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quinta-feira, 2 de maio de 2013

NOVE PAINÉIS DE PATRÍCIA BORGES EXPOSTOS NO ROMA - 30 DE OUTUBRO DE 1989


JORNAL A TARDE, SALVADOR,  SEGUNDA-FEIRA 30 DE OUTUBRO DE 1989

NOVE PAINÉIS DE PATRÍCIA BORGES EXPOSTOS NO ROMA

Coragem e originalidade. Duas palavras que podemos escolher para expressar a arte elaborada por Patrícia Borges, que deixou sua Minas Gerais e empenhou-se na Chapada Diamantina com seu companheiro, também artista Jorge Arbach e hoje residem em Lençóis. Coragem por ter escolhido uma temática que a princípio assusta ou causa repugnância em algumas pessoas menos avisadas. Estou falando de serpentes. Foi exatamente na plasticidade das linhas e formas das serpentes que a artista se inspirou para fazer ou criar suas obras. São nove painéis de tamanhos variados de batik que ela está expondo no Rama, que fica na Rua Lord Cochrane, na Barra.
As formas, os movimentos, o forte colorido e ainda por cima, a presença desses ofídios na Chapada Diamantina contribuíram por sua opção pelas serpentes.
Desde o princípio da nossa história que a serpente está ligada a coisa peçonhenta, ruim. Lembremos que para representar o pecado que Adão e Eva cometeram surgem sempre as ilustrações com uma serpente ofertando uma maça. Na realidade, servem ainda para piadas sobre masculinidade e outros assuntos nunca elogiosos ou positivos. Daí a coragem de Patrícia em elaborar o seu trabalho, utilizando a serpente como temática. Confesso que ela conseguiu captar formas e cores muito expressivas e chegam a surpreender. É preciso estar atento se não fizer uma leitura do cartaz ou tiver uma informação sobre a exposição para a pessoa identificar as serpentes, porque a artista fragmentou, juntou pedaços e com a temática do batik ainda surgem linhas partidas que contribuem para dar uma boa composição visual e retirar o peçonhento que alguns poderiam encontrar.
Ao chegar a redação portando na cabeça um chapéu, que me fez essas bailarinas espanholas, Patrícia entregou-me uma pesquisa manuscrita sobre o batik e algumas considerações pessoais sobre a técnica.
Não publico essas informações por total falta de espaço.

             EXPOSIÇÃO DE UNIVERSITÁRIOS

Sob a coordenação da professora Leda Cerqueira, de Fundamentos da Linguagem Visual, o Instituto de Música d  UCSal., através de seu Departamento de Artes, foi montada no Shopping Barra uma mostra das obras dos universitários do curso de Educação Artística.
Dele participaram, apresentando trabalhos de técnicas variadas óleo sobre tela, acrílica sobre tela bico-de-pena, aquarela, e técnica mista Carlos Vilmar, Ayrson Heráclito, Wildvan, Rita Portela, Ana Comini, Fátima Oliveira, Obadina Freitas, Vera Peixoto, Jorge Mendes e Amélia Satiko.
Segundo a professora Leda, os caminhos do discurso sobre o trabalho pictórico dos universitários determinarão, certamente, um reconhecimento público da criatividade e da competência técnica nessa trajetória cheia de compromissos com a realidade.
Na classificação do critico de arte Aldo Tripodi, esses artistas pertencem a um núcleo, que optou por uma forma de inserção a vida, onde o  mórbido cede lugar ao criativo, inerente a situação econômica em que vivemos, sem todavia estar alienado a ela. Para Tripodi esses artistas estão onipresentes em suas obras, que trazem sua mais pura sensibilidade para o deleite e a observação contemplativa.
A mostra que se estendeu até o último sábado apresentou como estilos predominantes o figurativo expressivo e o abstrato na elaboração da forma como programa produtivo de trabalho, que promove um diálogo inovador com o intérprete.

NATUREZA, TEMA DO LIVRO DO ANO DA VOLKSWAGEN

A Natureza na Arte Brasileira é o tema do oitavo livro de arte da Volkswagen do Brasil lançado em São Paulo, recentemente obra que dá seqüência ao projeto cultural da empresa, iniciado em 1982 e que teve como objetivo valorizar e incentivar a produção artística nacional. Desta vez, a Volkswagen homenageou o meio ambiente reunindo trabalhos de 25 artistas plásticos que utilizam elementos da natureza em suas obras: sementes, búzios, fibras vegetais, pigmentos de areia, galhos de árvores, cascas, seixos rolados, madeira, conchas marítimas e até o ar e a água. É o primeiro livro do gênero no País.
O projeto cultural da Volkswagen pretende envolver todas as formas de manifestação das artes plásticas, da pintura á escultura, do pincel a mão que molda o barro. Em oito anos, a empresa patrocinou a edição de publicações que mostram A Cor na Arte Brasileira, Mestres do Desenho Brasileiro, Artistas Gravadores do Brasil, Artistas da Cerâmica Brasileira, Artista de Escultura Brasileira, Artistas da Tapeçaria Brasileira e Artistas do Muralismo Brasileiro.
Uma rara coletânea apresentada em edições bem-cuidadas e ricamente ilustradas.
Para provar que a produção brasileira nesse segmento da arte é, possivelmente, a mais importante do mundo, pela sua qualidade de produção, o jornalista e critico de Arte Jacob Klintowitz, responsável pela edição do livro, reuniu em 220 páginas 180 com fotos as obras de Marlene de Almeida Lourdes Cedran, Paulo Dias, Atalmir Galimbert, Zorávia Bettiol, Macaparana, Carybé, Claudio Tozzi, Ermelindo Jardim, Ernestina S. Karman, Fernando Coelho, Mário Cravo Jr., Juarez Paraíso, Megumi Yuasa, Diva Elena Buss, Antônio Hélio Cabral, José Valter Ponte, Renata Telles, Bené Fonteles, José Patrício, Sérvulo Esmeraldo Cildo Oliveira, João Rossi, José Cláudio e Eduardo Eloy.
A Natureza na Arte Brasileira exigiu quatro meses de preparação da pesquisa á impressão e concretiza um projeto idealizado por Klintowitz há um ano e meio, no qual pretende mostrar que existe uma tendência mundial no sentido de revalorização da natureza como suporte da arte e não apenas como tema.

                     BONFIM DÁ CURSO DE PINTURA

O artista plástico João Augusto do Bonfim, 31 anos, está ministrando curso de pintura em sua oficina de Arte e Molduras, na Ladeira dos Galés, para adultos e crianças. Com duração mínima de seis meses, o curso exige dos interessados noções básicas de desenho. Bonfim é formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia e, atualmente, expõe na Galeria Sagitário, no Rio de Janeiro, e no Praia-mar Hotel.



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