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sexta-feira, 15 de março de 2013

OS MELHORES LANCES DOS LEILÕES - 20 DE JANEIRO DE 1979.


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 20 DE JANEIRO DE 1979. 

   OS MELHORES LANCES DOS LEILÕES
Casamento na Roça, de Marysia Portinari

- Marysia Portinari , 150 mil cruzeiros; Bonadei, 150; Pancetti ,195; Volpi ,210; Visconti, 210; Raimundo ,230; Portinari, 441 e Di Cavalcanti ,500, são os maiores lances conseguidos por esses artistas, de acordo com o levantamento feito por Irineu Ângulo nos leilões de arte de 1978. O leiloeiro divulga estes dados, para prestigiar os autores que vêm percebendo lances sempre mais altos, graças à preferência dos colecionadores.
O melhor lance conseguido por Marysia, em 1978, foi de 150 mil cruzeiros, pagos em outubro por Antônio Júlio Almeida, por um Casamento na Roça, datado de 1967, quantia 886% maior do que o maior lance de 1975, que foi de 15.200, pagos em outubro, por Carlos Sérgio Monteiro, pelo Candinho na Árvore. O melhor lance do 1º semestre de 1976 foi de 28 mil pagos em abril, por Dino      por outro Casamento na Roça, superando de 8% do ano anterior. O melhor lance de Bonadei foi de 150 mil, pagos em março, por Manuel Augusto Garcia, pela Paisagem,de 1973; 240% acima do maior lance de 1975, os 44 mil pagos por Ângelo Del Vecchio por uma Natureza Morta; Sérgio Paes de Almeida deu o maior lance no 1º semestre 1976, de 64.500 por Poema à Musa Prisma, 46% acima do ano anterior. Antônio Amilcar de Oliveira Lima deu o maior lance para um Pancetti, em agosto , 195 mil pela Menina, de 1941 superando 59% o lance de 1975, de 122 mil dados, por James Irvine Melville, pela Paisagem de Itanhaem; no 1º semestre de 1976, José Roberto Lamacchia pagou por 156 por Barcos na Praia, 27% acima do anterior, Francisco Oswaldo Impollizieri deu o maior lance por um Volpi, em maio, 210 pelo Fundo de Quintal, 73% acima dos 121 pagos por um marchand, em 1975, pela Sereia; no 1º semestre 1976, Fernando Amaral já dera 130 (7%) por Chegando; Jonel Stress deu em agosto o maior lance do ano de Visconti, 210 por Na Fonte, 452% acima do maior lance de 1975, de 36 pagos por Alberto Luiz Du Plessis por O Beijo; mais do 1º semestre de 1976, Antônio Cesar de Lima dera 280 (636%) pelas Três Marias, Carlos Alberto Cotti pagou 230, em maio, pela A Navegação de São Pedro, de Raimundo, de 1965, 82% acima dos 126 que Gersino Soares Rocha deu, 1975, pelo Filho Pródigo; no 1º semestre de 1976, Raul Pinto Guedes Brito deu 47 (63%) pelo Profeta, Luigi Pancella deu 441, em março pela Colheita de Café, de Portinari de 1948, 9% acima dos 402 que Catharina Peixoto Rocha deu, em 1975, pelo Menino com Carneiro; no 1º semestre de 1973, Aldo Narcisi deu 950 (mais 136) pela Última Ceia, Agnaldo de Oliveira deu, em abril, o maior lance de um Di Cavalcanti, 500 pela Baiana do Bonfim de 1956, 150% acima dos 200 que Catharina Peixoto Rocha deu, em 1975, pelas Mulatas; no 1º semestre de 76, Antônio César de Lima deu, 390 (mais 95%) por uma  Composição da década de 30.
O maior lance do ano conseguido por Mabe foi em novembro, 30 mil pagos por Abstrato, de 1977, pela S.G.O. Publicidade, 22% abaixo do maior lance de Mabe, em 1975, de 38 mil, pagos por James Irvine Melville pela Composição A-112; no 1º semestre de 76, o maior lance foi de Roberto Gasparian por Evolução, também 30 mil. O maior lance de Benedito Calixto foi de 50, dados em junho por Rolando Natal Scurzio pela Aldeia, 42% acima dos 35 pagos, em 1975, por Pedro Kalim Kury pela Paisagem com Rio, no 1º semestre de 76 Raul Bittencourt pagara 32.500 por uma Paisagem (8%). Em setembro, Mônica Galloni pagou 63, pela Serenata ,de Cícero Dias, 125% acima dos 28 que um marchand deu, em 1975, pela Moça no Jardim; no 1º semestre de 76, Antônio de Pádua Rocha Diniz dera 27 (4%) pela Praia; Jonel Stress deu o maior lance de 1978 por um Teruz, em setembro, 63 pela Briga de Galo datada de 1968, superando de 116% o maior lance de 1975, os 29.100 pagos por José Vieira Neto pela Favela; no 1º semestre de 75, José Alves Braga deu 49 (68%) por outra Favela.

O PRÊMIO PARA O MESTRE CLARIVAL

O mestre Clarival: prêmio merecido
O critico Clarival do Prado Valladares, pelo conjunto de trabalhos editados e pela sua atuação cultural, no biênio 1977/78 e o pintor Arcângelo Ianelli, pela exposição retrospectiva de sua obra realizada no Museu de Arte Moderna de S.Paulo, conquistaram o Prêmio Gonzaga Duque e o Troféu ABCA, respectivamente. As premiações intituladas pela Associação Brasileira de Críticos de Arte, com o patrocínio da Funarte, serão entregues em solenidades que será realizada dia 22 de janeiro, ás 17 horas, na Sala dos Curadores da Funarte, Clarival do Prado Valladares receberá um cheque no valor deCR$50.000,00 e A Ianelli uma escultura criada por Maurício Salgueiro.
Segundo parecer da Comissão designada pela presidência da ABCA e pela Funarte, para analisar os concorrentes do Prêmio Gonzaga Duque, constituída por Antônio Bento, Walmir Ayala; Leila Coelho Frota, Maria Elizabeth Pereira e Claudio Pinto, o nível dos trabalhos concorrentes, não só de membros da ABCA, como de especialistas e ensaístas alheios a seu quadro associativo, é da melhor qualidade e numericamente expressivo, o que justifica a criação deste prêmio e estimula sua manutenção e ampliação em próximas edições; tendo analisado os trabalhos concorrentes, de autoria de Paulo Mendes de Almeida, Adalice Araújo, Flávio de Aquino, Anna Mãe Tavares Bastos Barbosa, Lisbeth Rebolo Gonçalves, Clarival do Prado Valladares, Jacob Klintowitz, Sheila Leimer, Carlos Von Schimidt e Morgam Mota, decidiu-se unanimemente pela indicação do nome Clarival do Prado Valladares para o referido prêmio, pelo trabalho desenvolvido no biênio 77/78.
Arcângelo Ianelli, que conquistou o troféu ABCA, autor da melhoe exposição do ano em termos nacionais, teve seu nome votado pelos membros da Associação Brasileira de Críticos de Arte, tendo como base a retrospectiva de sua obra realizada no MAM paulista, foram ainda votados para o referido troféu os artistas Rubem Valentim; Antônio Maia, Pietrina Checcacci, Siron Franco, Giselda Leimer, Antônio Dias e Aberlardo Zaluar.

MAIS QUADROS ROUBADOS

O Instituto de Belas Artes de Chicago ofereceu uma recompensa de 50 mil dólares (1 milhão e 46 mil cruzeiros)  quem der informações sobre o paradeiro de três quadros do impressionista francês Paul Cézanne, desaparecidos do museu.
O Escritório Federal de Investigações (FBI) interrogou oito funcionários do museu com relação ao roubo. Todos tinham a chave do depósito de onde os quadros foram retirados.
Um porta voz do FBI,George Mandich, confirmou que o organismo suspeita de que o roubo foi cometido por funcionários do próprio museu. Trata-se do segundo roubo ocorrido no Museu em 10 dias. Um quadro japonês do século VXIII avaliado em 5 mil dólares (104.600 cruzeiros), roubado de uma sala de exposições do instituto.
Os quadros roubados, avaliados, no total, em 3 milhões de dólares (62 milhões e 760 mil cruzeiros), são: Madamme Cézanne numa Cadeira Amarela, de 1893 a 1895; Maçãs Sobre uma Toalha de Mesa, de 1186 a 1890; e Casa à Beira do Rio, da 1885 a 1090.
Os quadros estavam no depósito à espera de preparação de um total apropriado para sua apresentação ao público.Os ladrões tiraram as telas das molduras durante o roubo. Trata-se de um dos maiores roubos de obras de arte da história dos Estados Unidos.

MOACIR  ANDRADE EM NOVA IORQUE

O pintor brasileiro Moacir Andrade que tem obras no acervo de importantes museus europeus e famosas coleções particulares, criador de filosofia Zen-Amazonismo, considerado o monstro sagrado da arte amazônica, teve seis de suas obras entre as mais valiosas do Leilão Internacional de Obras de Arte de Nova Iorque. Os quadros que fizeram parte de um dos lotes mais caros do leilão eram de propriedade da pinacoteca do Sr. George Nichots, colecionador americano cujo acervo está avaliado em muitos milhões de dólares.
Para se avaliar o valor das obras em leilão, basta dizer que entre os quadros expostos, haviam George Belows (1182-1925); Jonh Copley (1738-1815); Gilbert Stuart (1754-1828) e Moacir Andrade que vive há mais de 50 anos na Amazônia, onde tem seu atelier e ensina aos filhos dos índios do Rio Solimões.

TELAS DE ÉRICO DE FREITAS NA GALERIA MACUNAÍMA

Érico de Freitas, capixaba de Vitória, ator, cenógrafo, pintor autodidata, é o artista que expôs na Galeria Funarte Macunaíma (Rua México com Araújo Porto Alegre, no Rio), de 4 a 17 de janeiro da 1979.
Em 20 telas a óleo, Érico retrata fatos da vida de Cristo, da Anunciação à Ressurreição, contados de forma e personagens atuais.
A inauguração foi dia 4 às 18 horas, e a mostra visitada de 2ª a 6ª feira, das 9h30m ás 18h30m.
Èrico nasceu em 1939, no Espírito Santo, de onde se mudou para o Rio de Janeiro, tendo começado a pintar influenciado por dois tios. Em 57 estreou como ator no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo, e em 1959 foi para Salvador, onde cursou a Escola de Teatro da Universidade da Bahia. De volta ao Rio, atuou com ator, diretor, produtor e cenógrafo em cinema, shows e televisão.
Nos anos seguintes viajou para Europa e Estados Unidos e passou a dedicar-se mais á pintura. De volta ao Brasil, executou o painel de entrada para a peça Hoje é dia de Rock e expôs no saguão do Teatro Ipanema.
Em 1975 pintou um painel para a peça Pano de Boca e em 77 expôs individualmente na Galeria Cézanne.
Sobre sua obra é o próprio Érico quem define: A idéia dessa exposição foi tirada de um roteiro de cinema em que colaborei. O filme não foi feito e a idéia básica ficou latente... Em 70, quando a primeira idéia foi colocada em roteiro cinematográfico, não haveria nem martírio, nem traição, nem morte. O final seria uma grande cela, uma festa de abundância e confraternização. (...)
Nessa exposição, um pintor tenta contar, em vinte quadros, cada um independente, embora os vinte formem um todo, a velha história de todos os dias. E como em todas as histórias, nela aparecem anjos, milagres, irrealidades ou não quem sabe?- que o ser humano inventa ou percebe para localizar melhor e entender o mundo interior e exterior em que vive.



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