JORNAL A TARDE,SALVADOR, SÁBADO, 09 DE
ABRIL DE 1977
ARTISTAS COMEMORAM O BICENTENÁRIO
DOS EUA
O
interessante desta mostra é que embora seja organizada pelo Governo americano
cada artista teve a liberdade de exercitar sua criação sem qualquer
interferência ou imposição. Muitos são artistas consagrados não somente nos
EUA, mas em todo o mundo, que trabalham com especial carinho o tema
Bicentenário, dando um significado da independência do seu país. Embora tenha
utilizado formas de expressão em duas dimensões, bandeira, a gravura e o
cartaz. O conjunto dos trabalhos apresenta uma grande variedades de estilos
como também o medo de abordagem da temática, além de uma bonita combinação de
cores o que comprova o nível de qualidade dos expositores, e por isto é muito
gratificante esta exposição. Juntas as obras nos dão idéia como situam-se os
artistas americanos diante deste fato que vem sendo alvo de uma maciça
divulgação por parte dos responsáveis pelos destinos da nação norte-americana.
The 1920s... The Migrants Cast Their Ballots, de Jacob Lawrence |
Esta
individualidade pode até ser sentida nos títulos dos trabalhos como as obras de
Charles Levitan Lincoln Sprit que trata da complexidade do caráter de Lincoln.
Já o artista Marisol com Wife of Modog, retrata uma mulher envelhecida e murcha
de um índio americano, o verdadeiro nativo da América expulso de suas terras.
Portanto um tema meramente de critica social e do comportamento do americano em
relação ao tratamento dispensado durante séculos aos silvícolas. E assim seguem
outros trabalhos que criticam posições oficiais do EUA o que demonstra a grande
liberdade para tratamento da temática Bicentenário.
POSTERS
E GRAVURAS
Os
posters que serão mostrados foram encomendados pelo Serviço Nacional de
Parques, são mais históricos em seu conteúdo do que outros trabalhos e forma
feiros por Leonard Bakin, Saul Steinberg, Alan Coubert, Mark English, Dan
Maffia, Paul rand, Chermayeff e Gelmscar. São 10 posters e mostram a
importância que os americanos dão a rate comtemporânea.
Quanto
ás gravuras a série foi intitulada O Espírito da Independência, produzida por
12 artistas: Will Barnet, Colleen Browning, Audrey Flack, Red Crooms, Joseph
Hirsch, Robert indiana, Alex Katz, Jacob
Lawrence, Marisol Larry Rivers, Edward Ruscha e Fritz Scholder. Sem a presença
de gravadores abstratos está série traz várias correntes da arte contemporânea,
assim temos o realismo de Joseph Hirsch e Coleen browning e o expressionismo de
Fritz Scholder. Nas gravuras de Alex Katz, Will Barnet e Jacob Lawrence temos a
semi-abstração.
Portanto destas considerações sobre estas exposições e
os artistas participantes vamos aguardá-la com certa expectativa tendo em vista
o bom nível e a técnica apurada dos trabalhos a serem expostos.
MAIS
UM MURAL VAI DESAPARECER EM SALVADOR
Já abriram duas portas e construíram um armário danificando o mural |
Magoado,
Carlos Bastos diz que a Bahia já teve um
período, em que era considerada a maior cultura do Brasil. Mas, só existe fama
mesmo, pois o que vejo em teatro por exemplo, não me anima a freqüentá-lo.
Ele
considera que teatro é tão importante como pintura, mas até o Castro Alves, que
deveria ser bem conservado, está caindo aos pedaços e a programação não me
atrai, pois deveria também apresentar óperas e outros espetáculos que todos devemos
ver.
O
artista ao falar sobre seus trabalhos, diz que já pinta um quadro numa maneira
de ser preservado futuramente.
No
caso do mural do Banco Francês, ele diz que pode ser poupado através de várias maneiras. Uma delas é destruir o
prédio, deixando a parede como muitos outros já fizeram. Outra é cortar em
blocos, e rearmar depois em outro local.Existem meios de salvar, mas o progresso
embora goste dele, é símbolo de destruição.
QUASE
GRÁTIS
O
mural em questão, colorido com maior força, nas cores azul e marron, mede
aproximadamente 25 metros
Poe 4,5 metros ,
e o autor diz que há algum tempo vem sendo destruído com a abertura de portas e
colocação de interruptores de luz e outros danos. Pelo preço que me pagaram ao
pintar o mural, CR$500, se fosse levado em
conta, jamais seria destruído,pois hoje eu não cobraria menos de CR$600
mil, para fazer um semelhante nem meso considerando, que para o artista, o
essencial é criar.
Carlos
Bastos já morou no Rio, e fez exposições nos Estados Unidos, Espanha e França,
entre os diversos lugares onde mostrou sua arte. Voltou para a Bahia, em
definitivo, em 1973, quando foi convidado do Governo, para pintar o painel da
Assembléia Legislativa, com 160 metros quadrados .
Ele lamenta sobre tudo, o trabalho que tem para pesquisar e tentar deixar uma
obra que retrata uma época que passou e que não tem muitas lembranças
documentadas.
PAINEL
VIDA
DE CAVALCANTI- o último filme de Glauber Rocha retrata um pedaço da vida de Di
Cavalcanti e tem o título do soneto de Augusto dos Anjos. Ninguém assistiu ao
formidável enterro de sua última quimera, somente a ingratidão essa pantera,
foi sua companheira inseparável.
O
filme será apresentado nos dia 15,16 e17 próximos, no auditório da Biblioteca
Central. O filme foi realizado a cores e tem duração de 17 minutos, e contou
com o apoio financeiro de CR$ 223 mil cruzeiros da Embrafilme.
NOVO
SALÃO- como é do conhecimento dos amantes das artes, foram adiadas as datas dos
salões oficiais de artes plásticas, por ordem do Ministro Ney Braga da
Educação. Os salões serão fundidos, e os resultados dos trabalhos serão
conhecidos dentro de 60 dias. Sabe-se que o valor monetário do prêmio de viagem
será corrigido, e o tempo de permanência do artista contemplado, será reduzido
para um ano no Exterior, e seis meses no País, cabendo a Funarte todas as
providências com passaporte, depósito compulsório, franquia alfadegária, etc.
Para
dar oportunidade aos mais jovens, será estabelecido um limite de idade e não
haverá distinção entre as diversas
técnicas. Também estamos aguardando mudanças no critério de formação do júri,
que teria maior número de membros, o qual seria composto não apenas de
críticos. Vamos aguardar.
ZU
CAMPOS- a tranqüilidade de Zu Campos esconde a grande responsabilidade que pesa
sobre seus largos ombros. Foi Zu quem iniciou no seu atelier, localizado na
casa de número três, na Ladeira de Santa Tereza, a escola de entalhe na Bahia.
Foi dali que saiu Edmilson Ribeiro, Chimba, Pedro Museu e muitos outros, que
hoje concorreram no mercado de arte com seu velho mestre.
Agora,
depois de um curto período de ausência, eis que volta o mulato Zu Campos, para
mostrar toda a força do seu talento, refletida nos profundos suíços, que fez
nos objetos confeccionados em
madeira. Sua exposição está montada na Galeria Cañizares.
NOVOS ARTISTAS - Desde o primeiro dia que faço esta coluna que tenho propalado a necessidade de uma maior abertura para divulgação de trabalhos de novos artistas . Agora , mais uma vez, convido a todos aqueles que realizam trabalhos dentro das artes visuais para enviarem suas colaborações que serão aqui publicadas.
Este trabalho é de Nildão, estudante de Jornalismo, na Escola de Comunicação da Universidade Federal da Bahia . Considero este artista um dos melhores cartunistas da Bahia e precisa de apoio para ganhar novos espaços...
NOVOS ARTISTAS - Desde o primeiro dia que faço esta coluna que tenho propalado a necessidade de uma maior abertura para divulgação de trabalhos de novos artistas . Agora , mais uma vez, convido a todos aqueles que realizam trabalhos dentro das artes visuais para enviarem suas colaborações que serão aqui publicadas.
Este trabalho é de Nildão, estudante de Jornalismo, na Escola de Comunicação da Universidade Federal da Bahia . Considero este artista um dos melhores cartunistas da Bahia e precisa de apoio para ganhar novos espaços...
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