Um dos bons momentos do Grupo Lama apresentando sua mensagem |
Volto
a falar do Salão e de sua importância, tendo em vista a posição de um poucos
que tentaram em vão colocar em plano secundário esta promoção vitoriosa.
Um
Salão que ficará eternamente marcado numa das páginas da história das artes
plásticas na Bahia pelo volume de concorrentes, pelos prêmios, pela
oportunidade de revelar novos valores e especialmente pela qualidade dos
trabalhos selecionados. Hoje, muitos já estão de posse dos catálogos que foram
impressos na Gráfica da Universidade Federal da Bahia, que é um documento
principalmente para aqueles nele incluídos.
Quero
divulgar não apenas os nomes dos premiados, mas também de todos os
participantes do Salão.
Vida De Cachorro, óleo sobre duratex, de Murilo |
Vejamos:
1) Prêmio Miguel Navarro Y Cañizares, no valor de CR$ 20 mil cruzeiros para o
Grupo Lama, da Bahia; 2) prêmio João Francisco Lopes Rodrigues, de CR$ 15 mil
cruzeiros, para Murilo Ribeiro, da Bahia; Prêmio Manoel Ignácio de Mendonça
Filho, de CR$ 10 mil cruzeiros para Pedro Eymar, do Ceará; IV) Prêmio Escola de
Belas Artes da UFba., ao estudante Manoel José do Conde, da Bahia no valor de
CR$ 5 mil. Receberam ainda Mensão Honrosa: Raimundo Nonato de Oliveira, do
Piauí; Eduardo Costa Lima Almeida, de Pernambuco e Geraldo Ribeiro de Santana,
de Feira de Santana, Bahia.
Os
demais participantes, com obras expostas no foyer do Teatro Castro Alves foram:
Antônio L. Valente Figueredo, Ângela Fonseca Cunha, Áureo Caribe Azevedo, Bel
Borba, César Dantas, Carlos Calvet, Clara O. Souza, Carlos Simas, Dil, Else M.
Elvira M. N. Santos, Eduardo Almeida, Izabela Fiterman, Geraldo R. Santana,
Guache, Grupo Lama, José Bonfim, Nildão, Carlos Lauria, Joelino, José Araripe,
Lea Stosch, Botelho Pedrosa, Luís C. Tourinho, Mirtes Teixeira, Manoel José do
Conde, Moacyr Dávila, Murilo, Maso, Maria do Socorro Dutra, Pedro Elymar B.
Costa, Reginaldo Alcântara, Roberval Marinho, Roberto Wilson, Roberto Aranha,
Renato Viana, Nonato, Valluizo B. Rodrigues, Valdir Freitas de Santana, Wilson
R. C. dos Santos e Zivé.
Portanto,
dos 130 concorrentes ao Salão a comissão julgadora resolveu retirar alguns,
permanecendo 43 artistas com 92 obras.
Participaram
representantes do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e
Bahia o que demonstra que todos os objetivos foram alcançados, quais sejam, a
promoção da produção artística universitária no Norte e Nordeste e proporcionar
uma visão global desta produção.
Finalmente
quero deixar claro que a Bahia foi também premiado com esta realização que
poderá figurar como um dos eventos culturais da própria Universidade Federal
para Bahia, para que a semente plantado pelo professor Ivo Vellame continue a
dar frutos promissores como os que acabamos de colher.
VINTE
E CINCO ANOS DE PINTURA
A exuberância das cores de Moacir Andrade |
Um
homem portanto que vive a um quarto de século pintando as coisas maravilhosas
da Amazônia.
Suas
cores, como não podia deixar de ser tão fortes e agradam porque retratam o
colorido da floresta tropical. Sua primeira exposição ocorreu em 1952 e de lá
para cá tem parado, inclusive possui obras em vários museus no Exterior.
Como
disse em 1962 Jean Paul Sartre, " Moacir Andrade, registra nas belezas de suas
telas, toda a grandeza do fabuloso Amazonas, o folclore, as tradições mais caras, o calor humano
representados na movimentação de seus folguedos populares, as lendas antigas
memórias dos velhos casarões de azulejos portugueses tudo isso impregnado de
muita paz amor e amoldurados pela sensibilidade da imaginação de um artista que
muito cedo soube se impor no cenário intelectual de sua pátria."
O
catálogo comemorativo de seus 25 anos de pintura é de alto nível, com
reproduções de qualidade e traz ainda uma listagem de reportagens publicadas
sobre sua obra em jornais e revistas nacionais e estrangeiras, alem de opiniões
da crítica especializada.
MORICONI: O ESPECTADOR DEVE SENTIR A ESCULTURA
MORICONI: O ESPECTADOR DEVE SENTIR A ESCULTURA
Peso,
impacto, equilíbrio no ponto zero e maior atmosfera como matéria, são os
fenômenos segundo os quais o escultor Moriconi define os dezesseis volumes que
compõem sua nova exposição individual, na Galeria Bonino, que ficará aberta até
o próximo dia 20 do corrente.
Escultura
para mim, afirma ele, é a projeção psíquica que uma vez cristalizada,
projeta-se no psiquismo do espectador, encontrando o seu espaço.
Partindo
do bidimensional, as obras de Moriconi tiram o espectador do campo gravitacional
psíquico, o que lhe proporciona uma impressão de tridimensionalidade.
Numa
das peças da exposição, Conceito Orbital, explica Moriconi, ela é representada
por um ponto de fuga que, para o espectador perceber, deveria se colocar numa
altura de seis metros, para melhor aprender o seu Impacto Visual.
VANGUARDA
Moriconi
nasceu na Itália, mas desde 1953, vive e trabalha no Rio de Janeiro.Depois
de pesquisa na pintura, que chegou a expor na Galeria dezon, em 1960, ele
integraria o grupo de artistas cariocas ligados á vanguarda, realizando, em
1967, na Petite Galerie, a 1ª Feira Mundial de Sangue do Umbigo.
A
exposição consistia na apresentação de garrafas cheias de líquido vermelho,
pipas e barbantes, representando um sistema de vida uterina, na tentativa de um
encontro fetal comigo próprio, acentua Moriconi.
A
essa mostra, sucederia, em 1968,
a Máquina I, apresentada na Petite Galerie e no MAM, no
Rio, e em Nova Iorque ,
na verdade, o primeiro múltiplo feito no Brasil, conforme anunciava no próprio
catálogo da exposição. Nesse mesmo ano, participaria da manifestação Arte no
Aterro, na qual atirava bolas de soprar cheias de elementos formais que, quando
explodiam criavam formas incidentais.
Moriconi
iria ainda mais além nas suas participações na vanguarda carioca. No Salão
Nacional de Artes Moderna, em 1969 expôs o Espaço Vazio, no qual, no espaço que
lhe fora reservado para expor suas obras, um texto transmitido pelo gravador
anunciava: este é o núcleo inicial do espaço total. Espaço-Tempo-Som.
Visão-Olfato-Tato-interligados para detonar um acontecimento poético. Você é
uma forma dinâmica no espaço. Você é a obra, tendo a atmosfera como suporte
vivo de freqüências integradas ao museu humano.
O
que, em suma, proporcionaria a Moriconi divulgar teorias proclamadas por
Mondrian, segundo o qual um dia, casa indivíduo será o artista de si mesmo e
descobrirá as formas poéticas sem a sofisticação dos artistas profissionais.
Nessa
mostra de agora, a segunda que faz com seus anti/volumes, Moriconi prossegue na
sua pesquisa de demostrar a possibilidade de moldar a atmosfera no sentido de
construção da peça ser sentida por cada um dos espectadores.
PAINEL
ARTE EDUCAÇÃO - O
I Encontro Municipal de Arte Educação, promovida pela Prefeitura da Cidade do
Salvador, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura objetiva
congregar especialistas ligados nessa área para juntos, vivendo vivenciarem a
problemática da integração Arte Educação no que diz respeito á definição de
objetivos de novas metodologias e de oportunidade para o desenvolvimento de
potencialidades do indivíduo na descoberta de si mesmo, não como artista, mas
como ser integrante de um grupo social que espera de cada elemento uma atitude
participante e ativa na busca de sua auto realização. Um grupo de artistas
plásticos, teatrólogos, estudiosos do folclore, dançarinos e músicos vão
participar deste trabalho coletivo de grande importância. Do encontro, que será
realizado de 21 a
27 do corrente mês, sairá a linha de ação a ser desenvolvida. Aguardem.
ADERBAL RODRIGUES E NILZA BARUDE - vão expor na Mini-Galeria ACBEU de
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