JORNAL A TARDE, SALVADOR, 22 DE ABRIL DE 1985.
LIANE KATUSIKI RETORNA COM MAIS
EXPERIÊNCIA
Liane com algumas jóias que criou |
No
catálogo de suas exposições no exterior Liane Katsuki escreveu: A jóia primeira
é a Terra, tirada do Ventre do Criador, posta no infinito Universo. Cada ser
vivo é a pedra preciosa na sua harmoniosa composição. Não destruam a Grande
Obra de Arte...
Esta,
e outras afirmações atestam a sensibilidade desta artista que já residiu
durante seis anos no exterior, mas que tem a base de sua formação em Salvador,
na Escola de Belas Artes, da Ufba.
Já
participou de mais de 2º exposições individuais e 40 coletivas. Também ,
realizou quatro performances, projetos integrados de jóias,esculturas, música e
dança, além de bienais, salões e concursos. Portanto, é uma artista que está
sempre trabalhando, procurando mostrar a comercializar o seu trabalho
profissionalmente.
Digo
comercializar porque é preciso acabar com este falso puritanismo do artista que
não pensa em vender a sua obra, e que bom, é aquele que até passa dificuldades.
Ao contrário, entendo que o artista tem que sobreviver com muita dignidade do
trabalho que faz. Os exemplos que a gente vê por aí são de artistas que sofrem
e passam dificuldades, terminam por enriquecer terceiros, como os marchands,
donos de galerias e colecionadores. Isto é muito injusto!
Participou
do “Grupo No” com artistas de diferentes nacionalidades. Tendo no momento com
um grupo de artistas brasileiros, o seu atelier, Galeria e Escola
“Claroescuro”, aonde tem exposição constante de seus mais recentes trabalhos em
: jóias, objetos, esculturas, desenhos, pinturas, vitraux e espelhos.
Ensina
Desenho, pintura e Estética em Salvador, Bahia.
Suas
jóias, sempre em material nobre, ouro, prata e pedras preciosas ou
semipreciosas, procuram mostrar não somente o lado do luxo destes preciosos
materiais, que, vindos de Terra, não-artificiais, materiais que nos levam mais
próximos das nossas origens, nossa cultura e da vida em si.
Se
integram com a peça falando uma linguagem única.
Quando
Liane inicia uma jóia, o material que será usado é respeitado como coisa viva.
Cada
pedra tem sua vida e mensagem próprias. O seu desenho e forma, numa comunidade
com o Universo interior da artista, fazem nascer uma nova e exclusiva obra de
arte.
Cada
jóia é tratada como uma miniescultura. Por isso a força e originalidade de seus
objetos são aliadas ao cuidado técnico, procurado em cada trabalho.
Algumas jóias de autoria de Liane |
Na
força criativa de Liane, se percebe a influência sensível e refinada do
Oriente, devido aos seus estudos no Japão, e a explosão do mundo de cores e
formas devido às suas origens brasileiras.
Seus
objetos mostram uma forte estrutura, lembrando a força e sensualidade dos seus
desenhos. Ela conseguiu desenvolver variadas técnicas de expressão artística
sem perder na força e noO arquivo deve ser uma imagem ou um vídeo.
respeito a cada diferente forma de expressão tratada.
Guardando perfeito equilíbrio, os efeitos de composição e cores, trazido às
suas jóias, mostram que ela aplica a técnica para trazer o efeito da pintura no
mundo das jóias. Pelo seu “Curriculum Vitae”, opiniões de críticos de arte, e
alguns artigos em jornais, selecionados no seu vasto “Curriculum de Imprensa”,
conhecemos melhor a vida profissional de Liane Katsuki.
Falando
sobre seu trabalho na confecção de jóias, ele explica: “A jóia, da maneira que
procuro tratar, perde aquele sentido de simples objeto de luxo. Ela, como minha
pintura, tem uma mensagem. Trabalho-a como uma mini-escultura.
Não
existe uma separação entre minhas pinturas e minhas jóias. Uma completa a
outra.Respeitando linguagem e as possibilidades de cada uma, eu
posso me exprimir”.Em
1972 expôs suas jóias na Galeria Studios, no Rio de Janeiro. Na época, o que
mais atraiu a atenção do público foi o lançamento de seus braceletes-anéis e
colares-soutiens, uma inovação no campo das jóias, mostrando um simbolismo e um
sentido todo pessoal. Antes de seguir para a França, Liane participou na Bahia
e no Rio de Janeiro de várias exposições de pintura e realizou importantes
trabalhos, dentre os quais o painel do Grande Hotel da Barra, retratando a
chegada de Thomé de Souza à Bahia.
A
evolução de sua arte pode ser notada no decorrer das exposições e desfiles que
vem realizando nas principais capitais do País. Recentemente, na Pousada do
Carmo, em Salvador, Liane extasiou os presentes com um desfile realizando para
vários visitantes.
Segundo
a artista, estão tendo a cada dia de trabalhos em jóias a maior aceitação por
parte do público, devido à conscientização deste no tocante ao valor artístico
dos objetos. “O importante não é só o valor material do trabalho, mas o seu
valor artístico. No meu trabalho, utilizo a prata, o ouro, pedras preciosas e
semi-preciosas, procurando sempre criar as minhas jóias partindo do material
que eu venha a usar”.
Liane
afirma ainda: “Faço jóias como uma maneira de compensar o desejo que tinha de
fazer escultura. A jóia é uma escultura de pequeno porte. O meu interesse pela
jóia nasceu em Paris, quando frequentei a Federarion de La Seine de Deuvres Laiques
trabalhando em esmaltação do cobre e da prata”
Em
Salvador, as suas jóias podem ser apreciadas no Museu da Cidade, e em várias
galerias (onde estão postas à venda) e no seu atelier.
O
crescimento de suas jóias está lhe levando a objetos de maiores dimensões,
devendo a artista, num futuro muito próximo partir para a escultura de grande
porte, aliás, no Centro de Convenções tem uma escultura feita em tubos
galvanizados, a qual inclusive está necessitando de restauração.
Liane
Katsuki nasceu em Salvador, Estudou na Escola de Belas Artes da UFBa., na
França e no Japão. É formada em Jóias pela Escola Francesa e em História Geral da
Arte pela Escola do Louvre. Realizou várias exposições no Brasil e em Paris, e
desfiles na Bahia, Toulouse e Antilhas. Tem prêmios de salões, trabalhou para
Pierre Cardin. Realizou projetos de arte integrada com dança, escultura e
jóias, nos quais recebeu prêmios e menção honrosa. Ganhou ainda concursos com
esculturas, painéis e murais.
Criou
e executou os troféus “Bahia 100 anos de Folia”. É professora em Desenho,
pintura vitral e jóias.
A
ARTE DE CRISTINA MEDRADO
Esta
é Cristina Veloso Medrado Santos ou simplesmente Cristina Medrado. Desde os 14
anos que se interessa pelas artes plásticas. Um diálogo que começou cedo com as
formas e as tintas. Por ser filha de militar teve que residir em várias
cidades. Mas as mudanças nunca impediram que continuasse a sua vocação
artística. Morou também na Inglaterra, e aqui chegando resolveu fazer o
vestibular de Engenharia. Trabalha em processamento de dados, ligado a
engenharia. Ela pintou muita coisa relacionada com o Velho Mundo, e também a
paisagem e a vida do Nordeste, especialmente do Ceará. Sua última exposição aconteceu
recentemente no Robson Club, na Praia do Forte, onde apresentou 10 telas.
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