JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO, 30 DE
ABRIL DE 1977
O LIRISMO DE CARLOS SCLIAR NO
MAMB
O artista Carlos Scliar volta à Bahia desta vez para uma exposição
individual organizada pela Fundação Cultural do Estado da Bahia no Museu de
Arte Moderna, no Solar do Unhão. A mostra foi aberta ontem com grande
participação de artistas e pessoas ligadas ás artes. A exposição intitulada
Scliar/ Pinturas/Políptico/Ouro Preto 360.º consta de 55 pinturas e o Políptico Ouro Preto 360.° e Serigrafias.
Scliar nasceu em 1920 e aos 15 anos de idade expõe pela primeira vez individualmenteem Porto Alegre. Filho
de família de artistas onde são encontrados cineastas, escritores, pianistas e
fotógrafos Scliar não fugiu à regra. É um dos mais famosos artistas do País.
Sua ligação com a Bahia é antiga e aqui possui vários amigos entre os quais
Jorge Amado, Jenner Augusto, Emanuel Araújo e muitos outros. Já fez uma
exposição em Salvador na antiga galeria Querino, que ficava na Rua Carlos
Gomes. Foi ali que os baianos tiveram a oportunidade de ver reunidos várias
telas do jovem mestre Scliar.
Scliar nasceu em 1920 e aos 15 anos de idade expõe pela primeira vez individualmente
Segundo
informa Jorge Amado todos os quadros foram adquiridos, o que possibilitou o
enriquecimento do acervo baiano. Mas depois desta exposição, de quando em vez o
mestre visita o interior baiano, principalmente Porto Seguro em busca de
motivações para seu trabalho pictórico. E não podemos esquecer o imenso painel
que pintou inspirado em
Porto Seguro o qual encontra-se num prédio, no Centro
Administrativo. De volta a Salvador, Scliar a convite da Fundação Cultural os
brinda mais uma vez com os frutos de seu talento.
OURO
PRETO 360.º/1976
O Políptico é constituído por dois grupos de quadros, cada um com dez peças, denominada Pilar e Antônio Dias. Sendo que cada peça mede 65 x100 cm , pintados com vinil e
vários pigmentos naturais da região óxidos de ferro, óxido de cromo verde e
bióxido de titânio rutilo. O vinil é
pintado e encerra do sobre uma estrutura de madeira cedrinho revestida de tela.
O Políptico é constituído por dois grupos de quadros, cada um com dez peças, denominada Pilar e Antônio Dias. Sendo que cada peça mede 65 x
Este
trabalho foi realizado em
Ouro Preto de março a junho em sala especial no salão Global, em Belo Horizonte ; em
agosto, na Biblioteca Municipal, sob o patrimônio da Fundação Cultural de
Curitiba e em setembro na Reitoria da Universidade federal do Rio Grande do
Sul, sob patrocínio do Plano Cultural do
Porto Alegre.
Em
dezembro deverá ser exposto na Fundação Cultural de Brasília, e, finalmente,
ocupará uma sala da residência do Sr. Amaury Fassy, em Brasília.
O
ARTISTA
O pintor, desenhista e gravador Carlos Scliar iniciou sua carreira pictórica em 1930 e dez anos depois já estava
Além
disto Scliar dirigiu do 1958
a 1960 o departamento de arte de uma das principais publicações culturais que já
apareceram neste País ou seja a revista Senhor editada no Rio de Janeiro.
Suas
obras diversifica-se em retratos, paisagens e naturezas mortas inclusive com
utilização de colagens, estimulado segundo alguns estudiosos da sua obra pelos
papiers collés de Picasso e Braque, e talvez por sua ligação íntima com as
artes gráficas.
Como
afirma Roberto Pontual o artista Scliar capta a realidade na sua pulsação de
tempo e silêncio. Uma pulsação que deriva dele injetar nas coisas, inicialmente
recebidas como reflexo da pura superfície, a dose tranqüila ou febril da
transfiguração, resultante de sua maneira própria de encará-las para aprender a
densidade e o sentido do compreensível mistério que há em suas camadas.
ALGUMAS
EXPOSIÇÕES
São
Paulo, Rua Xavier de Toledo, 144, julho/Agosto 1940, 75 pinturas e desenhos,
Rio de Janeiro, Praça Getúlio Vargas, 2-1.º Junho 1944. Sob os auspícios do
Instituto dos Arquitetos do Brasil 28 guaches, nanquins e gravuras.
Rio
de Janeiro. Agosto/ Setembro 1945, Sob o patrocínio do Instituto Brasil,
Estados Unidos e do Instituto dos Arquitetos do Brasil 80 desenhos da série Com
a FEB na Itália feitos em Pisa, Marzolara, Porreta, Terme, Alexandria,
Florença, Francolize e a bordo do Pedro I.
São
Paulo. Setembro 1945. sob o patrocínio do Comitê Democrático Progressista dos Artistas
Plásticos, 70 desenhos da série Com a FEB na Itália feitos em Piza, Marzolare,
Porreta, Terme, Scandiano, Alexandria, Florença e a bordo do Pedro I.
Porto
Alegre, outubro 195. Desenhos da série Com a FEB na Itália.
Porto
Alegre auditório do Correio do Povo, 1950, 21 linoleogravuras para a edição
francesa Les Chemins de La faim, Associations Latino-Americaine, Paris, 1949 do
romance Seara vermelha, de Jorge Amado.
Porto
Alegre, Clube de Gravura de Porto Alegre, Setembro 1955, 32 gravuras realizadas
entre 1942 e 1955.
São
Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Março/Abril 1956. 60 gravuras
realizadas entre 1942 e 1956.
Santos,
Clube de Arte, Maio de 1956. Gravuras realizadas entre 1942 e 1956.
Rio
de Janeiro, Biblioteca Nacional. Junho/Julho 1956. 57 gravuras realizadas em
ter 1942 e 1956.
Rio
de Janeiro, Biblioteca Nacional, Novembro 1957. 55 desenhos.
Rio
de Janeiro galeria Tenreiro. Abril 1960. 20 pinturas.
Porto
Alegre, Pavilhão Setur. Abril 1961. Sob o patrocínio da Divisão de Cultura da
Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul, 130 pinturas, desenhos e
colagens, abrangendo o período de 1940, 1961
Rio
de Janeiro, Petite Galeria, Julho 1961, Pinturas.
Belo
Horizonte, Reitoria da Universidade de Minas Gerais. Novembro 1962, 30
pinturas.
Rio
de Janeiro. Galeria Relevo. Junho/Julho 1963. 24 pinturas abrangendo 25 anos de
atividade.
Milão,
Galeria Profili, Novembro 1963. Pinturas.
Roma
galeria D’Arte della Casa do Brasil. Dezembro 1963. 21 pinturas de 1958 a 1963. Pinturas.
Dusseldorf
Kunstverein fiir lie Rheinlande und Westfalen. Julho/Agosto 1964. 25 pinturas
de 1958 a
1963.
Salvador,
Galeria Querino, Junho 1964. 20
pinturas.
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