JORNAL A TARDE,SALVADOR, SÁBADO 8 DE
OUTUBRO DE 1977
Tendo
como palavra de ordem Abertura será realizado de 18 de novembro a 19 de
dezembro, o IV Salão de Artes Visuais, uma promoção da Pró-Reitoria de Extensão
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundação Nacional de Arte do
MEC-Funarte. Coordenado nesta edição pelo Instituto de Artes, o IV SAV visa,
através de Abertura, a sua maior integração entre a Universidade e a Comunidade
pela Arte, no sentido de que esta não fique restrinta a exposições.
Com
este espírito, a promoção será efetuada em vários espaços da UFRGS. No Salão de
Festas da Reitoria estarão as obras, selecionadas e premiadas; no saguão do
Planetário será montada uma amostra com parte do acervo da Biblioteca Eichemberg,
com peças de grande valor artístico e histórico. Já as obras premiadas nos três
SAVs anteriores estarão expostas no Campus do Vale.
Outro
setor importante da promoção é o levantamento que a Comissão está realizando
sob o título de Arte do Cotidiano, pelo qual será apresentado o Ciclo da
Tecelagem no Litoral Gaúcho, visando a valorização de uma das mais importantes
manifestações do artesanato riograndense. Além dos trabalhos prontos, em lã,
corda, palha e outros materiais, o público poderá conhecer todo o instrumental
utilizado nos vários processos de produção.
XIV BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO
Uma criativa obra de Alfred Jensen |
Messer
é também presidente da Comissão de Exposições Internacionais da Fundação
Americana de Artes, uma entidade particular dedicada a promoção das artes dos
Estados Unidos nas principais mostras em diversos países do Mundo.
A
representação norte-americana, composta de quadros abstratos e geométricos
pintados por Jensen nos últimos vinte anos, faz parte da secção antológica da
XIV Bienal uma categoria que não concorre aos prêmios.
Algumas
das obras nunca foram mostradas ao público antes. A montagem está sendo feita
numa área de 500 metros quadrados ,
sob a supervisão de Linda Cathcart curadora da Galeria de Arte Albringht-Knox,
de Búfalo, cidade do Estado de Nova Iorque.
Os
trabalhos, de Jensen, todos muito coloridos são de grandes dimensões. Há obras
de até 17 metros
Jensen já participou de inúmeras exposições internacionais, incluindo a Bienal
de Veneza (1964), e duas Documenta (1968 e1972, em Kasse, Alemanha Ocidental.
Em 1963, participou, com uma tela, da sétima Bienal de São Paulo.
Jensen
começou a pintar, quando tinha sete anos de idade, fazendo retratos de seus
colegas da escola. Ele explica porque sua arte lembra a cultura Maia: Nasci na
Guatemala em 1903.
Meus
pais trabalhavam na construção de casas e na fabricação de móveis. Eram muito
ocupados e me deixavam aos cuidados dos índios, por quem fui até amamentado.
Meu estilo foi influenciado pela cultura indígena, pela cultura primitiva.
Meu
objetivo sempre foi complementar a estrutura básica da cultura com civilização.
É assim que considero meu estilo unir os vínculos entre civilização e cultura.
Sobre
seu trabalho como artista diz: respondo a sensibilidade de minha época. Eu não
prevejo coisas. O artista é o predecessor dos reais acontecimentos e
descobertas. Não quero resultados. Quero o caminho.
Filho
de pai dinamarquês e de mãe alemã-polonesa, Jensen teve que abandonar os
estudos aos 15 anos, pois um terremoto na Guatemala, deixou seu pai sem
recursos. Aos 16 anos, empregou-se num navio da Marinha Mercante da Dinamarca.
Depois de 18 meses, desembarcou em
San Diego na Califórnia, mas voltou a Guatemala em ... 1922,
para dirigir uma fazenda com um irmão.
Em
1924, liquidou o negócio e retornou a Califórnia. Estudava á noite, e
trabalhava com venda de madeira Durante o dia. Nessa época ganhou uma bolsa de
estudos da Escola de Belas Artes de San Diego.
Com
23 anos, Jensen estava estudando em Munique, onde conheceu Carl Holty e Václav
Vytacil, na escola de Hans Hofmann. Lá também conheceu uma próspera
colecionadora de arte a Sra, Sadie Adler May, que o ajudou a financiar os estudos.
Depois de um ano e meio em Munique, matriculou-se na Academie Scandinave de
Paris. Estudou escultura moderna com Charles Despiau, e pintura com Othon
Friesz e Charles Dufresne, Jensen e a Sra. May fizeram depois diversas viagens
aos Estados Unidos, onde em 1934, o artista fixou residência definitiva.
Jensen ao lado de uma obra de sua autoria |
O relacionamento de Jensen com seus colegas artistas reafirmou sua individualidade. Eu era uma espécie de mensageiro entre a geração mais velha e a mais jovem, diz ele. Encontrei-me no meio das duas. Os mais velhos não me aceitariam porque achavam que eu não tinha méritos para figurar entre eles. A geração mais jovem estava ansiosa por ser inspirada pelo meu conhecimento da pintura parisiense e pela experiência que adquiri, associando-me a artistas mais idosos.Tive muita influência porque sempre fui contrário a ideia de pertencer a uma escola . Os artistas pop queriam que me juntassem a eles. Os impressionistas pós abstratos me queriam seu por-voz.
No
fim da década de 40 Jensen começou a fazer diagramas, por ele considerados
pesquisas obre luz e cor antes que arte. Estes diagramas se tornariam uma
espécie importante da sua obra.
Em
1957, Jensen começou a pintar murais e uma série de painéis que expressam um só
tema e padrões de losangúlos, xadrezes e símbolos representando uma dualidade
como o homem e a mulher, terra e céu e os pólos positivos e negativos
BIENAL PAULISTA
A
XIV Bienal de São Paulo, armada no Parque Ibirapuera, este ano dedicada a seu
fundador o empresário Francisco Matarazzo Sobrinho, recentemente falecido,
conta com trabalhos de 35 países e a participação de 75 artistas brasileiros
entre os quais o pessoal do grupo baiano Etsedron e Mário Cravo Neto
Mariozinho.
A
Bienal está organizada em torno de três grandes capítulos do conhecimento
atual: Proposições Contemporâneas, exposições Antológicas e Grandes Confrontos.
A Bienal ficará aberta ao público até 18 de dezembro próximo, exceto às
segundas-feiras sendo que,as quartas-feiras a entrada é franca.
Esta
coluna é dedicada a dois expositores que representam os Estados Unidos e a
África do Sul, portanto, mostro de propósito, dois países em confronto de
ideias e culturas. Porém, em pontos em comuns, como o racismo e outros ismos
tão combatidos em alguns setores da comunidade mundial.
GEOFFREY ARMSTRONG REPRESENTA A ÁFRICA DO SUL
GEOFFREY ARMSTRONG REPRESENTA A ÁFRICA DO SUL
O Comitê Executivo da África do Sul indicou Geoffley Armstrong para representar aquele país na XIV Bienal Internacional de Artes Plásticas e Contemporânea de São Paulo. Seu trabalho consta de seis grandes painéis dispostos em um hexágono aberto e pintado como um mural panorâmico contínuo de
O ESCULTOR BAIANO ARLINDO GOMES
O Corredor da Vitória que outrora foi um dos locais mais procurados onde eram instaladas nobres moradias, é hoje apontado como um local barulhento com constantes engarrafamentos de trânsito. É exatamente ai que o escultor Arlindo Gomes encontrou um ninho e ficou isolado do barulho e de frente com o mar que descortina de uma escarpa bem alta. Ali em seu atelier que fica no edifício Casa Blanca ele trabalha febrilmente. Agora está terminando uma escultura onde aparece um casal de gordos anjos segurando uma pérola. Uma escultura trabalhosa e demonstra que o artista tem noções firmes de desenho e anatomia.Uma escultura que tem utilidade pois será a cabeceira de uma cama de casal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário