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quarta-feira, 15 de maio de 2013

IV SALÃO DE ARTES VISUAIS


JORNAL A TARDE,SALVADOR,  SÁBADO 8 DE OUTUBRO DE 1977

 Tendo como palavra de ordem Abertura será realizado de 18 de novembro a 19 de dezembro, o IV Salão de Artes Visuais, uma promoção da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundação Nacional de Arte do MEC-Funarte. Coordenado nesta edição pelo Instituto de Artes, o IV SAV visa, através de Abertura, a sua maior integração entre a Universidade e a Comunidade pela Arte, no sentido de que esta não fique restrinta a exposições.
Com este espírito, a promoção será efetuada em vários espaços da UFRGS. No Salão de Festas da Reitoria estarão as obras, selecionadas e premiadas; no saguão do Planetário será montada uma amostra com parte do acervo da Biblioteca Eichemberg, com peças de grande valor artístico e histórico. Já as obras premiadas nos três SAVs anteriores estarão expostas no Campus do Vale.
Outro setor importante da promoção é o levantamento que a Comissão está realizando sob o título de Arte do Cotidiano, pelo qual será apresentado o Ciclo da Tecelagem no Litoral Gaúcho, visando a valorização de uma das mais importantes manifestações do artesanato riograndense. Além dos trabalhos prontos, em lã, corda, palha e outros materiais, o público poderá conhecer todo o instrumental utilizado nos vários processos de produção.

           XIV BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO

Uma criativa obra de Alfred Jensen
Os Estados Unidos estão representados na XIV Bienal de São Paulo, por uma retrospectiva de 56 trabalhos do pintor Alfred Jensen. São 44 óleos sobre tela e 12 sobre papel, selecionados em galerias, museus e coleções de várias cidades norte-americanos, sob a orientação do editor do Museu Guggenhein, de Nova Iorque, Thomas Messer, que se encontra em São Paulo, na qualidade de Comissário dos EUA, a Bienal deste ano.
Messer é também presidente da Comissão de Exposições Internacionais da Fundação Americana de Artes, uma entidade particular dedicada a promoção das artes dos Estados Unidos nas principais mostras em diversos países do Mundo.
A representação norte-americana, composta de quadros abstratos e geométricos pintados por Jensen nos últimos vinte anos, faz parte da secção antológica da XIV Bienal uma categoria que não concorre aos prêmios.
Algumas das obras nunca foram mostradas ao público antes. A montagem está sendo feita numa área de 500 metros quadrados, sob a supervisão de Linda Cathcart curadora da Galeria de Arte Albringht-Knox, de Búfalo, cidade do Estado de Nova Iorque.
Os trabalhos, de Jensen, todos muito coloridos são de grandes dimensões. Há obras de até 17 metros Jensen já participou de inúmeras exposições internacionais, incluindo a Bienal de Veneza (1964), e duas Documenta (1968 e1972, em Kasse, Alemanha Ocidental. Em 1963, participou, com uma tela, da sétima Bienal de São Paulo.
Jensen começou a pintar, quando tinha sete anos de idade, fazendo retratos de seus colegas da escola. Ele explica porque sua arte lembra a cultura Maia: Nasci na Guatemala em 1903.
Meus pais trabalhavam na construção de casas e na fabricação de móveis. Eram muito ocupados e me deixavam aos cuidados dos índios, por quem fui até amamentado. Meu estilo foi influenciado pela cultura indígena, pela cultura primitiva.
Meu objetivo sempre foi complementar a estrutura básica da cultura com civilização. É assim que considero meu estilo unir os vínculos entre civilização e cultura.
Sobre seu trabalho como artista diz: respondo a sensibilidade de minha época. Eu não prevejo coisas. O artista é o predecessor dos reais acontecimentos e descobertas. Não quero resultados. Quero o caminho.
Filho de pai dinamarquês e de mãe alemã-polonesa, Jensen teve que abandonar os estudos aos 15 anos, pois um terremoto na Guatemala, deixou seu pai sem recursos. Aos 16 anos, empregou-se num navio da Marinha Mercante da Dinamarca. Depois de 18 meses, desembarcou em San Diego na Califórnia, mas voltou a Guatemala em ... 1922, para dirigir uma fazenda com um irmão.
Em 1924, liquidou o negócio e retornou a Califórnia. Estudava á noite, e trabalhava com venda de madeira Durante o dia. Nessa época ganhou uma bolsa de estudos da Escola de Belas Artes de San Diego.
Com 23 anos, Jensen estava estudando em Munique, onde conheceu Carl Holty e Václav Vytacil, na escola de Hans Hofmann. Lá também conheceu uma próspera colecionadora de arte a Sra, Sadie Adler May, que o ajudou a financiar os estudos. Depois de um ano e meio em Munique, matriculou-se na Academie Scandinave de Paris. Estudou escultura moderna com Charles Despiau, e pintura com Othon Friesz e Charles Dufresne, Jensen e a Sra. May fizeram depois diversas viagens aos Estados Unidos, onde em 1934, o artista fixou residência definitiva.
Em Nova Iorque, Jensen começou a se concentrar exclusivamente na pintura fazendo muitos retratos, paisagens, naturezas mortas e figuras. Nos anos 40, o artista começou a ler a obra de Goethe Zur Farbeniehere, sobre a teoria da cor, que viria a estudar por cerca de vinte anos, ao mesmo tempo em que passou a se interessar por Auguste Herbin, também estudioso de Goethe.
 Jensen ao lado de uma obra de sua
autoria

O relacionamento de Jensen com seus colegas artistas reafirmou sua individualidade. Eu era uma espécie de mensageiro entre a geração mais velha e a mais jovem, diz ele. Encontrei-me no meio das duas. Os mais velhos não me aceitariam porque achavam que eu não tinha méritos para figurar entre eles. A geração mais jovem estava ansiosa por ser inspirada pelo meu conhecimento da pintura parisiense e pela experiência que adquiri, associando-me a artistas mais idosos.Tive muita influência porque sempre fui contrário a ideia de pertencer a uma escola . Os artistas pop queriam que me juntassem a eles. Os impressionistas pós abstratos me queriam seu  por-voz.
No fim da década de 40 Jensen começou a fazer diagramas, por ele considerados pesquisas obre luz e cor antes que arte. Estes diagramas se tornariam uma espécie importante da sua obra.
Em 1957, Jensen começou a pintar murais e uma série de painéis que expressam um só tema e padrões de losangúlos, xadrezes e símbolos representando uma dualidade como o homem e a mulher, terra e céu e os pólos positivos e negativos

                                                           BIENAL PAULISTA

A XIV Bienal de São Paulo, armada no Parque Ibirapuera, este ano dedicada a seu fundador o empresário Francisco Matarazzo Sobrinho, recentemente falecido, conta com trabalhos de 35 países e a participação de 75 artistas brasileiros entre os quais o pessoal do grupo baiano Etsedron e Mário Cravo Neto Mariozinho.
A Bienal está organizada em torno de três grandes capítulos do conhecimento atual: Proposições Contemporâneas, exposições Antológicas e Grandes Confrontos. A Bienal ficará aberta ao público até 18 de dezembro próximo, exceto às segundas-feiras sendo que,as quartas-feiras a entrada é franca.
Esta coluna é dedicada a dois expositores que representam os Estados Unidos e a África do Sul, portanto, mostro de propósito, dois países em confronto de ideias e culturas. Porém, em pontos em comuns, como o racismo e outros ismos tão combatidos em alguns setores da comunidade mundial.

GEOFFREY  ARMSTRONG REPRESENTA  A ÁFRICA DO SUL


O Comitê Executivo da África do Sul indicou Geoffley Armstrong para representar aquele país na XIV Bienal Internacional de Artes Plásticas e Contemporânea de São Paulo. Seu trabalho consta de seis grandes painéis dispostos em um hexágono aberto e pintado como um mural panorâmico contínuo de 20 metros. Através de versátil uso de um design de cores fortes o artista conseguiu criar uma pintura ambiental inspirada no tema O Muro Como Suporte de Arte. O próprio catálogo dá uma ideia do trabalho de Geoffrey lembrando uma pintura inspirada nos trópicos. Ele nasceu na África do Sul, em 1928, cursou seus estudos em Johannesburgo  e de 1966 a 1969 realizou algumas exposições individuais, inclusive na Universidade de Johannesburg Art Gallery. Passou longo período na Inglaterra onde mostrou alguns de seus trabalhos. Trabalha com pintura, escultura e desenho.

                  O ESCULTOR BAIANO ARLINDO GOMES


O Corredor da Vitória que outrora foi um dos locais mais procurados onde eram instaladas nobres moradias, é hoje apontado como um local barulhento com constantes engarrafamentos de trânsito. É exatamente ai que o escultor Arlindo Gomes encontrou um ninho e ficou isolado do barulho e de frente com o mar que descortina de uma escarpa bem alta. Ali em seu atelier que fica no edifício Casa Blanca ele trabalha febrilmente. Agora está terminando uma escultura onde aparece um casal de gordos anjos segurando uma pérola. Uma escultura trabalhosa e demonstra que o artista tem noções firmes de desenho e anatomia.Uma escultura que tem utilidade pois será a cabeceira de uma cama de casal.



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