WASHINGTON SALES BRINCA COM SUAS
BONECAS MÁGICAS
O artista baiano Washington Sales mostra o seu lirismo plástico com suas alegres bonecas. |
Detalhe do quadro Maternidade |
Particularmente
não brinquei de bonecas quando garoto. Mas, hoje tenho duas bonecas feitas por
Washington Sales que vieram preencher esta lacuna da minha infância. Uma branca
e uma negra. Integradas e alegres, elas conseguem em meio a tantas outras
figuras e abstratos chamar a atenção de todos aqueles que têm oportunidade de
apreciá-las.
O
lúdico de Washington Sales são as suas bonecas em momentos de festas com bolas
de soprar, refrigerantes, línguas-de-sogra, bolos e corre-corre nos
playgrounds.
Um
artista que cuida das coisas simples e a beleza e a magia surgem exatamente das
coisas simples exatamente das coisas simples e que não são queridas.
Quem
não se lembra dos seus aniversários quando era criança?
Dos
coleguinhas que vinham e da satisfação em abrir os embrulhos com os presentes:
Quanta surpresa! São tempos que não voltam mais, porém, a gente tem o consolo
de sentir esta alegria olhando os filhos, sobrinhos ou até netos.
É
neste mundo mágico que gravita a arte de Washington Sales, esta pessoa sensível
que é capaz de se emocionar com grande facilidade, e de envolver seus amigos.
Agora
mesmo alguns quadros foram pintados por ele e outros artistas. O primeiro que
ilustra o catálogo desta exposição que fará a partir do dia 19 na Época Galeria
de Arte intitulado “Ontem à noite” tem uma tela ao fundo integrando o seu
trabalho com uma figura que foi pintada por Carybé e outra por José Cláudio, do
Recife.
Entre
as 25 telas que vai expor, Washington chama ainda atenção para uma chamada de
“A Casa do Colecionador”, que foi inspirada num compartimento da residência do
professor Carlos Eduardo da Rocha. O quadro mostra uma mesa com alguns objetos
de arte e nas paredes laterais telas que serão pintadas por Fernando Coelho,
Zivé Giudice e César Romero. O quadro tem 1,55cm por 1,25cm. Aliás, todos os
quadros que serão expostos têm cerca de um metro em diante. Evidente
que ele não é nenhum vanguadista.
Aliás,
ele tem uma posição filmada sobre a vanguarda, principalmente sobre seu lado
perecível. Embora ressalte que nada tem contra aqueles que fazem trabalhos de
vanguarda, mas prefere o seu lirismo e o jogo lúdico de suas bonecas.
O
HIPER-REALISMO DE BEL BORBA
O artista Bel Borba envolvido na sua atmosfera hiper-realista que ele criou |
Desde
o início de sua carreira na década de 70 que Bel Borba vem criando uma
atmosfera própria, que veio desaguar no hiper-realismo, porque ele nunca se
contentou em passar para suas telas o que via ao seu redor. Sempre procurava
acrescentar novos elementos e transportá-los para outras paragens criando
atmosferas as mais diversas para que suas figuras pudessem sentir-se mais à
vontade. Porém, não podemos ver esta manifestação como uma simples ousadia de
um jovem artista, mas sim como uma chegada triunfante, como uma passada firme
de alguém que domina a técnica e que transborda em criatividade. Agora
com os elementos não-formais, com os espaços largos e fios que se cruzam em
várias direções Bel Borba tece calmamente o seu mundo como uma aranha teimosa e
paciente faz a sua tela. É a própria atmosfera de um tempo que passa enfeitado
por luzes de cores mais variadas e que é documentado em fitas magnéticas
capazes de extasiar milhões de pessoas. Bel é deste tempo e sua arte é o
reflexo desta juventude que se exprime numa Salete barulhenta e super-iluminada
e que explode em alegria na noite para dormir durante o dia.É
a arte deste tempo de incerteza que aerograficamente trafega entre luzes e
retas.
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