JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO, 25 DE
JUNHO DE 1977
Embora
com inauguração oficial prevista para o próximo dia 30, a exposição de
reproduções das obras dos artistas integrantes do Movimento Anti Barroco De
Stijl está aberta, desde o último dia 22 á visitação pública, no Museu de Arte
Moderna da Bahia, no Unhão, numa promoção da Fundação Cultural do Estado e do
Consulado Geral dos Países Baixos.
É
uma exposição com fins didáticos, reunindo 36 pranchas de trabalhos de pintura,
arquitetura, mobiliário, desenho industrial, artes gráficas, fotografia e
literatura de Piet Mondriaan, Van Doesburg, Hans Arp e outros que aderiram ao
De Stijl.
O
movimento cuja essência é a retratação dos fatos sociais através a arte, surgiu
na Holanda, em 1917 e seus fundadores divulgaram seus trabalhos, criando a
revista De Stijl, com grande repercussão no exterior. O movimento não se
restringiu ás artes plásticas, voltando-se igualmente para novos
desenvolvimentos em literatura, dança, música, cinema, artes gráficas,
arquitetura e para as mudanças sociais de forma geral. Seu apogeu foi de 1917 a 1931.
Os
progressos que a humanidade vem
promovendo e assistindo em vários campos da atividade produzem reações as mais
variadas no comportamento político, econômico e social das comunidades. Por
isto, não foi uma obra do acaso que em 1917 surgiram grupos de artistas
progressistas que viam um grande distanciamento entre a classe dominante e os
trabalhadores. Na Rússia surgiu a revolução que veio mudar todo o sistema de
governo com reflexos em vários países.
Mas
é a Holanda que nos interessa porque foi aí que surgiu um grupo de artistas que
publicou a revista De Stiji, que veio influenciar artistas de diversos
continentes.
Inicialmente
composto pelos pintores Van Doesburg, Mondriaan e Huszar, arquiteto Oud e o
poeta Antony Kok, que buscavam uma forma de arte que fosse ditada exclusivamente por
conceitos artísticos. Estes eram a linha, a composição, a cor e o espaço bi ou
tridimensional. Assim os toques individuais ou pessoas, tão importante para o
artista, deveriam ser excluídos, pois
isto implicava na abolição de tudo que fosse expressionista, acidental,
efêmero, trágico, dramático ou lírico.
Daí surgiu o Manifesto I em 1918 que diz:
Daí surgiu o Manifesto I em 1918 que diz:
1) Existem duas concepções de tempo: a antiga e a
moderna. A antiga volta-se para o individual. A moderna, em direção ao
universal. A luta do individual contra o universal manifesta-se tanto ao
conflito mundial quanto na arte de nosso tempo.
2) A guerra está
destruindo o velho mundo e tudo que nele existe: a supremacia do indivíduo em
todas as áreas.
3)
A nova arte revelou
o conteúdo da nova concepção do tempo: uma equilibrada relação entre o
individual e o universal.
4)
Esta nova consciência
está preparada compreender tanto a vida interna quanto a vida externa.
5)
As tradições, os
dogmas e o domínio do individual são contrários a esta compreensão.
6)
Os fundadores a nova
arte plástica apelam portanto para todos os que acreditam na reforma da arte e da cultura, para que
aniquilem estes obstáculos ao desenvolvimento, como já o fizeram na nova arte
plástica pela abolição da forma natural que impede a clara expressão da arte, a
suprema consequência de toda a inspiração artística.
7)
Os artistas de hoje
empolgaram o mundo inteiro para esta nova concepção e assim sendo,
participaram, no Âmbito intelectual, desta guerra contra o domínio do
despotismo individual.
Desta forma, solidarizam-se com todos os que
trabalham para a criação de uma unidade internacional em Vida, Arte, Cultural,
quer intelectual quer materialmente.
8) As edições mensais de De Stijl, fundado com este
propósito, tenta atingir, de maneira precisa, esta nova sabedoria de vida. É
possível cooperar:
9.1- Enviando noções de apoio, com nome, endereço e
profissão ao editor de De Stijl.
9.2- Enviando artigos ou reproduções de crítica,
filosofia, arquitetura, ciência, literatura ou música.
9.3- Traduzindo artigos em diferentes idiomas e
divulgando os pensamentos e idéias publicadas em De Stiji.
Este primeiro manifesto do grupo vinha assinado por
Theo Van Doesbryg, Vilmos Huszar e Piet Mondriaan pintores; pelos arquitetos
Robot, van T. Hoff e Jan Wils: o poeta Antony Kok e o escultor O. Vantongerloo.
O que achamos essencialmente gratificante é o ideal
de solidariedade e trabalha coletivo pregados por Theo Van Doesburg que foi o
grande teórico do movimento e organizador do grupo. Sua capacidade de liderança
levou os membros do grupo a manterem contatos em Weimar, na Alemanha com os
integrantes do movimento Baubaus e também em Paris. Isto fortalecia
as idéias pregadas no primeiro manifesto e já nos últimos anos de vida e
inquietude que lhe era natural levou-o a lançar o Elementrismo, que era oposto
ao neoplaticismo.
O II MANIFESTO
Em 1920 o Manifesto II ocupa-se especialmente da Literatura. Vejamos:
LITERATURA
O organismo da Literatura contemporânea ainda se alimenta exclusivamente do sentimentalismo de uma geração.
A PALAVRA ESTÁ MORTA
Os clichês naturalistas e os dramáticos filmes mundiais a nós fornecidos pelas técnicas de livros e metro e a quilo. Nada contém de nossa nova e corajosa maneira de encarar a vida.
A PALAVRA ESTÁ IMPOTENTE
A asmática poesia sentimental do seus e do eles em toda a parte e especialmente na Holanda ainda perpetrada sob a influência de um individualismo estrangulador de espaço. Relíquia fermentada de uma época obsoleta nos enche de repugnância.A Psicologia em nossa ficção tem raízes somente na imaginação subjetiva. A análise psicológica e outras retóricas obstrutivas realmente. Destruíram o Sentido da Palavra.
Bem arrumadas frases sobrepostas ou em sequência. Esta árida estrutura Frontal de frase pela qual os antigos realistas externavam suas introvertidas experiências é to ineficaz e impotente para expressar as experiências coletivas de nossa era como a antiga concepção da vida . Os livros se baseiam em Extensão e Duração eles são volumosos . A nova concepção da vida fundamenta-se em Profundidade e Intensidade esta é a poesia que queremos. Para dar forma aos variados eventos a palavra em nós e à nossa volta deve ser restaurada em significado e em som.
Enquanto na velha poesia o significado imanente do mundo parece dominada por emoções relativas e subjetivas. Desejamos por todos os meios à nossa disposição sintaxe,prosódia,tipografia,aritmética e ortografia dar à Palavra um novo significado e um novo poder de expressão. A dualidade da aprosa e da poesia não pode perdurar . A dualidade do conteúdo e da forma não pode perdurar. Portanto, a forma deverá ter um significado claramente espiritual para o escritor moderno que não descreverá ações que em verdades Descreverá de todo que simplesmente Escreverá.
Ele Recriará através da palavra o Conglomerado de Ações. Uma Construtiva Unidade de Conteúdo e Forma.
Contamos com o apoio moral e estético de todos que trabalham para a renovação espiritual do mundo .
Leiden - Holanda abril de 1920
Theo van Doesburg
Piet Moodriaan
Antony Kok
No Manifesto III o grupo De Stijl dizia:
Em 1920 o Manifesto II ocupa-se especialmente da Literatura. Vejamos:
LITERATURA
O organismo da Literatura contemporânea ainda se alimenta exclusivamente do sentimentalismo de uma geração.
A PALAVRA ESTÁ MORTA
Os clichês naturalistas e os dramáticos filmes mundiais a nós fornecidos pelas técnicas de livros e metro e a quilo. Nada contém de nossa nova e corajosa maneira de encarar a vida.
A PALAVRA ESTÁ IMPOTENTE
A asmática poesia sentimental do seus e do eles em toda a parte e especialmente na Holanda ainda perpetrada sob a influência de um individualismo estrangulador de espaço. Relíquia fermentada de uma época obsoleta nos enche de repugnância.A Psicologia em nossa ficção tem raízes somente na imaginação subjetiva. A análise psicológica e outras retóricas obstrutivas realmente. Destruíram o Sentido da Palavra.
Bem arrumadas frases sobrepostas ou em sequência. Esta árida estrutura Frontal de frase pela qual os antigos realistas externavam suas introvertidas experiências é to ineficaz e impotente para expressar as experiências coletivas de nossa era como a antiga concepção da vida . Os livros se baseiam em Extensão e Duração eles são volumosos . A nova concepção da vida fundamenta-se em Profundidade e Intensidade esta é a poesia que queremos. Para dar forma aos variados eventos a palavra em nós e à nossa volta deve ser restaurada em significado e em som.
Enquanto na velha poesia o significado imanente do mundo parece dominada por emoções relativas e subjetivas. Desejamos por todos os meios à nossa disposição sintaxe,prosódia,tipografia,aritmética e ortografia dar à Palavra um novo significado e um novo poder de expressão. A dualidade da aprosa e da poesia não pode perdurar . A dualidade do conteúdo e da forma não pode perdurar. Portanto, a forma deverá ter um significado claramente espiritual para o escritor moderno que não descreverá ações que em verdades Descreverá de todo que simplesmente Escreverá.
Ele Recriará através da palavra o Conglomerado de Ações. Uma Construtiva Unidade de Conteúdo e Forma.
Contamos com o apoio moral e estético de todos que trabalham para a renovação espiritual do mundo .
Leiden - Holanda abril de 1920
Theo van Doesburg
Piet Moodriaan
Antony Kok
No Manifesto III o grupo De Stijl dizia:
Para dar forma a um novo mundo.
O espírito agora é soberano. Os capitalistas são
uma fraude, porém, os socialistas o são igualmente. Os capitalistas são uma
fraude, porém os socialistas o são igualmente. Os capitalistas desejam devorar
montes de dinheiro, gente, carne, porém os socialistas querem devorar os
capitalistas. Quem é pior? Quem levará a melhor? Para nós é indiferente.
Sabemos apenas de uma coisa: somente aqueles que estão imbuídos do novo
espírito mantém-se de pé.
Eles desejam apenas dar.
Desinteressadamente. Eles podem ser encontrados em
todas as raças, em todos os países. Eles estão libertos de fase especiosas,
eles não se chamam uns aos outros de irmão, mestre ou Camarada. Eles falam uma
linguagem espiritual de mútua compreensão. Os indivíduos deste novo espírito
não formam uma seita, igreja ou escola.
No velho mundo, a concentração espiritual
Cristianismo e natural capitalismo formavam o eixo em torno do qual revolviam
as nações.
Hoje, o elemento espiritual está disperso.
Entretanto os que arvoram este novo espírito estão unidos. Em espírito.
O Cristianismo e o capitalismo, o individualismo
espiritual e material, que constituíam os fundamentos da Velha Europa, são a
causa de sua presente escravidão. Ela não pode libertar-se. Caminha para a
destruição. Nós a observamos com indiferença, mesmo se pudéssemos ajudar, não o
desejaríamos. Não queremos prolongar a vida desta velha prostituta. Porém em
nós uma nova Europa começa a se delinear.
Estas ridículas internacionais Socialistas,
Primeira, Segunda e Terceira, eram apenas uma exibição, um mero tecido de
palavras.
Nossa internacional é espiritual e tácita. Ela não
se baseia em palavras mas em ação criativa e em força, viva e eminente. Força
do espírito. Com ela, estabeleceremos a estrutura de um novo mundo. Não conclamamos
as nações aos gritos de Uni-vos, ou Alistem-se.
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