, da permanência da sensibilidade
artística, não obstante a pobreza em que se encontram os artistas criativos em
geral, mais especialmente os artistas ingênuos, populares, ditos primitivos
modernos ou primitivistas, principalmente quando vivem em cidades do interior,
completamente entregues ao mais completo abandono.
Explica
Juarez que nos trabalhos de Alves dos Santos a cor e a forma possuem valores
expressionais equilibrados, o que lhes confere um caráter híbrido, embora
classificá-los de pintura ou desenho nos pareça uma tarefa de menor
importância, meramente acadêmica. Se por um lado há um certo monocromatismo,
onde as gradações de luz e de sombra e os efeitos de luminosidade concentrada
se juntam ao grafismo de sua técnica, justificando o conceito de desenho por
outro, a cor, embora sutil, empresta um certo sabor pictórico, precioso e
insubstituível para a linguagem poética resultante. Diz ainda que o certo é que
Alves dos Santos pinta a forma desenhando, construindo o espaço com a luz
mágica da ponta dos seus lápis de cera.
O
texto é encerrado com a conclusão de que na História de uma arte popular,
certamente que a exemplo de Louco e seus discípulos,Agnaldo dos Santos, Manoel do
Bonfim, Zu Campos, Edmilson, Licídio Lopes, Cardoso e Silva, Willys, Calixto e
tantos outros importantes artistas, haverá lugar de destaque para Alves dos
Santos que aos seus 74 anos os dá uma eterna lição de juventude.
Inocêncio
Alves dos Santos foi durante muitos anos pintor da parede, mas de categoria
quase extinta nos dias de hoje, pois se ocupava também da decoração, pintando
nas paredes o que fosse pertinente com cada ambiente. Com o ofício de
pintor-decorador, Cicinho marcou sua presença em várias cidades do Recôncavo, em especial Cruz das
Almas e Santa Terezinha.
Somente
em 1973 ele começou a pintar quadros, depositando em cada trabalho toda a sua
experiência adquirida com o muitos anos de pintura e com o ensinamento do
mestre Gregório, nazareno, que lhe ensinou a técnica de decoração de paredes.
Quando
o Diretor Executivo do Instituto do Patrimônio, Vivaldo da Costa Lima, resolveu
promover a exposição dos trabalhos da Cincinho, no térreo do Solar Ferrão ,abriu-se a perspectiva para os colecionadores conhecerem a singularidade dos
trabalhos de Alves dos Santos, realizados exclusivamente com lápis de cera. O
gesto do diretor do IPAC contribui para a preservação do bem cultural baiano de
que é parte a obra do pintor Cicinho (em maior volume negociada no Sul do país)
e antecipa as atividades que serão comuns quando do funcionamento do Centro de
Cultura Popular da Bahia, que funcionará no Forte de Santo Antônio Além do
Carmo, quando o monumento estiver restaurado e adptado.
Coube
ao Setor de Divulgação Cultural (Sedic/IPAC) a organização da mostra de
Cincinho, para o que contou com a colaboração do Setor de Treinamento e
Produção Artesanal (Serpa/IPAC) na execução de parte das molduras. O livreto
sobre o artista foi editado com a ajuda do Banco de Desenvolvimento do Estado
da Bahia- Desenbanco e da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
ARTE
SACRA POPULAR NO TCA
Os
artesãos de todo o Brasil poderão participar da
II Mostra Nacional de Arte Sacra Popular, no foyer do Teatro Castro Alves,
de 10 a
18 de abril. Para expor e vender suas obras os artistas precisam inscrever-se
na Bahiatursa (Rua da Graça, 411), apresentando uma mostra do trabalho e
qualquer documento de identidade.
Valorizar
e incentivar o mestre santeiro é o objetivo da Bahiatursa para esta segunda
promoção, que cresce com a participação de santeiros e artesãos, apresentando
todo tipo de artesanato sacro. Cada mestre vai ganhar um espaço para mostrar e
vender seu trabalho, sem intermediários e sem pagar qualquer taxa
SUCESSO
TOTAL
A I Mostra de Arte Sacra Popular realizada no ano passado, no TCA, contou
com a participação de santeiros da Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo e
Brasília. O grande público que visitou a Mostra durante a Semana adquiri quase
todos os trabalhos expostos, além de fazer encomendas de peças maiores.
Dos
94 santeiros que expuseram seus trabalhos no ano passado, 15 baianos e 22 outros
estados nordestinos estiveram presentes criando novas obras e mostrando como se
faz o trabalho. As imagens de santos e esculturas sacras são feitas de todo
tipo de material desde o couro, madeira, fibras, coco, barro, sacos de
linhagem. São trabalhos primitivos executados por gente simples, sem nenhum
envolvimento com a industrialização.
OFICINAS
DE ARTE- Realmente merece aplausos a iniciativa da Fundação Cultural do Estado
em promover as oficinas de arte em série do Museu de Arte Moderna da Bahia. As
inscrições são gratuitas e permanentes para os cursos de xilogravura,
litogravura, gravura em metal e serigrafia. Os cursos serão iniciados no dia 7
de abril e as inscrições poderão ser efetuadas das 8 ás 12 horas e das 14 às 17
horas.. As matrículas são abertas para os artistas profissionais, treinamento
de professores de educação artística. É hora de aprender um pouco mais. Vá ao
MAMB e participe das oficinas de arte.
Na foto o cartaz das Oficinas.
Na foto o cartaz das Oficinas.
MATSUKATA
FALECEU- Faleceu no último dia 1º a escultora Miye Matsukata cujos trabalhos
foram documentados pelos arquivos de arte norte-americana do Instituto
Smithsonian. Ela morreu inesperadamente devido a meningite. Desaparece assim
uma grande escultora aos 59 anos de idade.
Natural
de Tóquio onde nasceu em 1922 Matsukata emigrou para os Estados Unidos em 1940,
onde estudou na Faculdade de Principia, em lllinois, e na escola de Belas Artes
do Museu de Boston.
CATÁLOGOS- Uma exposição de catálogos e apresentação de vídeo-tapes sobre máquinas para processamento de plásticos e fornecedores de matérias-primas será realizada nos dias 2 e 3 de abril, no terceiro andar do Edifício Ferreirinha, na Avenida Oceânica 1892, Ondina, sede do consulado americano.
OSCAR
PALÁCIOS- O artista argentino e radicado no Brasil, Oscar Palácios, está participando
com seis quadros da exposição do Leilão de Arte que está sendo promovido por
Luís Caetano Queiroz. O Leilão ocorrerá no salão de convenções do Salvador
Praia Hotel. A exposição foi realizada ontem, e o leilão começa a partir de
hoje às 21 horas. São 270 obras dos mais destacados artistas contemporâneos
entre os quais Milton Dacosta, Teruz, Volpi e os baianos Caribe, Calazans Neto
e Rescála. Na foto a obra Um Dia...Um Céu, de Palácios.
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