O LIRISMO DE JENNER AUGUSTO ENALTECE
A PAISAGEM BAIANA
São
vinte e cinco telas de tamanhos variados que enfocam um mundo poético, longe do
barulho das descargas de automóveis, dos escritórios frívolos dos executivos e
das chaminés das indústrias poluidoras. Seu autor é um homem sensível, ativo e
sábio porque, como ninguém, faz um trabalho que resgata o espaço vital, que
preserva as coisas boas, que antevê o futuro e, portanto, e eternamente atual.
Seu nome é Jenner Augusto, um sergipano que também por força da sua sabedoria
sabe ser baiano sem desprezar sua terra natal. Nesta junção de vivências a sua
obra demonstra uma emoção consciente, doce, como se estivesse captando momentos
para serem contemplados sem a preocupação com o tempo.
Uma visão do bairro de São Lázaro.Ao fundo a igrejinha |
As
gerações preocupadas com novas linguagens e envolvidas por outros elementos
contemporâneos estão em linhas paralelas às percorridas por este artista, que
reflete com a sua obra uma percepção do seu próprio mundo, das coisas que lhe
tocam de perto e que também integram a nossa realidade. Jenner é um construtor
de paisagens líricas, que confundem-se com a mansidão do seu jeito de ser, da
sua maneira de falar.
Ora
enfoca os Alagados transformando aquele lugar fétido, onde as pessoas vivem
marginalizadas, num lugar paradisíaco como a reclamar a necessidade de
providências. Ele preferia que aquela gente estivesse vivendo dias melhores.
Logo mesmo diante de uma situação triste ele enxerga em contraponto o lado
poético revelado em sua obra.
As dunas brancas do Abaeté e suas lavadeiras |
São
as doces mulheres dos pescadores que ficam olhando o mar se perder no horizonte
à espera do amado, que demora. São os vendedores de coco a mercar o seu produto
tangendo um burro velho ou um cavalo esquelético.
De repente, são os casarões, o detalhe de uma paisagem eleita e com a maestria do seu pincel nos brinda com obras de qualidade. É o poeta da cor, nesta Bahia que se desmancha pela sandice dos incorporadores inescrupulosos. E, esta veia poética de Jenner Augusto está ligada ao seu gosto pelo mar, por esta terra que te cheiro de África, e também, de Europa. Como diz Vinícius de Moraes:Trouxeste de Sergipe a contida paixão, a ascese, a fome, o fulcro/Da alma nativa, a agreste crispação/Da mata branca a caatinga, a alta tensão/Da palha de onde os pássaros/Se picam ao latir dos estampidos/De uma nova vingança, os paroxismos...
De repente, são os casarões, o detalhe de uma paisagem eleita e com a maestria do seu pincel nos brinda com obras de qualidade. É o poeta da cor, nesta Bahia que se desmancha pela sandice dos incorporadores inescrupulosos. E, esta veia poética de Jenner Augusto está ligada ao seu gosto pelo mar, por esta terra que te cheiro de África, e também, de Europa. Como diz Vinícius de Moraes:Trouxeste de Sergipe a contida paixão, a ascese, a fome, o fulcro/Da alma nativa, a agreste crispação/Da mata branca a caatinga, a alta tensão/Da palha de onde os pássaros/Se picam ao latir dos estampidos/De uma nova vingança, os paroxismos...
Esta
sua exposição, no Escritório de Arte da Bahia, é mais uma constatação que ele
dará aos baianos de sua visão poética, uma evidência do lirismo que derrama em
suas telas. È fiel a sua terra natal e sem ser infiel é ao mesmo tempo um
amante da Bahia, que o acolheu de braços abertos e incorporou a sua obra a essa
paisagem.
SALÃO
BAIANO VAI MESMO SER REALIZADO ESTE ANO
Dois
eventos importantes devem ocorrer este ano em Salvador no campo das artes: O
Salão Baiano de Artes Visuais e a Bienal Baiana de Arte. Para êxito dessas
promoções será preciso que tanto a Secretaria da Cultura, Fundação Cultural e
algumas empresas se disponham a dar apoio efetivo a esse dois eventos que
certamente contribuirão para enriquecer o movimento cultural do estado. È
preciso abrir a janela, sair do quadrado ideológico em que estão postadas
alguns luminares instalados nesses órgãos e que venham olhar o que está
ocorrendo ao redor. A Bahia é um dos estados onde a produção artística, estou
falando das artes visuais, não tem diminuído, nem mesmo nos momentos de
incertezas e de falta de apoio que enfrentamos há algum tempo.
Tenho
conhecimento que o grupo da Fundação Cultural liderado pelo artista Zivé
Giudice vem trabalhando para a concretização desses eventos e que inclusive o
Salão será realizado a partir de 1º de
novembro, tendo como local o majestoso Solar do Unhão. O Regulamento já estaria
esboçado.
Serão
convidados três críticos baianos, mas um de São Paulo, um do Rio de Janeiro e
outro de um estado nordestino. O s críticos de fora indicarão 20 artistas de
qualquer estado e os críticos locais vão selecionar os baianos.
Serão
distribuídos 10 prêmios e as inscrições estarão abertas dentro de alguns dias.
Portanto, se você é artista é hora de pensar neste salão, que terá repercussão
nacional.
Por
outro lado, chamo a atenção que, se pensam em realizar uma Bienal é hora de
começar a discuti-la com mais intensidade, sob pena de não ser concretizada.
Esses eventos vão envolver boa soma de recursos financeiros e muito trabalho.
CALEIDOSCÓPIO
DE ELISA
A
artista plástica Elisa Galeffi abriu recentemente, no restaurante Pituaçu,
a exposição Caleidoscópio , composta de quadros de tamanho 90 x 90, em
estamparia sobre tecido. O tema do trabalho são mandalas, composições
geométricas que convergem em direção a um centro. Cada um desses trabalhos nasceu
da longa busca de autoconhecimento tentando atingir um equilíbrio interior rumo
ao centro e a uma posição de harmonia com o todo maior, diz Elisa.
A
partir de módulos que se repetem, ela cria estruturas sólidas e fechadas.. A
cor tem importância fundamental como expressão da forma . Elisa Galleffi foi
restauradora do Museu de Arte Moderna da Bahia durante sete anos e atualmente
é professora das Oficinas de Expressão Plástica do Mamba. Os trabalhos da
artista vão estar exposto no restaurante Pituaçu.
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