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quarta-feira, 1 de maio de 2013

AS NOVAS CIDADES - 23 DE ABRIL DE 1977


JORNAL A TARDE, SALVADOR,   SÁBADO 23 DE ABRIL DE 1977

      AS NOVAS CIDADES SURGEM NA INGLATERRA

Materiais sofisticados  utilizados nos complexos arquitetônicos
As novas cidades surgidas na Grã-Bretanha desde a promulgação pelo Parlamento da Lei das Novas Cidades em 1946 tem atraído a atenção de vários profissionais arquitetos, planifi-cadores e outros, movidos por interesses em proporcionar ao homem uma vida mais digna. Por isto nenhum outro pais criou novos aglomerados urbanos em escala nacional comparável a Grã-Bretanha.
Essas novas cidades diferem consideravelmente das antigas e cada uma tem o seu traçado, sua arquitetura e paisagem originais.
Compreendem muitos aspectos experimentais e algumas inovações que são motivos de polêmicas. Num programa de tal extensão apareceram alguns erros, mas o êxito é quase total.
Foi este programa que proporcionou acerca de um milhão de pessoas, a maioria procedente de zonas superpovoadas de Londres e das cidades industriais mais antigas, a aquisição de novas habitações, empregos e uma vida mais sã e agradável. Pesquisas foram realizadas e essas populações estão satisfeitas com o novo ambiente
ANTIGA
Mas a ideia das Novas Cidades remonta ao século XIX. A fim de aliviar as condições insalubres e de superpovoamento das cidades industriais daquela época, alguns industriais esclarecidos decidiram construir fábricas fora das cidades, com acolhedoras casas para os trabalhadores. No começo desse século o reformador social Ebenezer Howard promoveu a concepção da Cidade Jardim, na qual se comparam as vantagens da cidade com a da vida campestre. Suas idéias exerceram grande influência em 1903 em Lotbowr, ao norte de Londres foi construída a primeira Cidade Jardim.


A Welwyn Garden City ( FOTO) e outras sete Novas Cidades, todas situadas de 30 a 50 quilômetros de distância de Londres, foram objetos de planos de desenvolvimento destinados a proporcionar trabalho e habitação ás famílias procedentes de zonas da Capital excessivamente povoadas. Construíram-se também Novas Cidades para alojar o excedente da população das grandes cidades industriais, como Birmingham, Manchester, Liverpool e Glasgow.
SIDERÚRGICOS
Outras cidades foram criadas por razões diferentes, Corby, situada no centro da Inglaterra, proporcionou lar á mão-de-obra adicional daquele local. Newton, localizada no coração do País de Gales, teve por objetivo estimular o desenvolvimento econômico da região e por freio ao êxodo da população, atraindo ao mesmo tempo novos habitantes.
Cada uma dessas Novas Cidades está desenvolvendo suas próprias características, podendo dizer que não existem duas iguais. As organizações de desenvolvimento vem contratando muitos arquitetos para os projetos habitacionais e de outras naturezas. O propósito é conseguir a maior variedade possível nos edifícios, no centro das cidades, nas colônias industriais, etc. Em consequência, melhora-se a qualidade da construção em todo o País.
A planificação de muitas das Novas Cidades envolvia a criação de zonas residenciais para alojar de 3 mil a 5 mil pessoas cada uma. A toda essas zonas se deu aspecto agradável, e cada uma tem lojas, escola primária, igreja, centro comunitário e outros lugares de atração.
Existe a maior variedade de escolha de habitações para satisfazer a todos os grupos etários e de renda. Por essas zonas urbanas não passa o tráfego rodado circula em torno do perímetro,o que permite que as crianças brinquem sem qualquer perigo em pátios e terrenos ajardinados.
ADAPTÁVEL
Numa dessas Novas Cidades, a organização de urbanização projetou um tipo de casa de dois andares que pode adaptar-se para satisfazer ás necessidades em mutação de uma família. O andar térreo tem todas as acomodações tradicionais, mas a parte superior não tem divisões e as janelas e o encanamento estão dispostos de tal modo que os ocupantes podem fazer as combinações que melhor se adaptem ás necessidades do momento.
Para muitas famílias, a mudança de uma cidade superpovoada para uma Nova Cidade significa  que pela primeira vez elas terão casa com jardim.
Há também apartamentos para famílias, assim como acomodações para uma só pessoa nos conjuntos habitacionais.
As pessoas de idade avançada dispõem de cuidados especiais, morando em casas de um só andar imediatamente superior, perto de lojas e parada de ônibus.
Em todas as zonas residenciais há transporte público que as une ao centro da cidade e aos polígonos industriais.
Construíram-se também lares para pessoas idosas necessitadas dos cuidados de outras pessoas, e nesses conjuntos habitacionais há enfermaria.
VOVÔS
Nas Novas Cidades existe uma inovação á qual se deu afetuosamente o nome de apartamento dos vovôs.
Consiste num apartamento autônomo junto a uma casa de família e que é adequado para os pais já de idade avançada que desejam viver perto dos filhos., mas mantendo sua independência.
A característica melhor conhecida das Novas Cidades britânicas é o traçado do centro, com os principais estabelecimentos, repartições municipais, escritórios, cinemas e teatros e edifícios públicos de vários tipos.
O centro dessas cidade foi planejado e em alguns casos é de grande interesse arquitetônico. Tem zona comercial totalmente fechada ao tráfego de veículos pioneirismo das primeiras Novas Cidades e passeios cobertos para as compras em dias de chuva. Outra inovação consiste em zonas de lojas de dois níveis, unidos por escadas rolantes um ao outro e a adjacentes terminais de ônibus e amplos espaços d estacionamento.
NOTÁVEL
O centro mais notável de todas as Novas Cidades é o de Cumbernauld, perto de Glasgow, Escócia. Está situado no alto de uma colina, e os principais serviços da cidade se concentram num edifício de vários andares, totalmente coberto, provido de escadas rolantes, elevadores, escadas comuns e rampas que ligam os diversos níveis do conjunto aos estacionamentos e pontos de ônibus.

           50 ANOS DE GRAVURA DE LÍVIO ABRAMO

Uma retrospectiva de cinquenta obra de trabalho do gravador e desenhista Lívio Abramo, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
A mostra foi apresentada anteriormente em São Paulo, por ocasião da Bienal Nacional, em outubro de 1976.A retrospectiva do Lívio Abramo compõem-se de 295 desenhos e 85 gravuras, abrangendo um período de trabalho a partir de 1923.
Comecei muito inclinado  com os problemas humanos e sociais diz Lívio Abramo explicando a sua obra. Àquela época, outra não podia ser a maneira de expressão senão a impulsiva, a apaixonada á maneira expressionista, que é a própria dos tempos convulsionados, de posições radicais.
Depois, acentua o artista, abandonei essa maneira por outra mais calma. Em 1948, quando me foi confiada á ilustração do livro Pelo sertão, de Afonso Arinos, pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, procurei superar o expressionismo, tentando uma outra maneira de expressão em que os problemas de ordem plástica e formal fossem resolvidas de um modo menos apaixonado e esteticamente mais válido, pelo menos para aquilo que eu pretendia rever.
E continua: Empreguei essa nova maneira na minha série de gravuras do Rio de Janeiro, que não podem ser tachadas de expressionistas. Elas já estão por dentro de outra problemática e de outra maneira de realizar. Também na fase seguinte a das Macumbas, e na do Paraguai, acredito ter superado plenamente o expressionismo, mediante um conceito e uma problemática formal, que deixou de lado toda a paixão que quer somente retratar a força da forma e o significado que essa forma deve ter dentro da vida.
Para Lívio Abamo , “ a realidade brasileira está ai à mostra de todos e basta lançar mão dos elementos que essa realidade apresenta em sua nudez e verdade despida de todos os européias inúteis , para fazer-se arte brasileira, seja interpretando o drama humano ou o espetáculo grandioso da natureza”.

                                PAINEL

OS PERDEDORES – Finalmente ocorreu o esperado desfecho entre os dirigentes litigantes dos órgãos culturais do Estado. Uma briga feia na qual saíram perdendo os artistas, principalmente aqueles que participaram e foram escolhidos para receber uns tais prêmios de aquisição.
Uma vergonha  que nunca será esquecida .São jovens artistas que estão iniciando a ganhar a vida honestamente no ofício de pintor ou escultor e foram enganados sem qualquer satisfação . Se não tinham condições de premiar 20 artistas que escolhessem dez. Mas a megalomania foi mais forte e o júri teve que escolher vinte. Desses apenas uns poucos receberam algum dinheiro . Envergonhados os ex-dirigentes  da Fundação Cultural inventaram um tal de leilão, que foi um verdadeiro fiasco. É como diz o povo “ A emenda foi pior do que foi pior do que o soneto. Um leilão no Teatro Vila Velha à meia-noite. Ora, não queriam vender nada, e, assim poucas obras foram negociadas Alguns artistas mais sensatos retiraram seus trabalhos do Museu do Carmo e não participaram do tal leilão, evitando desta forma a segunda decepção. Outros , enviaram obras ao leilão  e depois sofreram a nova decepção.
Portanto, a saída de algumas pessoas foi recebida com certa alegria por muitos artistas. Outros, lamentaram as exonerações porque certamente são artistas que recebiam as honras da casa.
A mim não interessa nomes. O que desejo é que o movimento das artes visuais cresçam nome da cultura baiana.Que as artes visuais sejam tão bem tratadas como vinha acontecendo com a Literatura. Quem os jovens artistas sejam tão bem tratados c Omo os jovens poetas e contistas. Espero que os novos dirigentes não deixem a balança pender  para um lado. Finalmente, que exista um certo equilíbrio. Também, que o equilíbrio seja uma constante no atendimento às pessoas de modo geral. Estas considerações são necessárias porque fiz parte de um Júri, que também foi enganado.

SIMPLICIDADE DAS FORMAS – a pintora fluminense Eliene Lucas Villaça está expondo pela primeira vez individualmente na Galeria Morada, em Ipanema, Rio.O que chama  a atenção é a simplicidade das formas e a exuberância de suas cores.Com poucos traços e claros Eliene consegue estabelecer toda uma ambientação e expressão de alegria e tristeza em suas figuras. Uma criação rítmica onde as formas surgem com leveza. Também gravadora, a artista participou do I Salão Jovem de Gravura, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, bem como do I Salão Moderno de Vitória, no qual mereceu Medalha de Bronze. Em 1970 foi uma das artistas incluída  no coletiva Arte Contemporânea, exposição itinerante pela Europa, organizada pelo Itamaraty. Sua mostra permanecerá até 20 de maio.



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