JORNAL A TARDE SALVADOR 17 DE
MARÇO DE 1986
JÁ ESTÃO NO PARQUE CASTRO ALVES
OBRAS DA
GERAÇÃO 70
GERAÇÃO 70
Jovens da cidade acorreram ao Parque Castro Alves para visitarem a exposição da Geração 70. |
Falando
na ocasião, ao Secretário Edivaldo Boaventura disse “que o projeto de reforma
do Parque Histórico Castro Alves inclui a ampliação das instalações como nova
escola de primeiro grau e criação de um Centro de Informações, que recolherá
dados relativos ao poeta, como também fará o registro do que se relacione com o
Parque. Tai iniciativa implica no enriquecimento da atual documentação, já
considerável e sempre crescente, e a utilização de arquivo. No futuro e o envolvimento das pessoas o
Centro se ampliará para registrar a memória regional”. Disse ainda o secretário
que “a inclusão do testemunho da nova geração de artistas denota o
enriquecimento do Parque. O acervo, assim, passa a agregar expressões de
diversos autores, cuja temática é inspirada na obra de castro-alvina. Trata-se
de uma ponte entre o passado e o presente, trazendo para hoje a presença do
poeta”.
“O
Parque objetivou resguardar o meio ambiente da Fazenda Cabaceiras, sendo
reconstruída a sua sede para tornar-se exposição permanente. Vários autores
mostram a presença do rincão natal na poética de Castro Alves. No cenário de
nascimento, em 1947, começaram as preocupações em preservar o sítio. Vinte e
quatro anos depois foi construído o Parque, nas comemorações centenárias do
Poeta. Agora o Parque contará com novos elementos inclusive uma escola, que já
tem 600 alunos matriculados, dando vida ao mesmo durante todo o ano.
A HISTÓRIA DA PINTURAEM TEMPOS DE GUERRA
Vários convidados visitaram o Parque Castro Alves e a exposição dos artistas da Geração 70. |
A HISTÓRIA DA PINTURA
A Galeria de Arte Banerj inaugurou a primeira de uma série de duas exposições com
o título único de Tempos de Guerra. As duas mostras irão se ocupar da obra
realizada no Brasil, por cerca de 20 artistas, entre europeus, japoneses e
norte-americanos que vieram para o Rio de Janeiro, nos anos 40, como
conseqüência da II Guerra Mundial. E também de muitos brasileiros que com eles
conviveram, como alunos ou amigos, no mesmo período.
Coincidentemente,
a maior parte desses artistas estrangeiros residiu no bairro de Santa Teresa,
espécie de Montmartre carioca, especialmente em dois endereços, no Hotel
Internacional, no Silvestre, e na Pensão Mauá, em Paula Mattos. Um
outro segmento da exposição vai abordar a participação brasileira na guerra.
Trata-se
de tema absolutamente inédito na história da arte do Rio de Janeiro. A
realização das duas mostras exigiu um trabalho exaustivo, sob a curadoria do
crítico Frederico Morais, que consumiu seis meses de pesquisa. O resultado foi
a reunião de ampla documentação iconográfica e textual, catálogos, livros,
fotos, documentos e mais de uma centena de obras daquela época algumas inéditas
ainda no Brasil.
NO
HOTEL INTERNACIONAL
Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Soares |
O
BRASIL NA GUERRA
O
segmento relativo à participação do Brasil na guerra faz parte desta primeira
exposição. Em 1944, na Burlington House, de Londres, foi realizada a mais ampla
exposição de arte brasileira até então levada ao exterior.
Maria Helena e Arpad no Hotel Internacional. |
De
Paris veio para a exposição um auto retrato da Vieira da Silva, datado de 1944,
e também um depoimento que ela concedeu a Carlos Scliar falando de seu período
brasileiro. Integram ainda a mostra, duas telas realizadas por Jacques van de
Beuque, no campo de deportação nazista de Kiel, no Norte da Alemanha, e o
cavalete usado por Arpad Szenes nos tempos do Hotel Internacional.
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